Mais de 100 enfermeiros e médicos da macrorregião de Saúde Triângulo Sul foram capacitados para o manejo da tuberculose, no auditório da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), de forma presencial, no dia 11 de maio, e também à distância, no dia 12, por meio de vídeo chamada, a fim de ampliar o acesso dos profissionais dos municípios. A capacitação foi ministrada pela equipe do Laboratório Macrorregional da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberaba, juntamente com a enfermeira responsável pelo Programa Municipal de Controle da Tuberculose (PMCT) do município de Uberaba, Patrícia Alexandre, o médico infectologista e professor da UFTM, Rodrigo Molina, e a referência técnica do nível terciário no manejo da doença, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Silvana Spínola.
Foram abordados sintomas respiratórios, Infecção Latente por Tuberculose (ILTB), prova tuberculínica, diagnóstico laboratorial, micobactérias não tuberculosas, tuberculose multirresistente, manejo clínico da tuberculose em adultos, protocolo clínico e operacional para o controle da tuberculose em Minas Gerais e manejo clínico da ILTB. A estratégia da Organização Mundial de Saúde (OMS), publicada em 2017, “um mundo livre da tuberculose: zero morte, zero caso novo e zero sofrimento devido à tuberculose”, que tem por objetivo o fim da epidemia global da doença, também foi trazida ao público das reuniões. De acordo com o documento, as metas para 2035, são: reduzir o coeficiente de incidência em 90% e o número de óbitos em 95%, comparados com 2015.
A referência técnica em tuberculose da SRS Uberaba, Júnia Vilela, afirmou que, “em 2022, foram notificados, 155 casos de tuberculose, sendo 126 casos novos, 7 recidivas, 11 reingressos após abandono, 9 transferências de outros municípios e estados e 1 óbito com exame positivo posterior à ocorrência do evento, nos 27 municípios da SRS Uberaba. A incidência geral é de 18,53 casos por 100 mil habitantes da macrorregião, enquanto no estado de Minas, é de 14 casos por 100 mil habitantes, e no Brasil, 32 casos por 100 mil habitantes”, disse Júlia.
Segundo Patrícia Alexandre, responsável técnica do Programa Municipal de Controle da Tuberculose de Uberaba, a capacitação foi um importante espaço para ajuste de condutas profissionais, entre as diretrizes propostas pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose e as ações desenvolvidas nos municípios. Segundo ela, “o repasse de atualizações com impacto direto na assistência, permite repensar o diagnóstico e o tratamento de pacientes com base nos indicadores da doença e nas especificidades de cada um, o que resulta em mais habilidade e confiança no trabalho”.
Enquanto isso, o médico Rodrigo Molina, salientou que a tuberculose multirresistente vem aumentando no Brasil e no mundo, dificultando o tratamento com as principais drogas utilizadas, o que faz com que a doença se torne mais agressiva e deixe mais sequelas. Por isso, “é muito importante que o profissional de saúde acompanhe de perto seus pacientes, garantindo que eles cheguem ao final do tratamento, evitando a resistência. Além disso, falamos também do aumento de casos de micobactéria não tuberculosa, que tem grande impacto em pacientes imunossuprimidos ou com alguma lesão pulmonar. Isso nos faz chamar atenção para que os médicos realizem o diagnóstico, por meio de cultura, nos pacientes em tratamento de tuberculose que não melhoram” conclui Rodrigo.