A Regional de Saúde de Uberaba promoveu, na última terça-feira (26/02), oficina para discutir a situação das arboviroses na Região Ampliada de Saúde Triângulo do Sul. O evento foi idealizado pelo Comitê de Enfrentamento das Doenças Transmitidas pelo Aedes da Regional, em parceria com a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) e contou com a participação de cerca de 130 profissionais médicos e enfermeiros, de 25 municípios da região. Durante o encontro, que ocorreu Auditório Safira da UFTM, foram abordados o manejo clínico da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela e o cenário regional das doenças.

De acordo com o responsável pelo Comitê, Maurício de Oliveira, a maior preocupação nesse momento é com a dengue, que até a presente data, já apresenta números de casos prováveis maior do que o ano inteiro de 2018. “Estudos mostram que, de tempos em tempos, há uma maior chance de epidemia, o que exige mais atenção também. Além disso, os primeiros resultados laboratoriais da nossa região comprovam a circulação do sorotipo 2 do vírus da dengue, pouco prevalente em outros períodos, e isso torna maior o número de pessoas suscetíveis”, explica.

Denise Maciel Carvalho, integrante do Comitê Regional e uma das organizadoras da capacitação, afirma que óbitos podem ser evitados pelo manejo clínico adequado dos pacientes desde a primeira consulta. “Os casos suspeitos de arbovirose devem receber a classificação adequada de atendimento e, quando os profionais da equipe de saúde estão sensíveis a essa necessidade e seguem adequadamente os protocolos recomendados, este risco é bem menor”, afirma.

Créditos: Sara Braga

Já Thaysa Drummond, infectologista e diretora clínica do Hospital Eduardo de Menezes (FHEMIG), localizado em Belo Horizonte, contou a experiência do hospital no acolhimento dos pacientes com Febre Amarela, durante os períodos de epidemia da doença, no estado. Thayssa assegura que, “na região Triângulo Sul, o principal é a organização da rede enquanto canal contínuo de comunicação, determinar as referências para os agravos nos hospitais, definir fluxos de atendimento e realizar constantes capacitações”. Segundo ela, isso garante um bom enfrentamento de possíveis situações de crise, além de um constante monitoramento.

A médica generalista da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araxá, Luciana Rabelo Araújo, considerou pertinente reforçar condutas e diagnósticos destes agravos para que os profissionais fiquem mais atentos. “Algumas informações são peculiares, como por exemplo, a falta de febre em pacientes de grupos de risco. Por isso, é ideal nos prepararms agora, para o enfrentamento dos períodos mais intensos nos municípios” concluiu.

Febre Amarela

No período de monitoramento 2018/2019, até a presente data, não foram registrados casos humanos confirmados de febre amarela silvestre no estado de Minas Gerais. Neste período de monitoramento 2018/2019, foram registradas epizootias em 167 municípios do estado de Minas Gerais. Houve epizootia confirmada para febre amarela apenas no município de Varginha, em outubro/2018. Além dessa epizootia confirmada, 119 municípios apresentam epizootia em investigação e 47 municípios epizootia indeterminada (sem coleta de amostra).

Para o período de 2017/2018, até junho de 2018, foram registrados 527 casos confirmados, dos quais 178 evoluíram para óbito, representando uma letalidade de 33,5%.

No período de 2016/2017, período onde foram registrados 475 casos confirmados de febre amarela silvestre no estado de Minas Gerais, 162 evoluíram para óbito, com uma letalidade de 34,1%.

Clique aqui e acesse o informe epidemiológico da febre amarela.

Por Sara Braga