Com a proximidade do período chuvoso e do verão, aumenta a preocupação com o combate a um antigo conhecido: o Aedes aegypti. Para preparar a rede de atendimento e de assistência do estado para o novo período sazonal das arboviroses, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e o Ministério da Saúde realizaram um exercício de simulação de surto de arboviroses para preparação e resposta às emergências em saúde pública no Estado de Minas Gerais, que aconteceu entre os dias 23 e 24 de novembro, em Belo Horizonte. O evento teve como objetivos identificar lacunas e fortalecer os sistemas de preparação e resposta, além de discutir os elementos-chave do Plano Estadual de Contingência para o Enfrentamento das Arboviroses (PEC-Arbo).
 
Crédito: Débora Drumond

Participaram do simulado de treinamento representantes dos municípios, das regionais e da SES-MG que estão envolvidos com o planejamento, como da Atenção Primária em Saúde, Atenção às Urgências e Emergências, Atenção Especializada, Atenção Hospitalar, Vigilância Epidemiológica, Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde (Cievs), Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar (Renaveh), Laboratório Central de Saúde Pública e Comunicação.

A superintendente de vigilância epidemiológica da SES-MG, Jaqueline Oliveira, destacou que o Estado está se organizando e preparando a rede para o período sazonal das arboviroses com o intuito de diminuir a ocorrência de casos e controlar as doenças em Minas. “Desenvolvemos um simulado e uma oficina de preparação e resposta às emergências em saúde pública causadas por arbovírus, que são as arboviroses como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A programação envolve o eixo de vigilância, assistência, gestão, comunicação e o laboratório, que são peças fundamentais para a organização e efetivação das ações que demandam o enfrentamento dessas doenças. Na rotina, estão desenvolvidas diversas ações que passam por esses eixos, mas, com a aproximação do período sazonal, estamos nos organizando de forma proativa para que tanto o Estado como os 853 municípios consigam ter uma resposta assertiva neste enfrentamento”, explicou.

“A partir do evento vamos intensificar a rotina de monitoramento de indicadores, que acontece por meio do Comitê Estadual de Enfrentamento das Arboviroses. O Comitê se organiza tanto no nível central como nas 28 Unidades Regionais de Saúde, para garantir e coordenar as ações direcionadas ao enfrentamento das doenças. Além dessa iniciativa de preparação e resposta, a SES-MG possui um Plano Estadual de Contingência e pactuou, recentemente, uma Política Estadual de Enfrentamento das Arboviroses junto aos municípios de Minas Gerais”, ressaltou Jaqueline Oliveira.

Rodrigo Said, oficial Nacional de Emergências em Saúde da Coordenação de Vigilância, Preparação e Respostas de Emergências da Opas, salientou que a participação nas oficinas foi primordial para o desenvolvimento do trabalho e que isso mostra o interesse em estabelecer novos caminhos para a saúde pública. “Realizamos nesses dois dias uma oficina de trabalho para aperfeiçoar os sistemas de preparação no estado de Minas Gerais, com foco no controle das operações, mas discutindo toda a estratégia de avaliação de risco para elaboração e revisão de planos de contingência, que nós chamamos de plano de gestão multirriscos. Também trabalhamos com orientações para implementação dos centros de operações de emergência, com um espaço responsável pela gestão da operacionalização desses planos, mediante as situações que geram impacto na saúde da nossa população”, ressaltou.

Segundo Rodrigo Frutuoso, oficial Nacional de Vigilância, Preparação e Resposta às Emergências e Desastres e Regulamento Sanitário Internacional na Opas, é importante que os profissionais de saúde estejam preparados em todos os territórios para o enfrentamento às arboviroses e, sobretudo, que entendam as particularidades de suas regiões. “A Opas vem apoiando a SES-MG em alguns processos de qualificação das ações de preparação da próxima sazonalidade de arboviroses. Trabalhamos com oficinas para validação dos Planos de Contingência do Estado, por meio da aplicação de exercícios simulados, que fortalecem as nossas capacidades e possibilitam identificar fragilidades e potencialidades dentro dos planos. Assim, podemos fazer a atualização, evitando que essas fragilidades sejam postas em campo”, explicou Frutuoso.

“Também temos desenvolvido uma oficina para avaliação estratégica de risco para as arboviroses de forma regionalizada, ou seja, entender melhor o contexto para verificar como as doenças podem afetar o território de uma forma regional e verificar quais são as consequências que isso pode trazer, entendendo as complexidades, o contexto e a capacidade de resposta que cada território tem”, enfatizou.

Minas Gerais registrou, em 2023, 391.047 casos prováveis de dengue, sendo 188 óbitos; 90.567 casos prováveis de chikungunya, com 42 óbitos confirmados; e 143 casos prováveis de zika. 

Por Poliana Gois

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