O “Janeiro Roxo”, campanha para conscientização sobre a hanseníase, tem seu ápice no dia 31 de janeiro, dia nacional de combate e prevenção da doença. A Superintendência Regional de Saúde (SRS) Juiz de Fora é considerada com baixa endemicidade (menos de 2 casos novos a cada 100 mil habitantes - parâmetro definido pelo Ministério da Saúde) e, dentre as 28 regionais de saúde de MG, ocupou, em 2022 o sétimo lugar quanto à identificação de casos novos / n= 09 (Painel Temático da Hanseníase – Minas Gerais). Mesmo com baixa endemicidade, é importante o fortalecimento da Rede de Atenção à Pessoa Acometida pela hanseníase, educação permanente e sensibilização das equipes de saúde para suspeição, entre outras ações. 

Os dados estão disponíveis no novo boletim epidemiológico da hanseníase, referente ao ano de 2023, lançado no dia 29/1. Para acessar o boletim na íntegra, clique aqui.

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Entre 2019 e 2023, 39 casos foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Desse total, 26 casos foram em homens, com idade que varia entre os 10 e 89 anos. A maior incidência de casos ocorreu na faixa etária entre 40 e 49 anos, com 6 casos em homens e 2 em mulheres. O município mais populoso da região, Juiz de Fora, teve o maior número de notificações, 26, cerca de 66,67% do total. Em seguida, São João Nepomuceno, com 5 casos; Mar de Espanha, com 2. Já os municípios de Bicas, Descoberto, Goianá, Matias Barbosa, Olaria e Passa Vinte tiveram um caso cada um.

Para a referência técnica em hanseníase, da SRS Juiz de Fora, Ana Amélia Dias de Souza Pereira, o território da SRS Juiz de Fora é considerado de baixa endemicidade. “O parâmetro definido pelo Ministério da Saúde considera que  regiões com menos de 2 casos a cada 100 mil habitantes não caracteriza uma endemia”, disse.

Mesmo com baixa endemicidade, os casos não cessaram na regional. Em 2022, foram 9 notificações e em 2023, contabilizaram 8. Por isso, a referência técnica ressalta a necessidade de fortalecer algumas ações que haja conscientização e um melhor tratamento da doença. “É fundamental fortalecer a Rede de Atenção à Pessoa Acometida pela Hanseníase, realizar educação permanente para sensibilizar as equipes de saúde para suspeição, diagnóstico e manejo dos casos, estabelecer parcerias com outros setores e promover análise e ampla divulgação da situação epidemiológica da hanseníase no território”, ressaltou Ana Amélia Dias.

Dos 37 municípios que compõem a Regional de Saúde, 22 fizeram ações de mobilização sobre a doença, durante o mês de janeiro. 

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Sobre a doença

A hanseníase é uma doença infecciosa, crônica, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae e que afeta a pele e os nervos periféricos, em especial os dos olhos, braços, pernas, orelhas e nariz. A doença acomete pessoas nas mais diversas idades, incluindo crianças,  independentemente de gênero (masculino ou feminino). A progressão da doença é lenta, e seu período de incubação é prolongado e pode durar anos. A hanseníase tem cura e, se tratada precocemente e de forma adequada, pode evitar incapacidades e sequelas.

A hanseníase inicia-se, em geral, com manchas brancas, vermelhas ou marrons em qualquer parte do corpo, com alteração de sensibilidade à dor, ao tato, e ao quente e ao frio. Podem aparecer também áreas dormentes, especialmente nas extremidades, como mãos, pernas, córneas, além de caroços, nódulos e entupimento nasal. Nesses casos, o paciente deve procurar uma unidade de saúde para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

A hanseníase tem cura e o tratamento está disponível nas unidades de saúde pública pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Vale ressaltar que imediatamente após iniciar o tratamento, que dura entre 6 a 12 meses, mesmo os pacientes da forma contagiosa, que são cerca de 30% do total de doentes, já não mais a transmitem para as pessoas com quem convivem. Os contatos domiciliares dos pacientes com hanseníase têm maior risco de desenvolver a doença, portanto, também devem ser examinados e orientados.

Para mais informações acesse: https://www.saude.mg.gov.br/hanseniase 

Por Jonathas Mendes / Foto e arte: Jonathas Mendes e SES-MG

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