Com o objetivo de reforçar a mobilização dos municípios para a implementação de ações voltadas para o Dia Mundial contra a Aids (1º de dezembro), a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros realizou nesta quarta-feira, 23, videoconferência com referências técnicas de atenção primária e de vigilância epidemiológica e de saúde. A iniciativa contou com a participação do Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores de Aids de Montes Claros (Grappa) e do Movimento LGBTQIA+ dos Gerais (MGG) que apoiam as ações do mês conhecido como Dezembro Vermelho, em referência ao laço vermelho que simboliza a solidariedade de pessoas ao redor do mundo em resposta à epidemia

Durante a videoconferência, a referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Helen Regina Pinheiro Rodrigues, destacou a importância dos municípios mobilizarem os mais diversos segmentos sociais e da população com ações de educação em saúde, referentes ao vírus HIV e à Aids. 

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“Neste ano o tema da campanha Dezembro Vermelho é Comunidades Liderando. O objetivo é reforçar a integração de ações entre as diversas instituições da sociedade para abordagem do tema HIV/Aids perante os mais diversos segmentos da população. Precisamos ampliar as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce das pessoas diagnosticadas com HIV ou Aids. Quanto mais cedo isso acontecer, melhor será a qualidade de vida dos pacientes”, ressaltou Helen Rodrigues. 

A referência técnica destacou que, das 439 Unidades Básicas de Saúde (UBS) existentes em 54 municípios da área de atuação da SRS Montes Claros, 422 já realizam testes rápidos para a detecção de infecções sexualmente transmissíveis, entre elas HIV/Aids, sífilis e hepatites virais.

Outro ponto observado por Helen Rodrigues é o fato de que a população com idade entre 20 e 39 anos é a que concentra o maior número de pessoas acometidas pelo HIV/Aids, daí a necessidade dos serviços de saúde, com apoio de outras entidades, levar o tema para debate nas escolas e universidades.

“A abordagem assertiva é importante, pois a discriminação, o preconceito e as desigualdades sociais não contribuem para a redução dos óbitos. Tais situações inviabilizam a assistência integral às pessoas que vivem com o HIV/Aids. Esse é o grande desafio da Organização Mundial da Saúde que tem a meta de acabar com a Aids até o ano 2030”, frisou a referência técnica.

Por sua vez, o enfermeiro, Dario Ruas, coordenador do Grappa em Montes Claros, destacou a importância do trabalho que a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) implementa na mobilização dos municípios para o enfrentamento ao HIV/Aids. 

“Isso já tem resultado em ações positivas pois, aliado a outras iniciativas que o Grappa já desenvolve com ações educativas em escolas e empresas públicas e privadas, vários municípios como São João da Ponte, Lagoa dos Patos e Taiobeiras vão desenvolver ações no Dezembro Vermelho com o apoio do nosso grupo”, pontuou o coordenador. 

O presidente do Movimento LGBTQIA + dos Gerais, José Cândido de Souza Filho, também destacou a importância da mobilização da população e dos grupos de risco para as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do HIV/Aids. 

“A integração dos serviços de saúde com as organizações não governamentais e demais entidades da sociedade civil é de fundamental importância. Isso porque, as infecções sexualmente transmissíveis são um problema que atinge todos os segmentos da população e não apenas as pessoas dos grupos de risco. Por isso, o Dezembro Vermelho constitui uma importante oportunidade para o reforço das ações de prevenção, diagnóstico e tratamento precoce do HIV/Aids, bem como de outras infecções sexualmente transmissíveis”, reforçou José Cândido.

 

Incidência

Durante a videoconferência, a SRS Montes Claros apresentou aos municípios dados sobre a incidência do HIV/Aids. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), desde a sua descoberta, em 1981, a doença já matou mais de 40 milhões de pessoas. Em 2022, a cada minuto aconteceu uma morte em decorrência da Aids, totalizando 630 mil óbitos no mundo. Por outro lado, atualmente cerca de 39 milhões de pessoas vivem com o HIV, sendo que, desse total, 29,8 milhões estão em tratamento.

No Brasil, em 2022, ocorrem 13 mil mortes em decorrência da Aids e 990 mil pessoas vivem com o vírus HIV. 

Já em Minas Gerais, dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) apontam que, entre 2010 e 2023, existem 40 mil 723 pessoas portadoras do vírus HIV e 29 mil 200 com Aids.

 

Por Pedro Ricardo

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