Vinte municípios da área de cobertura da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá vão receber, pela primeira vez, doses de vacinas contra a dengue. O Ministério da Saúde (MS) expandiu a vacinação para mais 625 municípios em seis estados da federação, contemplando parte dos 31 municípios da GRS Ubá na quarta remessa distribuída nacionalmente, que chegou nesta terça-feira, 30/4.

Confira a tabela de número de doses por município da GRS Ubá:

Município 

Nº de doses da vacina Qdenga

Ubá

1.584

Visconde do Rio Branco

614

Rodeiro

147

Guiricema

109

Tocantins

230

Coimbra

95

São Geraldo

156

Guarani

113

Rio Pomba

241

Guidoval

96

Mercês

156

Piraúba

175

Tabuleiro

55

Divinésia

77

Senador Firmino

123

Brás Pires

61

Presidente Bernardes

73

Ervália

327

Dores do Turvo

76

Silveirânia

31

Total

4.539

Vacina contra a dengue
O Brasil é o país pioneiro a oferecer a vacina contra a dengue no sistema público universal. O imunizante foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, e, em dezembro do mesmo ano, foi incorporado ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

A Qdenga (TAK-003) foi desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma e é um imunizante que contém vírus vivos atenuados, induzindo respostas imunológicas contra os quatro sorotipos da dengue que circulam nas Américas (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DEN-V 4). A vacina é aplicada em um esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.

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Público alvo
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) indica a vacina Qdenga para pessoas entre 4 a 60 anos. Porém, a definição de público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina.

Sendo assim, estão sendo vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue (16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023), depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa. O esquema vacinal é composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

“Pode-se vacinar tanto quem já teve dengue, como também quem nunca foi infectado. Os eventos supostamente atribuíveis à vacinação mais comuns são dor de cabeça e cansaço físico de curta duração e para uma parcela mínima de quem se vacina. A imunização contra a dengue é um avanço importante na Saúde pública, visto ser uma doença que pode evoluir para o óbito. Prevenir sempre é o melhor remédio”, disse Wallan McDonald, referência técnica em imunização da GRS Ubá.

Não podem ser imunizados com a vacina quem tem alergia a algum dos componentes, quem tem o sistema imunológico comprometido ou alguma condição imunossupressora ou gestantes e lactantes.

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Cenário Epidemiológico da dengue
Até o momento, o Brasil registra neste ano 3,8 milhões de casos prováveis de dengue, sendo 40,4 mil graves e de sinal de alarme. Já foram notificados 1,7 mil óbitos por causa da doença.

Em Minas Gerais, até o dia 19 deste mês, foram notificados mais de 1,1 milhão de casos prováveis de dengue, dos quais 479 mil foram confirmados por meio de exames laboratoriais. Além disso, neste ano, o estado contabiliza mais de 8,2 mil casos graves de dengue, 280 óbitos confirmados e 715 em investigação.

Por outro lado, de um total de 15.112 casos prováveis de dengue notificados neste ano na área da GRS Ubá, 3.976 casos foram confirmados por meio de exames laboratoriais. Ocorreram seis casos graves de dengue ou com sinais de alarme; três óbitos estão em investigação nos municípios de Muriaé, Guiricema e Tocantins. Nenhum foi confirmado até o momento.

O cenário das arboviroses neste ano na área da GRS Ubá também aponta que 90% dos casos de dengue notificados nos 31 municípios tiveram como causa o sorotipo 1, e o restante o sorotipo 2.

Fábio Ribas, coordenador de Vigilância em Saúde da GRS Ubá, destaca a importância da inclusão de municípios na vacinação contra a dengue, levando em conta a alta incidência de transmissão da doença na região.

“Neste ano, todos os 31 municípios da GRS Ubá apresentaram alta taxa de incidência de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, conforme o painel das arboviroses (https://www.saude.mg.gov.br/aedes/painel) da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ”, disse. O coordenador de Vigilância em Saúde também esclareceu que a área da GRS Ubá é uma região que, historicamente, acompanha as tendências de aumento do agravo durante o período endêmico e a vacina é uma medida de alto valor de proteção para a saúde de nossa população.

A imunização contra a dengue é importante para controlar o número de casos e evitar mortes pelo agravo, porém, o combate ao Aedes deve continuar. “Os gestores da Saúde nos municípios e a população em geral devem continuar empenhados na eliminação de focos de proliferação do Aedes aegypti, pois ele é vetor de outros vírus que a vacina não contempla, entre elas chikungunya, zika e febre amarela”, ressaltou Fábio Ribas. 

Por Keila Lima / Fotos: Keila Lima

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