Os municípios de Bocaiúva e Guaraciama sediaram nos dias 28/02 e 01/03 (terça e quarta-feira) uma capacitação para a descentralização do Programa de Controle da Febre Amarela. O trabalho, coordenado pela Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, contou com a participação de profissionais que atuam nos serviços de controle de endemias e de vigilância epidemiológica e de saúde. O objetivo é agilizar a investigação da possível circulação do vírus da doença.

A capacitação foi ministrada pelas referências técnicas da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS, Bartolomeu Lopes e João Bosco. Entre outras atividades, os profissionais participaram de treinamento prático sobre coleta, armazenamento e transporte de vísceras de primatas para análise laboratorial na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

Créditos: SRS Montes Claros

A descentralização do Programa de Controle da Febre Amarela foi iniciada no ano passado envolvendo municípios das microrregiões de Coração de Jesus e Salinas, com a participação de referências técnicas da SRS Montes Claros, do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) e do Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte. A previsão é de que, neste ano, o trabalho de descentralização do Programa seja implementado nas demais microrregiões de saúde da área de atuação da Superintendência Regional de Saúde.

Entre 2021 e 2022, dados da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) revelam que 20 primatas foram encontrados mortos no Estado. Desse total, 17 casos ocorreram no Norte de Minas, distribuídos da seguinte forma: Brasília de Minas (8); Icaraí de Minas (4); Ubaí e São João da Lagoa (2 casos em cada município); Coração de Jesus (1 epizootia). As três epizootias restantes ocorreram em Belo Horizonte, Curvelo e Itapagipe.

Vacinação

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes, destaca que, além da descentralização do Programa de Controle da Febre Amarela, a SES-MG está reforçando junto aos municípios a importância do aumento das coberturas vacinais contra a doença. “Em caso de surto como o ocorrido em 2016/2017, a vacina é o meio mais eficaz de proteção das pessoas”, observa a coordenadora.

As recomendações são as seguintes: criança com nove meses de vida, uma dose; crianças com quatro anos de idade, uma dose de reforço; pessoas entre 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação, uma dose.

A pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar cinco anos de idade está indicada a tomar uma dose de reforço, independente da faixa etária.

De acordo com dados da SES-MG, atualizados em 31 de janeiro deste ano, 35 municípios da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros estão com cobertura vacinal abaixo de 95% da população, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Outros oito municípios estão com cobertura vacinal entre 80% e 95%; nove localidades apresentam cobertura entre 50% a 80% e dois municípios estão com menos de 50% da população vacinada.

Entre 1989 e 2023 foram notificados 1.116 casos de febre amarela em Minas Gerais. Desse total, 384 pessoas morreram por causa da doença. O período em que o Estado registrou maior número de casos notificados e óbitos por febre amarela aconteceu entre 2016 e 2018. Ao todo foram registrados 1.006 casos da doença e 340 pessoas morreram.

Por Pedro Ricardo

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