A Regional de Itabira, por intermédio da Coordenação de Vigilância Epidemiológica, realizou nos dias 06, 07 e 08 de abril, uma capacitação com ênfase em arboviroses para equipe de agentes de endemias do município de Dores de Guanhães.

De acordo com referência técnica em endemias da Regional de Saúde de Itabira, Antônio Carlos Rodrigues, que coordenou as atividades, o objetivo da capacitação foi apresentar um panorama geral sobre endemias, além das ações de campo, de combate às arboviroses e técnicas de reconhecimento geográfico.

“Durante a capacitação, os novos agentes puderam conhecer e entender melhor as ações de campo e o Programa Nacional de Controle da Dengue, bem como as principais arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti e os métodos de enfrentamento, prevenção e controle”, explicou Antônio Carlos.

A capacitação contou com três momentos distintos. No primeiro dia foi discutido o panorama atual das endemias, a preparação para o segundo Levantamento de Índice Amostral (Lia) do ano de 2022, além de discussões acerca das atribuições do supervisor de campo.

Créditos: Flavio Samuel

Já no segundo dia, a referência técnica apresentou a indicação de recolhimento das armadilhas em áreas urbanas, e a mudança de metodologia de enfrentamento às arboviroses no município, bem como a inspeção no aterro controlado de lixo na localidade de Taquaral, funcionando como uma atividade prática de campo. Por fim, no terceiro e último dia de treinamento foi realizado um alinhamento técnico com a coordenação de vigilância epidemiologia e equipe, visando finalizar o planejamento de ações de enfrentamento às arboviroses para o ano de 2022.

A referência técnica destacou ainda que o Reconhecimento Geográfico (RG) é o instrumento que tem a finalidade de identificação e registro de localidades e imóveis, no intuito de nortear as ações a serem executadas no município para enfrentamento de arboviroses e outras endemias.

“Este importante trabalho técnico é a descrição de uma localidade através de traços geométricos, gráficos e dados estatísticos. E geralmente é realizado antes das atividades de controle vetorial nas áreas urbanas ou rurais sem delimitações, viabilizando os demais trabalhos de Vigilância”, explicou Antônio Carlos.

A capacitação contou também com a participação do prefeito municipal, Welerson Último de Souza (Léo), da secretária adjunta de Saúde, Oziane Ribeiro, e da coordenadora municipal de vigilância epidemiológica, Gislaine de Araújo Alvarenga.

O Coordenador de Vigilância Epidemiológica da Regional de Saúde de Itabira, Marcelo Barbosa Motta, ressaltou que este tipo de capacitação é uma ação institucional junto aos municípios que compõem as microrregiões de saúde de João Monlevade, Itabira e Guanhães. E que a Regional continuará com esta metodologia de trabalho, no sentido de monitorar de perto os municípios, seja capacitando ou apenas acompanhando as ações de enfrentamento às arboviroses e a próxima visita técnica será no município de Morro do Pilar, mas ainda sem data definida.

“Temos que preparar tecnicamente os agentes de campo para que as ações de prevenção e enfrentamento dessas arboviroses sejam efetivas. Estamos também promovendo a saúde pública por meio da educação permanente, padronizando as atividades do Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) em nossos municípios”, explicou Marcelo.

As doenças causadas pelo Aedes Aegypti

A dengue, zika e chikungunya são infecções causadas por vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Embora tenham sintomas parecidos, elas apresentam algumas características que podem ajudar a diferenciá-las.

A dengue é uma doença infecciosa febril e dura em torno de dez dias. Os sintomas são febre acima de 38°C (com duração de quatro a sete dias), dor de cabeça e no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos. Pode provocar também falta de apetite e mal-estar.

Já a chikungunya é uma doença causada por um vírus do gênero Alphavirus transmitida por insetos do gênero Aedes. A infecção provoca febre alta (duração de dois a três dias), dor de cabeça, dores articulares intensas e dores musculares, manchas na pele (podendo surgir entre o 2º e 5º dia), olhos vermelhos e coceira. O período médio de incubação da doença é de três a sete dias (podendo variar de um a 12 dias). Não existe tratamento específico, nem vacina disponível para prevenir a infecção por esse vírus.

A infecção pelo zika vírus provoca febre moderada (duração de um a dois dias), dor de cabeça, dores articulares e musculares, manchas na pele (surgem no 1° ou 2º dia) e olhos vermelhos.

Situação Epidemiológica

Até 05/4, Minas Gerais registrou 21.928 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 9.248 casos foram confirmados para a doença. Seis óbitos foram confirmados pela doença em em Minas Gerais (Espinosa, Bom Sucesso, Medeiros, Rio Paranaíba, Betim e Buritizeiro) e 15 óbitos são investigados até o momento.

Em relação à febre Chikungunya, foram registrados 1.637 casos prováveis da doença, dos quais 400 foram confirmados. Até então, não há nenhum caso de óbito confirmado por Chikungunya em Minas Gerais, e dois seguem em investigação.
Quanto ao vírus Zika, foram registrados 42 casos prováveis, sendo cinco confirmados para a doença. Não há óbitos por Zika em Minas Gerais até o momento.

Por Flávio A. R. Samuel

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