Em uma ação articulada pela Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e pelas Gerências Regionais de Saúde (GRSs) de Januária e Pirapora, juntamente com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), treze hospitais do Norte de Minas formalizaram propostas para abrir 141 novos leitos para reforçar o atendimento pediátrico. A iniciativa leva em conta o aumento das internações por Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) e o Plano de Ação Estadual para o Enfrentamento de Doenças Respiratórias na área da Pediatria, lançado no dia 29/4 pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

Nesta quinta e sexta-feira (9 e 10/5), a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros e as Gerências Regionais de Saúde de Januária e Pirapora encaminharam para o nível central da SES-MG as propostas formalizadas pelos hospitais. Ao todo as instituições estão propondo a abertura de 76 leitos clínicos; 45 Unidades de Tratamento Intensivo Pediátricas (UTIs); dez leitos de Suporte Ventilatório Pulmonar Pediátricos (SVP-P) e dez Unidades de Cuidados Intermediários Neonatais (UCINco).

10.05.2024- UTIs pediátricas Hospital das Clínicas

Por instituição, as propostas de abertura de novos leitos pediátricos estão definidas da seguinte forma: Hospital das Clínicas Dr. Mário Ribeiro da Silveira (20 UTIs; dez leitos de suporte ventilatório pulmonar e dez unidades de cuidados intermediários neonatais); Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan – dez UTIs e dez leitos clínicos); Santa Casa de Montes Claros (dez UTIs e dez Leitos Clínicos); Fundação Hospitalar Dr. Moisés Magalhães Freire, de Pirapora (uma UTI e dez leitos clínicos); Hospital Santo Antônio, de Taiobeiras (quatro UTIs e seis leitos clínicos); Hospital Municipal Dr. Oswaldo Prediliano Santana, de Salinas (dez leitos clínicos); Hospital Municipal de Januária, Fundação Hospitalar de Amparo ao Homem do Campo, de Manga e Hospital Senhora Santana, de Brasília de Minas (sete leitos clínicos em cada instituição); Hospital São Vicente de Paulo, de Coração de Jesus (três leitos clínicos); Hospital São Sebastião, de Mirabela, Hospital Municipal Gil Alves, de Bocaiuva e a Unidade Mista Dr. Brício de Castro Dourado, de São Francisco (dois leitos clínicos em cada instituição).

Atualmente o Norte de Minas possui 199 leitos clínicos pediátricos e 40 leitos cirúrgicos pediátricos. Em Montes Claros, município de referência macrorregional para atendimentos de média e alta complexidade em saúde, estão instalados 47 leitos clínicos pediátricos; 14 UTIs, sendo 12 disponibilizadas ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 31 leitos cirúrgicos pediátricos.

A superintendente regional de Saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, pontua que, junto com o Cosems e dirigentes de hospitais, a Secretaria de Estado de Saúde está unindo esforços para viabilizar a ampliação dos leitos pediátricos no Norte de Minas, levando em conta o aumento das demandas de internações causadas por síndromes respiratórias agudas graves. “Mesmo antes do inverno estamos vivenciando essa situação em todas as regiões do estado e do país, o que exige trabalho conjunto dos gestores de saúde para viabilizar o atendimento de demandas da população”.
Atualmente, Minas Gerais possui 3.401 leitos pediátricos, dos quais 2.634 estão disponibilizados para o SUS. O estado possui 470 UTIs pediátricas, sendo 259 destinadas ao atendimento de demandas do SUS e 27 leitos de cuidados intermediários de pediatria.

O coordenador de Redes de Atenção à Saúde na SRS Montes Claros, João Alves Pereira, explica que, por meio da Deliberação 4.684, publicada no dia 6/5, pela Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS), estão aptos ao recebimento de recursos financeiros para a abertura de novos leitos de pediatria os estabelecimentos que informarem a necessidade e a capacidade operacional. Até 24 de maio os hospitais poderão enviar à SES-MG as solicitações para abertura de leitos pediátricos, que não poderá exceder 30% da capacidade instalada. O valor da diária para leito clínico será de R$ 300,00.

“No que se refere às UTIs pediátricas e aos leitos de cuidados intermediários, os valores das diárias estão fixados em R$ 2 mil e R$ 500,00, respectivamente, conforme definido na Portaria 3.556, publicada no dia 18/4 pelo Ministério da Saúde. Entretanto, para fazer jus aos repasses, os municípios deverão ser incluídos no Plano Estadual para Enfrentamento à Síndrome Respiratória Aguda Grave em Pediatria”, explica o coordenador.

Cenário e vacinação
Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de Vigilância em Saúde e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) na SRS Montes Claros, explica que, até o dia 2/5, Minas Gerais teve 6.193 casos notificados de síndrome respiratória aguda grave. Desse total, 434 notificações foram realizadas no Norte de Minas.
Neste ano, o Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe) aponta que ocorreram 623 óbitos em Minas Gerais causados por SRAG, sendo 18 casos no Norte de Minas.

A coordenadora de Vigilância em Saúde e do Cievs alerta que o cenário epidemiológico das síndromes respiratórias agudas graves é preocupante, pois o inverno ainda não começou. As síndromes respiratórias têm como causas a predominância de vírus Influenza tipos A e B; Vírus Sincicial Respiratório; SARS-COV-2 (causador da covid); bactérias, fungos e outros agentes. “Para conter o avanço das síndromes respiratórias as pessoas que compõem os públicos alvos da vacinação contra a gripe precisam procurar se imunizar antes do início do inverno. A campanha prossegue até 31/5 e, até o momento, na área de atuação da SRS, a cobertura vacinal está em 32,9%”, ressalta.

Na semana passada o Ministério da Saúde (MS) ampliou a vacinação contra a influenza (gripe) para toda a população a partir dos seis meses de idade. Porém, ainda integram os grupos prioritários: crianças de seis meses a menores de seis anos; crianças indígenas de seis meses a menores de nove anos; trabalhadores da saúde; gestantes; puérperas; professores dos ensinos básico e superior; povos indígenas; idosos com 60 anos ou mais; pessoas em situação de rua; profissionais das Forças Armadas, forças de segurança e de salvamento; pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade); pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo percurso); trabalhadores portuários; funcionários do sistema de privação de liberdade; população privada de liberdade; quilombolas; adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).

Por Pedro Ricardo