A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) tem um importante papel na prevenção e promoção da saúde, promovendo capacitações, apoio técnico, compartilhando materiais informativos, orientando os profissionais de saúde sobre as vacinas, os protocolos de manejo clínico, coleta de amostras e notificação de casos. Todas estas ações perpassam as Doenças Diarreicas Agudas (DDA) e das Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA).
Com o foco nas ações de Vigilância em Saúde e Assistência, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Patos de Minas promove na terça e quarta-feira, 16 e 17/9, uma capacitação para os técnicos municipais de saúde sobre o Monitoramento de Doenças Diarreicas Agudas (MDDA).
A coordenadora da Vigilância Sanitária da SRS Patos de Minas, Ivany Maria Silva de Brito, destacou que a capacitação busca integrar as três áreas para desenvolver um trabalho efetivo. “A Vigilância Sanitária, a Vigilância Epidemiológica e a Atenção Primária à Saúde devem atuar de forma conjunta conforme o Programa de Vigilância das DDA e DTHA”, disse Brito.
Prevenção
As medidas mais simples de prevenção, são as mais eficazes: lavar bem as mãos, consumir água tratada, cozinhar adequadamente os alimentos, armazená-los na temperatura correta, e higienizar frutas e verduras. A vacina contra o rotavírus, está disponível na rede pública, também é uma medida de prevenção, pois previne infecção gastrointestinal em crianças pequenas.
Para a referência técnica da Diretoria de Vigilância em Alimentos da SES-MG, Cláudia Beatriz de Oliveira Fróes, muitas vezes os surtos não tem sazonalidade, acontecem nas próprias casas e os alimentos não apresentam características de estarem alterados, como o gosto e cheiro. “Trabalhamos com processos orientativos, de forma a evitar surtos, e quando acontecer, teremos um processo de investigação conclusivo – com a coleta de amostras do alimento e material biológico, antes da eliminação do produto e início do uso de medicamentos”, explicou Fróes.
“Todos acham que um surto de DDA e DTHA nunca vai acontecer. E quando acontece, envolvendo grupo de risco – crianças até cinco anos e idosos, uma equipe de saúde capacitada faz toda a diferença na condução das ações para evitar óbitos”, salientou João Pedro Evangelista, referência técnica da SES-MG no Programa de Vigilância das DDA e DTHA.
O sintoma mais comum é diarreia, podendo ser acompanhada de náuseas, vômito, febre e dor abdominal e, em alguns casos, presença de muco e sangue (disenteria). O atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) é nas Unidades Básicas de Saúde, e nos casos graves, nas unidades hospitalares. É essencial a hidratação com água, sucos, chás e o uso do soro de reidratação oral (SRO). Nos casos mais graves, pode ser necessária internação para reposição intravenosa de líquidos e tratamento das complicações.
Capacitação ensino-serviço
Os exemplos práticos trabalhados na capacitação possibilitaram o enriquecimento das discussões. A coordenadora de Vigilância em Saúde de Carmo do Paranaíba, Daiane Brandão, comentou “que a reflexão prática é importante para melhorar e sermos mais efetivos. Devemos estudar as normas, fluxos, notificação oportuna, visita técnica aos locais, aplicação dos questionários, coleta e envio de amostra para a Funed (Fundação Ezequiel Dias)”.
Os técnicos da Funed também apresentaram como funcionam os processos e a importância de enviar as amostras e preenchimento da documentação corretamente para um fechamento efetivo da análise laboratorial.
Por Lilian Cunha
Foto: SRS Patos de Minas