Nos dias 25 e 26/3, foi realizada a Qualificação em Arboviroses: manejo clínico e planos de contingência em Ponte Nova. Participaram da qualificação cerca de 250 pessoas, entre gestores de saúde, coordenadores municipais de Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária à Saúde, comunicadores e mobilizadores sociais, além de médicos e enfermeiros que atuam na assistência aos pacientes acometidos por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti nos municípios da macrorregião de saúde Leste do Sul. O evento, formatado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), aconteceu em todas as dezesseis macrorregiões de saúde do estado e contou com a organização das Superintendências Regionais de Saúde (SRS) de Ponte Nova e Manhuaçu.
A abertura da qualificação foi conduzida pela superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Jaqueline Oliveira, que apresentou o cenário das arboviroses (dengue, chikungunya, zika e febre amarela) no estado. “Nós temos um cenário complexo, com cerca de 860 mil casos prováveis de arboviroses em Minas Gerais, sendo a dengue responsável por 90% deles, seguida da chikungunya”, observou. Nesse contexto, a SES-MG tem desenvolvido uma série de ações, esta Qualificação em Arboviroses, os Dias D do movimento Minas Unida no Combate ao Mosquito, bem como atividades para controle vetorial, fortalecimento da vigilância e atendimento de pacientes. “O somatório dessas ações é fundamental para garantir o controle da epidemia e permitir que consigamos passar por ela com o menor número de óbitos possível”, destacou Jaqueline Oliveira.
Para a superintendente da SRS Ponte Nova, Josy Duarte, o momento permitiu contemplar os quatro eixos previstos nas diretrizes do Programa Nacional de Controle das Arboviroses: assistência, vigilância epidemiológica, controle vetorial e comunicação/mobilização social. “É um evento muito completo, pensado estrategicamente para auxiliarmos nossos municípios no enfrentamento da epidemia de arboviroses. Estamos aqui com profissionais da gestão e da ponta, discutindo, aprendendo, atualizando protocolos e refletindo sobre nossas práticas profissionais”, ponderou. Josy Duarte acrescentou que certamente os participantes vão sair da qualificação com o papel de multiplicadores, capazes de compartilhar informações e aumentar a efetividade das ações no território.
Segundo o superintendente da SRS Manhuaçu, Victor Vieira, o evento foi primordial para qualificar as equipes de saúde municipais. “Reconheço o papel crucial que essa capacitação desempenha na preparação de nossos profissionais para enfrentar os desafios relacionados às arboviroses”. Victor Oliveira ressaltou que estar atualizado e capacitado é fundamental para garantir a melhor assistência. “Estou certo de que, juntos, podemos fortalecer ainda mais nossas estratégias de prevenção e controle, promovendo, assim, mais saúde e bem-estar à nossa população", disse.
Programação
Além das equipes de ambas as regionais, a programação contou, no dia 25/3, com expressiva participação da SES-MG e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), representadas pela superintendente Jaqueline Oliveira, pelas profissionais Kátia Ramos Pereira, da Subsecretaria de Redes de Atenção à Saúde (Subras), Roseli Andrade, da Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses (Cevarb), e Paula Raia, da Opas. O conteúdo contemplou as seguintes temáticas: ações realizadas pela SES-MG, cenário epidemiológico, dados e informações para o controle das arboviroses, mobilização social, matrizes de responsabilidade da Gestão, Vigilância e Controle Vetorial e Assistência, Centro de Operações de Emergências (COE), fluxos assistenciais e fluxos de encaminhamentos de amostras laboratoriais.
No dia 26, a programação foi conduzida por médicos e enfermeiros das microrregiões de Ponte Nova, Viçosa e Manhuaçu, com a mediação das SRS, para tratar do seguinte conteúdo programático: acolhimento e classificação de risco do paciente com suspeita de arboviroses, manejo clínico da dengue e da chikungunya, benefícios das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics) para a reabilitação dos casos, assistência de casos de zika e febre amarela, estudos de casos (metodologia ativa), rede e fluxos assistenciais e vigilância laboratorial.
Centro Colaborador
Uma das novidades apresentadas foi a integração, desde o dia 11 de março, do Laboratório de Biotecnologia Animal (Labtec) da Universidade Federal de Viçosa (UFV) à Rede de Vigilância Laboratorial estadual. O Centro Colaborador está realizando o processamento de amostras para a detecção de dengue, zika, chinkungunya e febre amarela, além dos vírus influenza A e B, covid-19 e Vírus Respiratório Sincicial (RSV). O fluxo atende 61 municípios da SRS Ponte Nova e da Gerência Regional de Saúde (GRS) Ubá, trazendo mais agilidade aos diagnósticos. Anteriormente, as amostras eram enviadas à Fundação Ezequiel Dias (Funed).