A Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG – Campus Sabará) promovem o curso “Práticas Corporais nos Polos de Academias da Saúde de Minas Gerais: formação de instrutores de Tai Chi Chuan (Taiji Quan) e Qi Gong”. A capacitação tem como objetivo contribuir com o fortalecimento das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) dos Polos da Academia da Saúde nos municípios mineiros e também formar profissionais de saúde para atuarem como instrutores de práticas corporais em Medicina Tradicional Chinesa (Tai Chi Chuan/Taiji Quan e Qi Gong) nos Polos do Programa Academia da Saúde, em Minas Gerais.

imagem6 menor

Nesta terça-feira, dia 07/02, foi a abertura das atividades e aconteceu a primeira aula da primeira turma, na sede da ESP-MG, em Belo Horizonte. A previsão é que esta primeira turma seja concluída em março de 2023. A capacitação é voltada para profissionais que atuam nos polos da Academia da Saúde de Minas Gerais e tem carga horária de 70 horas/aulas, com três encontros presenciais na ESP-MG.

A coordenadora de educação, trabalho e saúde da ESP-MG e uma das responsáveis pelo curso, Amanda Nathale Soares, explicou que esta capacitação envolveu muitas pessoas e vem sendo planejada desde abril de 2022. Ela também informou que a ação será de médio prazo, por 03 anos e a intenção é que sejam formadas 12 turmas neste período, sendo que em 2023 serão ofertadas 04 turmas, sendo que esta primeira está contemplando a macro centro. “Vocês são a primeira turma, os percursores. Esperamos que este curso faça a diferença na prática de vocês, junto à comunidade. A Escola é um espaço de cada um de vocês, que são trabalhadores do SUS”, destacou durante sua fala de abertura.

O Superintendente de Educação e Pesquisa em Saúde da ESP-MG, Paulo Mendes, deu as boas-vindas aos profissionais e ressaltou a importância deles se capacitarem, pois poderão trazer conhecimentos e promover melhorias para os usuários do SUS, que acessam esses serviços.

Sobre a importância de o curso ser voltado aos profissionais que atuam diretamente na ponta, com os usuários do SUS, a referência técnica da Coordenadoria de Práticas Integrativas e Complementares da SES-MG, Paula Souza Oliveira, comentou que eles também são os responsáveis pela construção diária do sistema público de saúde. Conforme Paula Souza, a formação em práticas integrativas, como várias ações de educação permanente, é uma demanda real do SUS. “Nas nossas ações de monitoramento qualitativo do estado, a gente sempre vê esta necessidade, dos profissionais solicitando formação, então entendemos que esta é uma ótima oportunidade de unir essa demanda, com uma necessidade do sistema, dos usuários”, completou. Em relação aos critérios para poder participar do curso, Paula Souza explica que há um monitoramento dos polos credenciados, sendo que município que tiver um polo credenciado, terá direito a uma vaga por macrorregião. Além disso, alguns critérios precisam ser observados, como por exemplo, ter experiência com práticas corporais e movimento e ser servidor efetivo, para poder garantir a continuidade do cuidado.

Tai Chi Chuan

O termo Tai Chi Chuan pode ser traduzido como: Tai Chi = Movimento do Universo e Chuan = Punhos/Luta, a Luta do Movimento do Universo, arte marcial chinesa cujos movimentos circulares e a respiração profunda e lenta proporcionam equilíbrio mental e físico. O Tai Chi Chuan é prática corporal coletiva de origem oriental que consiste em posturas de equilíbrio corporal e na realização de movimentos lentos e contínuos que trabalham, simultaneamente, os aspectos físico e energético do corpo. As práticas corporais da Medicina tradicional Chinesa, como o Tai Chi Chuan, estão associadas na prevenção dos principais fatores de risco para doenças crônicas com redução no peso corporal, diminuição da pressão arterial, triglicerídeos e colesterol total de seus praticantes.

José Marcello Salles Giffoni, servidor do IFMG, é docente na capacitação, ele também é professor de Tai Chi Chuan há mais de 20 anos e coordena o “Projeto Tai Chi Chuan no Parque”, no Parque Municipal Américo R. Giannetti em Belo Horizonte, desde 2003. Conforme Giffoni, o Tai Chi Chuan é uma arte marcial, “que tem uma perspectiva individual, mas, ao mesmo tempo, também se faz coletivamente e proporciona, conforme uma visão da medicina chinesa, tanto o benefício do equilíbrio interno, porque é uma prática meditativa, que trabalha a coordenação motora, postura, respiração, quanto vantagens coletivas, porque a prática se dá em um ambiente coletivo, de interação, de troca de experiências, em uma ambiência transgeracional, já que idosos e jovens podem praticar”, detalhou.

Para Barbara Quintelha Zanette, fisioterapeuta, referência técnica da SES-MG, na Coordenação de alimentação saudável e adequada, responsável pelo programa academia da saúde em âmbito estadual e uma das alunas do curso, as expectativas são ótimas e ela também acredita que a capacitação irá agregar muitos conhecimentos. “Um dos objetivos deste curso é fortalecer as ações dentro dos polos da academia da saúde aqui em MG e já temos mais de 500 polos concluídos e a gente sabe que a demanda da população é muito grande, então esse tipo de formação é essencial para fortalecer o programa, as práticas corporais e as PICs no estado. Todo mundo que está aqui, tem muita vontade de aprender, de levar coisas novas para o local de trabalho, para os usuários do sus”, enfatizou.

Segundo a psicóloga Paulina Dias, do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, a expectativa é poder fortalecer a academia da saúde com o maior número de modalidades das PICs. Conforme a psicóloga, que atua na academia da saúde em Santa Luzia, “quero colocar essa prática dentro dos postos de saúde e ajudar também a desmistificar o olhar sobre essas atividades. Eu já faço a meditação lá e agora com o Tai Chi, estou com uma mega expectativa, de poder agregar mais pessoas e ofertar mais modalidades para os usuários do SUS se beneficiarem e também se apropriarem do espaço”, comentou.

Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS)

Conforme o Ministério da Saúde, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) são recursos terapêuticos que buscam a prevenção de doenças e a recuperação da saúde, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. As práticas foram institucionalizadas por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC).

Após a criação da PNPIC, o Estado de Minas Gerais percebeu a necessidade de criar uma política estadual que orientasse as diretrizes de acordo com a realidade do estado e de seus municípios. Deste modo, foi criada a Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares de Minas Gerais (PEPIC MG), Resolução SES MG nº 1885 de 27 de maio de 2009.

O cuidado das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) é transversal a toda a Rede de Atenção à Saúde, ou seja, pode ser ofertado em seus diversos serviços no SUS: Unidade de Atenção Primária à Saúde; Pólos da Academia da Saúde; Programa de Cessação ao Tabagismo; Equipes de Consultório na Rua; Saúde Prisional, as Equipes de Saúde Ribeirinhas e Fluviais; Centros/Serviços de Referência em PICS; Centros de Atenção Psicossocial (CAPS e suas modalidades); Centros Especializados em reabilitação (diversas modalidades); Serviços de urgência; Serviços de dor; Maternidades ou centros de parto; Serviços de referência em doenças crônicas; Serviços de atenção domiciliares; Hospitais Gerais, entre outros. Para saber quais as Práticas Integrativas em Saúde disponíveis, o cidadão deve procurar a Unidade de Atenção Primária em Saúde mais próxima para se informar. Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/pics.

Por Vívian Campos (ESP-MG)

Enviar para impressão