A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio das Unidades Regionais de Saúde de Teófilo Otoni e de Pedra Azul, realizaram, nos dias 6 e 7 de março, na Fundação Educacional Nordeste Mineiro (Fenord), em Teófilo Otoni, a “Qualificação em arboviroses: manejo clínico e Planos de Contingência”. O evento contou com a participação de gestores municipais de saúde, coordenadores de vigilância, assistência e comunicação, além de médicos e enfermeiros que atuam na rede pública de saúde dos 57 municípios pertencentes à macrorregião de Saúde Nordeste. Objetivo da ação é melhorar a assistência ao usuário no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), diminuir o aumento de casos e de óbitos evitáveis em decorrência de dengue e chikungunya no estado de Minas Gerais.

No primeiro dia foi abordado o Plano de Contingência para o enfrentamento das arboviroses. O superintendente regional de saúde de Teófilo Otoni, Leonardo Figueiredo, ressaltou a importância do documento. “Por meio desse instrumento é possível identificar os riscos potenciais de cenários epidêmicos, definir ações para mitigar esses riscos, estabelecer e organizar respostas coordenadas e articuladas entre as esferas de governos, em tempo oportuno, gerando respostas rápidas e efetivas no controle e prevenção das principais doenças causadas por arbovírus, evitando a ocorrência de óbitos”, declara.

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No segundo dia, foi realizada a qualificação do manejo clínico das arboviroses (dengue, chikungunya e febre amarela). A médica de família e comunidade, que atua na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município de Nanuque, Iandra Silva Almeida, foi uma das palestrantes. A profissional apontou que febre, dor no corpo, na cabeça, atrás dos olhos, dores nas articulações, vômito, náusea e diarreia são sintomas comuns entre a dengue e a chikungunya e, ressaltou: “aos sinais de alarme como dor abdominal e vômito persistentes, sangramento de mucosa, letargia e irritabilidade, o paciente deve procurar rapidamente atendimento médico para melhor avaliação”.

 

Situação epidemiológica 

Nos 57 municípios da macrorregião de Saúde Nordeste, até o dia 11/3, foram registrados 7.890 casos prováveis de dengue, desses sendo 1.543 casos confirmados, nenhum óbito confirmado e outros quatro em investigação para a doença.

Para combater esse cenário, a SES-MG disponibilizou recurso financeiro para todos os municípios mineiros, com a finalidade de subsidiá-los na contratação de recursos humanos e aquisição de materiais, independentemente de estarem ou não em estado de calamidade, e tem intensificado a qualificação dos profissionais, principalmente para o controle vetorial.

A superintendente de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Jaqueline Oliveira, uma das palestrantes da “Qualificação em arboviroses: manejo clínico e Planos de Contingência”, explica que, no âmbito do Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE-Minas-Arboviroses), a SES-MG tem trabalhado algumas orientações técnicas com o objetivo de organizar a rede, os fluxos na porta de entrada nos serviços de urgência e emergência, de forma que se faça a triagem de todos os pacientes nessas unidades, direcionando aqueles com suspeita de dengue, zika ou chikungunya para uma outra classificação diferente, para que esses casos sejam priorizados. “Também são disponibilizadas diretrizes sobre a testagem dos pacientes com suspeita de arboviroses, com o objetivo de diagnosticar adequadamente e orientar as ações de tratamento e acompanhamento dos pacientes na rede”, declara.

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O estado tem incentivado a criação de salas de hidratação, fornecendo kits de hidratação e equipamentos para estruturação dessas unidades. “Os pacientes com dengue precisam ter, durante o manejo, essa etapa da hidratação e realocá-los para um local específico, diminuindo a superlotação nas unidades de saúde que recebem pacientes com outras doenças. Vale ressaltar, que estamos entrando em um período sazonal de vírus respiratórios. Precisamos garantir que os municípios tenham os fluxos muito bem estabelecidos para assegurar o atendimento à população com dengue, chikungunya e com infecções respiratórias”, enfatiza Jaqueline Oliveira.

Para conter a situação de emergência de saúde pública em decorrência das arboviroses, a superintendente destaca a importância da comunicação e mobilização social. “A comunicação deve garantir o acesso amplo à informação por meio de uma linguagem simples, combater a desinformação, fomentar o diálogo e instigar cada vez mais o sentimento de corresponsabilidade da sociedade no controle do Aedes aegypti”, pontua Oliveira.

O governo de Minas Gerais lançou o movimento Minas Unida no Combate ao Mosquito, que tem o objetivo de gerar e estimular a mobilização da comunidade em todo o estado para que sintam e compreendam a sua responsabilidade pela eliminação do mosquito Aedes, redução de casos e óbitos evitáveis. No dia 23 de março será realizado o segundo dia D de mobilização contra a dengue no estado. 

Por Déborah Ramos Goecking / Fotos: Déborah Ramos Goecking

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