Na última quinta-feira (16/07), a Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), juntamente com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), realizaram a oficina de planejamento de ação educacional do Curso de Especialização em Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (CEGTES), para alinhar novos conceitos e elaborar propostas para ofertar uma nova edição para os trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) nas 28 regionais de saúde de Minas Gerais.
A diretora-geral da ESP-MG, Roseni Sena, demonstrou a felicidade e o desafio de receber o grupo condutor para elaborar o curso e colocar em prática o trabalho coletivo de capacitar pessoas. “Os conceitos de recursos humanos são importantes, mas precisamos romper com essa lógica de pensar em pessoas como coisas, de competências individuais, estamos lindado com pessoas, e o coletivo tem que ser capacitado, a produção do cuidado precisa melhorar, ser mais capaz, mais potente”, provocou.
Ela destacou também que o curso ainda é uma proposta em construção, mas que inicia-se ali um debate importante e concreto sobre a retomada da Política de Saúde no Estado, com a efetiva participação da SES-MG e da ESP-MG como protagonistas desse compartilhamento que é a educação permanente em saúde. “Não podemos ser ostras, que produz uma bela pérola, mas apenas uma. Precisamos desconstruir muitos conceitos, sermos ousados, desafiadores e até atrevidos. Temos pistas baseadas em nossas experiências e precisamos fazer apostas. Temos que deixar um legado público na saúde mineira”, afirmou Roseni.
Já a secretária-adjunta da SES-MG, Alzira de Oliveira Jorge, relatou uma breve trajetória de sua carreira profissional e destacou que precisa haver articulação entre academia (teoria) com a prática profissional, em especial com os trabalhadores que estão na ponta dos serviços de saúde. “O desafio é fazer diferente e é necessário mudar a relação de hierarquia que está fortemente estabelecida. Nosso aluno é o trabalhador da saúde e não tem como ter gestão do trabalho sem olhar e ouvir o outro, que é portador de saber, de experiências e de vivências”, disse.
Alzira disse que a educação permanente em saúde tem que ser criativa, de modo a usar ferramentas para lidar com os problemas no cotidiano do trabalho e que o exercício permanente melhora a prática à medida que é exercitada cada vez mais. “Precisamos parar de ensinar os que as pessoas já fazem. Saúde é relação entre sujeitos, do trabalhador e do usuário do SUS e o espaço tem que ser aberto para essas discussões”, destacou.
O Curso
A especialização em Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (CEGTES) visa formar gestores especialistas na área de gestão do trabalho e da educação em saúde, com base em três eixos fundamentais:
1) Políticas Públicas e Gestão do Trabalho e Educação em Saúde;
2) Gestão da Educação na Saúde;
3) Gestão do Trabalho e Saúde.
Grupo Condutor
A ESP-MG conta com uma equipe de trabalho para reformular essa capacitação que será ofertada para gestores e demais profissionais do SUS, para desenvolver habilidades de atuação como estratégia para fortalecer e melhorar o atendimento nas regionais de saúde em Minas Gerais.
Ainda, participaram da atividade representantes da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas e da Superintendência de Gestão de Pessoas da SES-MG, das regionais de saúde de Coronel Fabriciano e Patos de Minas, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde Minas Gerais (COSEMS) e servidores da Escola.
Autor: Sílvia Amâncio