As ações desenvolvidas para o atendimento de urgência a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC) em unidades específicas (Unidade de AVC), na área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Passos (SRS Passos), foram apresentadas na Câmara Técnica da Comissão Intergestora Bipartite (CIB) das microrregionais no mês de julho. A apresentação foi realizada pelo médico Paulo Prado de Vasconcelos, responsável técnico pela Unidade de AVC da Santa Casa de Misericórdia de Passos, a convite da Coordenação de Atenção à Saúde (CAS).

A Unidade de AVC Tipo III da Santa Casa de Misericórdia de Passos é financiada com recursos da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para apoio e fortalecimento da Rede de Urgência e Emergência (RUE), de acordo com a Resolução SES-MG Nº 7.169/2020. O recurso de R$ 1,5 milhão foi destinado para custeio das ações da linha de cuidados em AVC, como tratamento, capacitação de equipes, disponibilização de protocolos clínicos e assistenciais, telemedicina para tratamento agudo do AVC, entre outras relacionadas na resolução.

“O acidente vascular cerebral é frequente em adultos e é a segunda causa de morte no mundo e a primeira causa de incapacidade funcional para as atividades de vida diária. Assim, é importante que os profissionais de saúde, principalmente os que trabalham em emergências, tenham conhecimento sobre as primeiras medidas, como reconhecer a doença e direcionar o paciente para um melhor tratamento possível”, destaca Kátia Rita Gonçalves, superintendente Regional de Saúde de Passos. “O investimento em capacitação de equipes de saúde pode salvar vidas ou reverter os sintomas que muitas vezes seriam irreversíveis sem o tratamento correto. As orientações relacionadas ao AVC envolvem o protocolo médico que deve ser seguido, incluindo medicamentos que devem ser administrados, e como a rede em saúde deve estar organizada”, acrescentou Kátia Gonçalves.

12.07.2023.Passos Unidade AVC

Segundo a referência técnica da Rede de Urgência e Emergência (RUE) da CAS, Amanda Ferreira Queiroz, a apresentação teve como objetivo expor aos gestores municipais de saúde a execução do plano de trabalho na Unidade de AVC da Santa Casa de Misericórdia de Passos, conforme previsto na Resolução 7.169/2020. “O plano prevê também a realização de visitas às microrregiões para capacitar profissionais de saúde e implantar a telemedicina entre os hospitais sede de microrregião e Santa Casa, com orientações aos plantonistas para a agilidade do atendimento ao paciente com AVC”, disse Amanda Queiroz.

“Nós demonstramos os números do plano de trabalho referentes aos recursos recebidos pela Santa Casa: no que foi investido, estruturado, concluído e no que necessita ser melhorado. E acho que todo mundo entendeu que o que precisa melhorar de fato é essa capilarização do conhecimento em relação ao AVC para as unidades básicas de saúde, para os hospitais da microrregião, e para avançar com o serviço de telemedicina para atender mais rápido os pacientes”, explicou Paulo Prado.

O responsável pela Unidade de AVC da Santa Casa de Passos disse também que os secretários municipais de saúde podem colaborar para a eficácia do serviço por meio do contato contínuo com os hospitais referências de sua microrregião, auxiliando na identificação das necessidades de cada um, para promover a capacitação e oferecer as condições para o tratamento do paciente. “A ideia é que a gente tenha um contato melhor com as cidades da área de abrangência da SRS Passos, tanto para a capacitação de identificação rápida dos sintomas, para a prevenção e as ações de promoção de saúde, mas também para a implantação da telemedicina”, disse.

Nas informações sobre critérios, valores e beneficiários do recurso, a Resolução 7.169/2020 da SES-MG cita que as doenças cerebrovasculares no Brasil, além de serem uma das principais causas de mortes, apresentam “um aumento progressivo nos últimos anos”. “O atendimento de urgência em unidades específicas (Unidade de AVC), que comprovadamente aumenta a rapidez e a qualidade da avaliação e manejo inicial, melhora a acurácia diagnóstica, aumenta a chance de o paciente receber terapia de reperfusão e diminui a morbimortalidade do AVC”, informa no documento.

Por Enio Modesto

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