Febre Maculosa: Cievs Regional de Montes Claros alerta municípios sobre a circulação da bactéria causadora da doença

Na segunda-feira, 13/10, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Regional de Montes Claros encaminhou alerta epidemiológico às secretarias municipais de saúde sobre a circulação da bactéria Rickettsia sp., no município de Montes Claros. A bactéria, responsável pela transmissão da febre maculosa, foi encontrada em amostra de carrapato coletada neste mês, pelo Centro de Controle de Zoonoses, no bairro Residencial Vitória.

A febre maculosa é uma doença febril aguda de gravidade variável, que pode ter formas leves e atípicas, até situações graves e com elevada taxa de letalidade. 

Dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) apontam que entre 2022 e 2024 foram notificados 212 casos de febre maculosa no estado e 30 óbitos. 

Neste ano, dezoito municípios tiveram confirmados 29 casos da doença e ocorrência de quatro óbitos (dois em Caeté e dois em Matozinhos). Outros 13 casos da doença estão em investigação.

Na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, neste ano foi confirmado um caso de febre maculosa em Serranópolis de Minas.

  A coordenadora do Cievs e da vigilância em saúde na SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que além desta época do ano ser propícia para a proliferação de carrapatos e, consequentemente, maior possibilidade de disseminação da febre maculosa, a doença pode ser confundida com outros agravos, entre eles dengue, zika, chikungunya, leptospirose, infecções respiratórias e enteroviroses. 

“O período entre abril e outubro registra maior incidência de casos de febre maculosa e, por isso, é necessário que os municípios intensifiquem o repasse de orientações à população a fim de evitarmos os adoecimentos e a ocorrência de óbitos. Além disso, os municípios precisam reforçar a atuação dos agentes de controle de endemias com a coleta de carrapatos no meio ambiente e em animais, a fim de que seja viabilizada a análise no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte”, frisa Agna Menezes.

Outro trabalho importante a ser executado pelos municípios é relacionado ao preenchimento e conclusão das fichas de notificação de casos de febre maculosa, apontando os resultados referentes aos diagnósticos laboratoriais e a evolução dos pacientes com relação à doença; a notificação dos casos suspeitos em até 24 horas e providenciar a investigação.

Sintomas e prevenção

Os principais sintomas são: febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia; dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; paralisia dos membros que inicia nas pernas e alcança os pulmões causando parada cardiorrespiratória.

Os cavalos, canídeos (cães, lobos, chacais, coiotes e raposas), roedores como a capivara e marsupiais, como gambá, têm importante participação no ciclo de transmissão da febre maculosa. Eles podem atuar como amplificadores de riquétsias e/ou transportadores de carrapatos potencialmente infectados. 

Em virtude de um quadro clínico que pode ser confundido com outras doenças, o diagnóstico preciso e o atendimento adequado de pacientes nos serviços de atenção primária é de fundamental importância para evitar a ocorrência de óbitos.

Entre as medidas preventivas recomendadas à população estão: uso de roupas claras para ajudar na identificação de carrapatos; uso de calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta; uso de repelentes contra carrapatos; verificar se pessoas e animais de estimação não estão com carrapatos; remover carrapatos em pessoas com uso de pinça, evitando apertá-los ou esmagá-los.

Por: Pedro Ricardo 

Foto: SRS Montes Claros

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