O Comitê Regional de Combate de enfrentamento à zika, dengue e chikungunya da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Manhuaçu, apresentou, em reunião, o balanço das atividades de combate ao Aedes aegypti nos meses de março e abril de 2023, aos 34 municípios da SRS.
Desde o início do ano, o setor de Vigilância Epidemiológica da SRS Manhuaçu adotou medidas para melhorar o monitoramento e apoio aos técnicos dos municípios das microrregiões de Saúde de Manhuaçu e Carangola. “Desde o início do ano estamos monitorando os dados epidemiológicos e percebemos uma crescente nos últimos meses, o que nos causa preocupação. Em outros anos, nesta mesma época, não tínhamos um número tão expressivo de municípios em alta e muito alta incidência nesse período”, relata Douglas Oliveira, referência técnica em arboviroses da SRS Manhuaçu.
Ações no Território
A SRS Manhuaçu tem intensificado as ações preventivas para chamar a atenção sobre a situação epidemiológica das arboviroses dos 34 municípios de sua área de abrangência. O alerta visa orientar os municípios em relação ao aumento de casos de dengue, além do reforço de orientações assistenciais, notificações e ações de enfrentamento. No mês de abril, visitas aos municípios em alta e muito alta incidência foram feitas pelas equipes do Núcleo de Vigilância de Atenção Primária da Regional.
“Aproveitamos essa oportunidade no próprio município para passar orientações sobre manejo clínico, fluxo e definição de casos suspeitos de dengue, zika e chikungunya, e fazer o lançamento dos dados no sistema. Além disso, escutamos todas as ações que estão sendo executadas pelos técnicos e sugerimos, nessa ocasião, a adoção de estratégias conforme a realidade de cada localidade”, destacou a coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da SRS Manhuaçu, Grace de Oliveira Vidal Faria.
Os primeiros municípios a receberem equipes da SRS foram Matipó, seguido de Manhuaçu e Durandé. Na sequência, o comitê esteve nos municípios de Lajinha, Manhumirim e Martins Soares. Em todas as visitas as equipes da SRS falaram da importância da realização de ações de combate ao Aedes aegypti em parceria com outros setores da administração municipal e organizações.
Óbitos e casos em investigação
De acordo com os técnicos da SRS Manhuaçu, a presença de diversos atores da sociedade civil e do poder público no combate às arboviroses é extremamente importante. Segundo dados do núcleo de vigilância, há 1 caso de óbito confirmado na área da SRS Manhuaçu, e outros 4 óbitos estão em investigação.
“Percebemos um aumento na proliferação do mosquito, principalmente devido a fatores ambientais e climáticos. Além disso, há confirmação de 10 municípios em nosso território já classificados como muito alta incidência pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e dois municípios enquadrados como alta incidência. Isso nos deixa preocupados”, ressaltou Juliano Estanislau Lacerda, superintendente regional de saúde de Manhuaçu.
Lacerda destacou ainda que a SRS Manhuaçu acompanha a situação epidemiológica e intensificou, por meio do comitê, as ações de combate ao mosquito, bem como as orientações quanto ao manejo clínico dos pacientes, mostrando ainda a importância da participação da comunidade nesse contexto.
Combate à dengue, zika e chikungunya
A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que também é responsável por transmitir duas graves enfermidades: a zika e a chikungunya. Para controlar a proliferação do mosquito é preciso evitar água parada, em qualquer época do ano, mantendo bem tampados tonéis, caixas d'água e barris; acondicionar pneus em locais cobertos; remover galhos e folhas de calhas; não deixar água acumulada sobre a laje; encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez por semana e fazer sempre a manutenção de piscinas.
Além disso, é importante trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana; colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas; fechar bem os sacos de lixo e não deixar ao alcance de animais; manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo; tampar ralos; catar sacos plásticos e lixo do quintal, entre outras medidas que impeçam o acúmulo de água e de sujeiras.
Sintomas
Os principais sintomas da dengue são: febre alta; dores musculares intensas; dor ao movimentar os olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça; manchas vermelhas no corpo. Em caso de suspeita é fundamental procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico.
Já os sintomas da chikungunya são: febre, dores intensas nas articulações, dor nas costas, erupção avermelhada na pele, dor de cabeça, náuseas e/ou vômitos, dor retro-ocular, dor de garganta, calafrios, diarreia e/ou dor abdominal (os sintomas gastrointestinais são mais comuns em crianças).
Os sintomas da zika: febre baixa (≤38,5 °C) ou ausente, erupção na pele e urticária de início precoce, conjuntivite sem pus, dor de cabeça, dor nas juntas, fraqueza, dor muscular, aumento dos linfonodos, inchaço e dores nas articulações.