As maternidades têm um papel estratégico na prevenção da transmissão vertical (da mãe para o bebê), principalmente quando essa oportunidade foi perdida no período do pré-natal e a gestante chega no momento do parto sem nenhum registro de cuidado durante a gestação. Para alinhar esse atendimento crucial de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde, a Gerência Regional de Saúde de Ubá (GRS) reuniu todas as instituições que realizaram ao menos um parto no ano de 2022 em uma capacitação acerca da prevenção da transmissão vertical da sífilis, no dia 15 de março.

O objetivo da ação foi realizar uma avaliação do acolhimento da gestante e alinhar o manejo na maternidade das crianças nascidas de mães com diagnóstico de sífilis na gestação atual ou no momento do parto. Etapas como testagem, tratamento e notificação foram estudadas, tudo com objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade na atenção dessas mulheres e recém-nascidos, buscando resultar na redução das taxas de transmissão vertical e na eliminação da sífilis congênita.

A capacitação surgiu como estratégia diante da constatação de dúvidas e imprecisões por parte das instituições que realiza partos, verificados durante as reuniões dos Comitê Regional de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CRPMMIF) e do Comitê Regional de Prevenção da Transmissão Vertical das Infecções Sexualmente Transmissíveis (CITV Regional).

Créditos: Keila Lima

“Utilizamos o método de discussão de casos clínicos, trabalhando com situações hipotéticas e estudando juntos condutas adequadas. Fizemos em duas etapas, uma em um momento inicial em que ouvimos o posicionamento dos profissionais diante dos casos clínicos, logo no início da capacitação. Posteriormente, após o alinhamento, trouxemos novamente os casos e verificamos que as informações foram compreendidas, pois as condutas se encaixavam no protocolo do Ministério da Saúde. Foi gratificante observar que eles saíram da reunião preparados para prevenir a transmissão vertical”, disse Priscila Teixeira, referência técnica regional do Programa IST/Aids e Hepatites Virais.

A iniciativa se insere no Plano Estadual de Enfrentamento à Sífilis, criado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e que possui cinco eixos de intervenção: Vigilância Epidemiológica; Assistência; Educação em Saúde; Mobilização Social e Comunicação; e Gestão.

Trinta e um profissionais de saúde participaram da capacitação, sendo pertencentes às coordenações de epidemiologia dos municípios de Ubá, Muriaé, Visconde do Rio Branco, Rio Pomba,Miraí, Presidente Bernardes, Ervália; representantes dos Núcleos de Vigilância Epidemiológica Hospitalar; e os profissionais que atuam nas maternidades do Hospital São Paulo (Muriaé), Hospital Santa Isabel (Ubá), Hospital São João Batista (Visconde do Rio Branco), Hospital São Vicente de Paulo (Ubá), , Hospital São Vicente de Paulo (Rio Pomba), Hospital São Vicente de Paulo (Mercês), , Hospital Jorge Caetano de Mattos (Ervália), e Hospital Municipal Santo Antônio (Presidente Bernardes).

Em 2022, nas microrregiões de Saúde de Ubá e Muriaé, segundo o painel temático estadual de Vigilância em Saúde, foram notificados foram notificados 953 casos de sífilis, sendo 690 de sífilis adquirida, 200 de sífilis em gestante e 63 de sífilis congênita.

Saiba mais sobre prevenção às IST’s em: https://www.saude.mg.gov.br/sexoseguro

Por Keila Lima

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