A equipe do Núcleo de Vigilância Sanitária (Nuvisa) da regional de saúde de Ponte Nova promoveu, nessa sexta-feira (22/5), reunião por videoconferência com representantes de oito municípios pertencentes à sua área de abrangência. Durante o encontro foram abordados temas como o transporte de suspeitos e confirmados de infecção pelo agente SARS-CoV-2 (causador da Covid-19) em veículos públicos, além do deslocamento de pacientes em tratamento de hemodiálise diante do atual cenário de pandemia.

Crédito: Tarsis Murad

A referência técnica do Nuvisa, Edilaine Coelho Ferreira falou sobre a Nota Técnica nº 28/2020, do COES MINAS COVID-19, que normatiza o transporte de usuários mediante suspeita ou confirmação de casos de Covid-19, com destaque para os procedimentos de limpeza e desinfecção de veículos. “A recomendação é que o município elabore um Procedimento Operacional Padrão (POP) com todas as orientações, com motoristas devidamente treinados para executá-los, de forma a facilitar suas rotinas”, disse.

Edilaine Coelho ainda reforçou sobre a necessidade de disponibilização de álcool 70% em quantidades suficientes para a ida e volta do paciente, durante seu trajeto à unidade de saúde, e, também, sobre o correto uso de substâncias para desinfecção. “O álcool em gel é ideal para a higienização de mãos por possuir componente hidratante. Além dele, para a desinfeção de superfícies, como volante, maçanetas, vidros, câmbio, painel, entre outras, pode-se utilizar a água sanitária, com cloro ativo de 2 a 2,5%, com diluição de duas colheres e meia de sopa em 1L de água”, orientou.

A representante do Nuvisa também lembrou acerca da possibilidade de pacientes passarem mal durante o trajeto, com a consequente eliminação de secreções. Caso ocorra, é preciso absorver a secreção, lavar o local com água e sabão e proceder a desinfecção. Ela também atentou para o caso de os assentos serem permeáveis, cuja instrução é cobrir com capa protetora, que pode ser de material plástico ou tecido mais grosso. “Tal material deve ser recolhido após o transporte e trocado a cada novo paciente”, disse.

Por fim, sugeriu a montagem de kits para facilitar a organização dentro dos veículos, contendo álcool, capa de assentos, lenços descartáveis, máscaras e outros itens necessários.

O coordenador do Núcleo de Vigilância Sanitária da regional, Luiz Roberto de Freitas da Silva, também embasado pela nota técnica, recomendou que, caso sejam utilizados micro-ônibus ou vans, que estejam limitados a 50% da capacidade de passageiros sentados. Quanto ao uso de máscaras, indicou, dentro das possibilidades, o uso da máscara cirúrgica devido à proximidade de motoristas e passageiros. Além disso, ressaltou a importância da limpeza terminal, que ocorre quando o trajeto com o paciente se finda. “Essa limpeza, bem como a desinfecção de todos os equipamentos e superfícies internas deverão ser realizados após o término de cada transporte. Os desinfetantes com potencial para limpeza de superfícies incluem aqueles à base de cloro, álcoois, alguns fenóis e iodóforos e o quaternário de amônio”, elencou.

Hemodiálise

A referência técnica do Nuvisa, Rafaela Alves Arcanjo, complementou as falas anteriores esclarecendo pontos da Nota Técnica nº 16/2020, também do COES MINAS COVID-19. A mesma orienta sobre os serviços de transporte sanitário público de pacientes em hemodiálise durante a pandemia, uma vez que, devido à vulnerabilidade dos pacientes hemodialíticos e às condições clínicas desfavoráveis, o serviço de transporte deverá adotar medidas de prevenção e controle de infecção, de forma a evitar ou reduzir ao máximo a transmissão do novo coronavírus entre estes pacientes e também motoristas.

“É preciso evitar a superlotação de veículos, dispensar o uso de ar condicionado, manter vidros abertos e realizar a higienização correta. É de suma importância que os motoristas estejam atualizados quanto aos procedimentos de biossegurança, higienização e uso de EPI’s”, ressaltou. Rafaela ainda chamou a atenção para o fato de que pacientes de hemodiálise não podem cumprir a quarentena, caso sejam suspeitos ou estejam contaminados. “Todos os envolvidos precisam estar alinhados em suas rotinas, de forma a evitar a ocorrência de surtos. No caso de pacientes assintomáticos, se seguirem as regras de biossegurança, as chances de contaminação cairão consideravelmente”, enfatizou.

A referência técnica também mencionou sobre o transporte de pacientes sintomáticos em municípios onde não existe o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), o que deverá ser feito pelo Corpo de Bombeiros, seguindo as mesmas instruções de uso de EPI’s e de higienização/desinfeção. 

Por Tarsis Murad

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