Sífilis: SRS Montes Claros e SAE Ampliado reforçam capacitação de profissionais da Atenção Primária

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu na quinta-feira, 9/10, a realização de dois dias de capacitação de médicos e enfermeiros com foco no manejo clínico e tratamento da sífilis em serviços de Atenção Primária à Saúde. A iniciativa envolveu mais de 150 profissionais do Serviço de Atendimento Especializado (SAE) Ampliado e da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Como parte das atividades de mobilização do Outubro Verde, mês de reforço das ações de conscientização da população para o diagnóstico precoce e tratamento da sífilis, a atualização dos profissionais de saúde é uma estratégia importante. Embora seja uma doença para a qual existe diagnóstico precoce com a realização de testes rápidos e tratamento gratuito, o agravo se mantém como problema de saúde pública no Brasil e no mundo”, alerta Adriana Barbosa Amaral, referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde na SRS Montes Claros. 

Além do cenário epidemiológico apresentado pela SRS na quarta-feira, 8/10, a pediatra, Jane Aparecida Silveira Soares, do SAE Ampliado, ministrou palestra sobre o manejo clínico da sífilis congênita (transmitida de gestantes para bebês). A enfermeira Ana Paula Ferreira Holzmann abordou o manejo clínico da sífilis adquirida.

Quinta-feira o tratamento da sífilis nos serviços de atenção primária e o aperfeiçoamento da aplicação de benzetacil foram temas de palestras ministradas por Adriana Amaral e pela enfermeira do SAE Ampliado, Fernanda Coriolano. 

Cenário

Dados apresentados pela SRS revelam que, no mundo, no ano de 2022, mais de oito milhões de pessoas foram diagnosticadas com sífilis.

No Brasil, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) aponta que até 2023 a taxa de incidência de sífilis adquirida se mantém acima de 113,8 casos por 100 mil habitantes. No mesmo período, a taxa de incidência de sífilis em gestantes aumentou de 32,9 para 34 casos por mil habitantes. Por outro lado, a sífilis em bebês também se mantém alta, chegando a 9,9 casos por mil nascidos vivos. 

Em Minas Gerais, entre 2022 e 2023 a detecção de sífilis adquirida aumentou de 99,5 para 115,3 casos por 100 mil habitantes. Em gestantes subiu de 27,4 para 30,3 casos. já a incidência em bebês aumentou de 9,5 para 9,6 casos por mil nascidos vivos. 

Em 54 municípios da SRS de Montes Claros, entre 2023 e 2024 os casos de sífilis adquirida aumentaram de 735 para 1.114. Em gestantes foram notificados 333 casos em 2023 e 354 no ano passado. Em bebês, a doença foi notificada em 126 crianças no ano de 2023 e aumentou para 136 casos no ano passado.

Semana de mobilização

Na condição de coordenadora de vigilância em saúde na SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes entende que muito trabalho ainda precisa ser executado para que o Brasil e outros países cumpram a meta pactuada com a Organização Mundial da Saúde (OMS) de reduzir, até 2030, a incidência da sífilis congênita para uma taxa igual ou inferior a 0,5% por mil nascidos vivos. 

Entre as ações está “a conscientização da população para a gravidade da doença, com a ocorrência de óbitos principalmente de bebês; a capacitação de profissionais de saúde para detecção e viabilização dos tratamentos a partir dos serviços de atenção primária; busca ativa dos parceiros sexuais das gestantes para tratamento; e foco de atuação nos jovens nas faixas etárias de 20 a 29 anos. Esse público concentra a maior taxa de incidência de sífilis”, pontua a coordenadora.

Para a semana de 13 a 18/10 a SRS sugere aos municípios a realização de várias ações alertando a população sobre a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado da sífilis. O “Dia D” de mobilização está marcado para sábado, 18/10. 

Por: Pedro Ricardo

Foto: Pedro Ricardo

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