Nos dias 7 e 8 de março, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Diamantina promoveu uma Oficina de Multiplicação para Qualificação em Arboviroses na macrorregião de Saúde Jequitinhonha. O evento, realizado no auditório do Campus II da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Diamantina, contou com a participação de aproximadamente 300 profissionais e estudantes da área da saúde ao longo de dois dias de intensa programação.
A abertura do evento contou com a presença do subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Eduardo Campos Prosdocimi; da superintendente da SRS Diamantina, Cleya da Silva Santana Cruz; da secretária de Saúde de Gouveia, Eva Pequi, que representou o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde(Cosems/Jequitinhonha); Fabiano Pimenta, representando a Organização Panamericana de Saúde (Opas); e do reitor da UFVJM, Heron Laiber Bonadiman.
O principal propósito da oficina foi fornecer orientações essenciais a gestores, coordenadores, médicos e enfermeiros que atuam nos 31 municípios que integram a regional. O foco da oficina foi abordar os desafios do atual cenário epidemiológico das arboviroses, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que incluem a dengue, que teve aumento de 1.064% no número de casos confirmados em 2024 na região, em comparação ao mesmo período em 2023.
Durante a sua apresentação, o subsecretário Eduardo Prosdocimi enfatizou a seriedade do momento atual. "Pela primeira vez na história, estamos enfrentando o segundo ano consecutivo de epidemia em nosso estado. Já superamos o número de casos de dengue de 2023, com registros, até o momento, de mais 420 mil casos confirmados. Os números por si só já apontam a gravidade do problema, exigindo que tenhamos uma abordagem séria e comprometida para lidar com essa situação", alertou o subsecretário.
Programação e temas abordados
No primeiro dia, a oficina orientou gestores, coordenadores e referências técnicas municipais sobre as diretrizes para elaboração dos Planos Municipais de Contingência (PMC) para Arboviroses. Esse instrumento de gestão é fundamental para nortear o planejamento e organização da resposta em cada município do território, visando prevenir e controlar possíveis cenários epidêmicos, além de evitar óbitos.
"O PMC é uma ferramenta essencial que orienta as equipes locais sobre como acionar os diferentes níveis de respostas de acordo com o avanço das Arboviroses em cada município. Seu objetivo é garantir assistência adequada aos pacientes e prontidão da equipe para conter rapidamente a proliferação do mosquito vetor", explicou Mariana Cristina Rocha, coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Diamantina.
Na sexta, dia 8, o foco da capacitação foi a Qualificação em Manejo Clínico das Arboviroses, que buscou qualificar médicos e enfermeiros para atuarem na resposta assistencial e no atendimento aos pacientes suspeitos de arboviroses, com qualidade, eficiência e em tempo oportuno. Entre os temas abordados na ocasião, destaque para a organização da rede assistencial, protocolos de manejo clínico adequado para cada arbovírus (dengue, chikungunya, zika e febre amarela), o papel do Centro de Operações de Emergências, protocolos de hidratação, entre outras diretrizes e normativas vigentes para o enfrentamento.
"Foram dois dias com grande envolvimento de gestores e profissionais para trabalharmos os temas de contingenciamento, mobilização social e manejo clínico das arboviroses", avaliou a superintendente Cleya Cruz. "O objetivo principal, neste momento crítico, é evitar óbitos em nosso território. E isso só será possível por meio de ações integradas entre Estado, municípios e a conscientização da população para controlar efetivamente a proliferação do Aedes aegypti", finalizou.