Montes Claros é o primeiro município do Norte de Minas que, no dia 17 de janeiro deste ano, iniciou a implementação do projeto de fortalecimento e monitoramento do Aedes aegypti com a metodologia de uso de ovitrampas. O trabalho conduzido pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está sendo executado pelo Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde e, numa primeira fase, contempla a instalação de 543 armadilhas em residências localizadas em regiões estratégicas do município, visando monitorar a proliferação do mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya, zika e da febre amarela. 

A coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explica que “as ovitrampas são armadilhas constituídas por um vaso de planta preto, no qual é adicionada água, uma palheta de madeira e substância atrativa para o mosquito”. Segundo a coordenaora, nesse ambiente, fêmeas do Aedes aegypti depositam ovos e, por meio de monitoramento semanal, agentes de controle de endemias avaliam a evolução ou não da proliferação do mosquito. “Caso necessário, são agilizadas as ações de eliminação de focos nas regiões mais infestadas evitando, com isso, o aumento de casos notificados de dengue, chikungunya, zika e da febre amarela urbana”, disse Agna Menezes. 

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A partir deste mês, além de Montes Claros, a implantação do projeto de fortalecimento e monitoramento do Aedes aegypti envolve outros dez municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A iniciativa conta com a participação do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 

Em novembro de 2023, durante apresentação do projeto em Montes Claros, Danielle Capistrano, coordenadora Estadual de Vigilância das Arboviroses e Controle Vetorial (Cevarb) explicou que “a utilização de ovitrampas já existe há um bom tempo, porém a metodologia ainda não estava na rotina de trabalho dos agentes de controle das arboviroses. Então o Ministério da Saúde começou a incentivar que todos os municípios utilizem a metodologia e a SES-MG está investida nesse processo”. Danielle Capistrano esclarece que a meta é implantar o uso das ovitrampas em todos os municípios mineiros, mas como são muitas localidades o trabalho será executado por etapas.

Ainda segundo a coordenadora, “a metodologia é complementar a outros métodos de monitoramento do Aedes aegypti. As armadilhas vão fornecer mais conhecimento e dados aos municípios sobre a presença do mosquito nos territórios”.

A diretora de vigilância epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, Maria Clara Lélis Ramos Cardoso, entende que “o uso das ovitrampas é uma estratégia importante, principalmente porque permite determinar as áreas mais vulneráveis à infestação, antes do aparecimento de casos de arboviroses. Porém, é importante destacar que a ação mais efetiva de combate ao Aedes aegypti continua sendo cada morador cuidar de sua residência”.

 

Por Pedro Ricardo / Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros

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