Nas últimas segunda e terça-feira, 17 e 18/02, no auditório da Receita Federal de Uberaba, alunos do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS Fundamental) apresentaram trabalhos de encerramento do processo de formação iniciado em outubro de 2019 com profissionais da macrorregião Triângulo Sul. O principal objetivo do curso é aprimorar a capacidade de raciocínio epidemiológico de profissionais que atuam na linha de frente da vigilância e atenção à saúde, fortalecendo ações em todos os âmbitos de atuação, ou seja, municipal, regional, estadual e nacional.
O programa, implantado no Brasil em março de 2017, foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com a Rede de Programas de Treinamento em Epidemiologia de Campo e Intervenções em Saúde (TEPHINET), o Centers for Disease Control and Prevention (Atlanta/EUA) e as Secretarias Estaduais de seis estados e o Distrito Federal, representando as cinco regiões do país. Trata-se de iniciativa que visa implantar um modelo piramidal de treinamentos em epidemiologia de campo, com três níveis: Fundamental, Intermediário e Avançado. É um treinamento em serviço, com enfoque predominantemente prático no aprimoramento das habilidades do profissional em seu contexto de atuação.
A referência em saúde do trabalhador da Superintendência Regional de Saúde de Uberaba, Edinel Ávila, concluiu o curso e, segundo ela, “foi uma oportunidade de receber orientações sobre como fazer um trabalho científico e, ao mesmo tempo, divulgar o que realizamos na regional a cinco anos, que é a vigilância do óbito relacionado ao trabalho”.
Já Márcia Maria Souza, referência regional em Hantavirose, atualmente aposentada, foi convidada a fazer parte da banca de uma aluna sobre o tema e, segundo ela “o EpiSUS é de extrema importância para a saúde e, hoje em dia como cidadã, estou orgulhosa da iniciativa do estado de implementar a qualidade dos serviços epidemiológicos prestados à população”.
A coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Regional, Denise Maciel, explica que em Uberaba, nesta primeira etapa, foram 22 treinandos de 10 municípios concluindo os trabalhos. Segundo ela, “a expectativa é mudar o cenário epidemiológico vigente. Os egressos aprendem a manusear bancos de dados, analisar e obter informações a partir deles. Além disso, passam a compor uma rede nacional de epidemiologistas de campo aptos a atuar em investigações de interesse da saúde pública. Precisamos de agilidade, comunicação e produção de dados de qualidade para que estratégias de proteção e controle sejam mais oportunas, adequadas e eficientes. Está prevista uma segunda etapa para que os demais 17 municípios da região tenham seus profissionais capacitados ainda em 2020”, conclui.
Por Sara Braga
