No próximo domingo (31/01) é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra Hanseníase. A data é comemorada em todo último domingo do mês de janeiro e foi instituída pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, seus sintomas, além de promover o diagnóstico precoce.
Caracterizada por manchas dormentes e insensíveis à dor, ao tato, ao quente e ao frio, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Micobacterium leprae que afeta a pele, nervos periféricos e se não for tratada precocemente, pode causar deformidades.
De acordo com a Médica Dermatologista da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Maria Aparecida de Faria Grossi, somente os doentes da forma contagiosa da doença tem possibilidade de contaminar outras pessoas. “E o mais importante é que cerca de 90% a 95% da população em geral tem boa defesa contra o micróbio causador da doença”, destaca.
A hanseníase pode acometer indivíduos de todas as idades e classes sociais, porém, é mais frequente nos segmentos mais humildes da sociedade, em que a multiexposição favorece a infecção, especialmente entre os conviventes da pessoa com hanseníase de forma contagiosa sem tratamento. “Sendo assim, é de fundamental importância a vigilância em relação aos contatos intradomiciliares”, completou a médica, Maria Aparecida Grossi.
O diagnóstico da doença é clínico e epidemiológico, por meio de avaliação e condições de vida do paciente, e pelo exame dermatoneurológico, isto é, da pele e dos principais nervos periféricos comprometidos pela bactéria. O tratamento é oral, dura entre 6 a 12 meses, e é realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da Atenção Primária, pelas Equipes da Saúde da Família e, quando necessário, pelas Policlínicas ou Centros de Especialidades. “A pessoa com hanseníase em tratamento pode continuar estudando, trabalhando e frequentando normalmente suas atividades sociais, culturais, religiosas e afetivas, sem alteração do seu ritmo de vida”, reforçou a médica.
A SES-MG vem mantendo, de acordo com as normas do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o foco do programa de controle de hanseníase no diagnóstico precoce, tratamento adequado e vigilância de contatos. Deve ser dada atenção especial aos casos que ocorrem em menores de 15 anos, situação que exige a intensificação das ações de vigilância epidemiológica.
Ainda de acordo com a Médica Dermatologista da SES-MG, Maria Aparecida Grossi, a hanseníase tem cura e é uma doença fácil de tratar. De todas as doenças contagiosas, é a que tem o menor poder de contágio, pois os pacientes das formas contagiosas deixam de transmitir a doença assim que iniciam o tratamento. “Vale lembrar que em torno de 70% dos doentes possuem a forma não contagiosa da doença, isto é, ao respirar não eliminam os micróbios pela respiração e não transmitem a doença”, salienta.
O diagnóstico precoce é fundamental, pois se o paciente for diagnosticado e tratado logo no início da doença, é possível evitar as formas contagiosas e prevenir sequelas. “E assim, diminuir o preconceito contra essa doença tão conhecida e temida pelas deformidades que pode ocasionar, sem o tratamento adequado”, conclui.
Caminhada em Prol da Luta contra a Hanseníase
Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em ação conjunta com a Prefeitura de Belo Horizonte, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Movimento de Reintegração de Pessoas Atingidas pela Hanseníase (MORHAN) e, demais instituições ligadas ao controle da doença, irá promover uma Caminhada em Prol da Luta contra a Hanseníase. O evento será realizado na Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte, no domingo, 31 de janeiro, de 9 às 12h. Faz parte da programação a panfletagem com discussão sobre a doença na quarta feira, dia 27, nos Restaurantes Populares da Rodoviária, Venda Nova e Barreiro.
Já em Betim, haverá atividades educativas e culturais na Colônia Santa Isabel, como o curso “Intervenções Terapêuticas e autocuidado do paciente no controle da hanseníase”, que será realizado na próxima sexta-feira (29/01), de 9 às 17h e no sábado (30/01) e domingo (31/01) haverá shows em razão do Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase.
Autor: Paula Gargiulo