A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu dia 15 de setembro, em Bocaiúva, a realização de encontro sobre o diagnóstico, manejo e tratamento da tuberculose. A iniciativa contou com a participação de médicos e enfermeiros que atuam em serviços de atenção primária à saúde, bem como técnicos que trabalham nas áreas de vigilância epidemiológica e de saúde dos municípios de Francisco Dumont, Engenheiro Navarro, Bocaiúva, Olhos D´Água e Guaraciama.

A realização do encontro deu continuidade ao trabalho iniciado em abril deste ano, na microrregião de saúde de Francisco Sá, com o objetivo de intensificar as ações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) para o enfrentamento da tuberculose no Norte de Minas. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelas referências técnicas da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros Damaris Soares e Siderllanny Aparecida Vieira Mendes de Brito. 

Os temas abordados no encontro focaram no diagnóstico e nas diretrizes assistenciais para o tratamento da doença; a importância do trabalho dos profissionais que atuam nos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) nas ações de prevenção, diagnóstico precoce e controle da disseminação de tuberculose; questões relativas à organização da rede laboratorial; a introdução de inovações no diagnóstico e fluxos de atendimento; encaminhamento de pacientes para tratamento em centros de referência e a busca ativa de sintomáticos respiratórios.

 

Profissionais de saúde participaram de encontro em Bocaiúva“Entre as estratégias e prioridades para a implementação das ações de controle da tuberculose está a realização de capacitações de profissionais de saúde, incluindo os agentes comunitários de saúde que desempenham importante trabalho na busca ativa de sintomáticos respiratórios. Além disso, esses profissionais viabilizam o fortalecimento do vínculo dos serviços de saúde com os pacientes, essencial para a adesão e o sucesso do tratamento”, ressalta Siderllanny Brito.

Outra estratégia que a SES-MG está implementando junto com os municípios se refere ao fortalecimento da vigilância e assistência ao enfrentamento da tuberculose nas populações especiais, entre elas instituições com pessoas privadas de liberdade. Também estão sendo realizadas análises epidemiológicas conjuntas com a Coordenação de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) para a qualificação das informações e fortalecimento das atividades colaborativas.

Dados da SES-MG apontam que, em 2022, foram notificados 4 mil 773 casos de tuberculose no estado. Desse total, 2 mil 158 casos foram notificados em 15 municípios. 

No ano passado, com 122 casos notificados, Montes Claros ficou na sétima posição entre os municípios do estado com maior incidência da doença. Porém, ainda de acordo com dados da SES-MG, 543 municípios notificaram pelo menos um caso de tuberculose em 2022. 

Entre 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, no ano passado, foram notificados 205 casos de tuberculose. Trinta e seis municípios registraram pelo menos um caso da doença.

A próxima microrregião de saúde a ser contemplada pela realização de encontro sobre o diagnóstico, manejo e tratamento da tuberculose será a de Janaúba. O encontro acontecerá no período de 26 a 28 de setembro, em Porteirinha.

 

Tratamento e cura

A tuberculose é transmitida de pessoa para pessoa pelo ar, quando o doente tosse, espirra, canta ou fala. A tosse, com duração de duas ou mais semanas, é um dos principais sintomas da doença, acompanhada ou não de febre ao final da tarde, suor noturno e emagrecimento.

“Qualquer pessoa pode adoecer por tuberculose, mas aquelas que vivem com o vírus HIV/Aids; diabéticos; pessoas que convivem com outras acometidas por tuberculose; pessoas em situação de rua ou privadas de liberdade estão entre os grupos de maior risco de adoecimento”, alerta a coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes.

Apesar da gravidade da doença, ela tem cura. O tratamento é gratuito e está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, frisa Agna Menezes, “o abandono do tratamento no tempo mínimo de seis meses é um dos principais desafios para o controle da tuberculose. Trata-se de uma situação grave e que pode levar o doente à morte, além de manter a transmissão da doença e ocasionar o aparecimento de bactérias mais resistentes aos medicamentos”.

Por Pedro Ricardo / Foto: SRS Montes Claros

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