TRANSMISSÃO | SINTOMAS | DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO | VACINAÇÃOORIENTAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

A caxumba, também conhecida como papeira, é uma infecção viral aguda e contagiosa, de baixa letalidade, que aparece sob a forma endêmica ou surtos. É causada por vírus da família Paramyxoviridae, gênero Paramyxovirus.

A caxumba pode atingir qualquer tecido glandular e nervoso do corpo humano, com predominância sobre as glândulas que produzem a saliva, ou as submandibulares e sublinguais, próximas ao ouvido.

É mais comum em crianças no período escolar e em adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade. Normalmente, a caxumba tem evolução benigna, mas em alguns raros casos pode apresentar complicações resultando em internações e até mesmo em morte.

A caxumba já foi mais comum no Brasil, mas após a vacinação contra a doença ter sido introduzida ao Calendário Nacional de Vacinação, o número de casos reduziu drasticamente.

A transmissão da caxumba ocorre por via aérea, por meio da disseminação de gotículas, ou por contato direto com saliva de pessoas infectadas. Já a transmissão indireta é menos frequente, mas pode ocorrer pelo contato com objetos e/ou utensílios contaminados com secreção do nariz e/ou boca.

O período de incubação (até o aparecimento dos sintomas) é de 12 a 25 dias. Já o período de transmissibilidade da doença varia entre 6 e 7 dias antes das manifestações clínicas, até 9 dias após o surgimento dos sintomas. O vírus da caxumba pode ser encontrado na urina até 14 dias após o início da doença.

Importante: uma vez infectada e curada da caxumba, a pessoa tem imunidade permanente contra o vírus. Essa proteção vitalícia também é garantida pela vacinação, que é a melhor e principal forma de prevenção.

O principal e mais comum sintoma da caxumba é o aumento das glândulas salivares, acompanhado de febre. Cerca de 30% das infecções podem não apresentar aumento aparente dessas glândulas.

Em homens adultos é comum a inflamação nos testículos, e nas mulheres infecção do tecido mamário. Em um terço dos casos, a infecção não apresenta sintomas e adquire maior gravidade após a adolescência, sendo a meningite e a epidídimoorquite duas importantes manifestações e complicações da doença, mas que geralmente não deixam sequelas.

Em menores de 5 anos de idade, são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neurosensorial da audição. Outras complicações são encefalite e pancreatite. Além disso, a ocorrência da caxumba durante o primeiro trimestre da gestação pode ocasionar aborto espontâneo.

Os principais sintomas da caxumba são:

  • Inchaço e dor nas glândulas salivares, podendo ser em ambos os lados ou em apenas um deles;
  • Febre;
  • Dor de cabeça;
  • Fadiga e fraqueza;
  • Perda de apetite;
  • Dor ao mastigar e engolir.

Complicações

As complicações da caxumba ocorrem ou sem paroditite ou outro edema das glândulas salivares, incluem:

  • Orquite (inflamação dos testículos),
  • Ooforite (inflamação dos ovários),
  • Mastite (inflamação do tecido mamário),
  • Meningite (inflamação do tecido que cobre o cérebro e a medula espinhal),
  • Encefalite (inflamação do cérebro),
  • Pancreatite (inflação do pâncreas) e
  • Perda auditiva.

O diagnóstico da caxumba é basicamente clínico, com avaliação médica nas glândulas. Podem ser feitos exames laboratoriais, porém na rotina do serviço público, esse teste não é realizado.

Para confirmar, o profissional de saúde pode coletar uma amostra de sangue ou coletar swab da glândula afetada, para confirmar a presença do vírus.

A confirmação laboratorial da caxumba vem no resultado desse exame de sangue, que apresenta a detecção do paramixovírus, responsável por causar a doença.

O tratamento da caxumba é baseado nos sintomas clínicos do paciente. Por ser uma infecção viral, a caxumba é tratada naturalmente pelo organismo.

As indicações são:

  • Repouso;
  • Medicamentos para dor;
  • Adequação da hidratação e da alimentação;
  • Higiene pessoal.

Felizmente, a maioria dos casos da caxumba tem recuperação natural e progressiva, sem grandes complicações, em até duas semanas. O médico deve ser sempre consultado em caso de dúvidas ou surgimento de outros sintomas.

A vacinação é a única maneira de prevenir a caxumba. O Sistema Único de Saúde oferta gratuitamente as vacinas Tríplice Viral, que protegem contra sarampo, caxumba e rubéola; e a Teta Viral, que adiciona a proteção contra varicela (catapora).

A vacina tríplice viral (contra o sarampo, a caxumba e a rubéola) é recomenda aos 12 meses de idade (1ª dose), e o esquema deve ser completado aso 15 meses de idade com a vacina tetra viral (corresponde à segunda dose da vacina tríplice viral e à primeira dose da vacina varicela).

A vacina tetra viral está disponível na rotina de vacinação para crianças com idade entre 15 meses e menores de 5 anos.

Adultos que não foram infectados pelo vírus da caxumba na infância ou na adolescência têm indicação de ser imunizados, com exceção de gestantes e imunodeprimidos graves.

Contraindicações:

A vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes e crianças abaixo dos 6 meses de idade, mesmo em situações de surto de sarampo, caxumba ou rubéola.
Gestantes vacinadas inadvertidamente com a vacina tríplice viral não têm indicação para interromper a gravidez. Entretanto, essas gestantes deverão ser acompanhadas no pré-natal para identificar possíveis intercorrências.

Vale ressaltar que, até o momento, os estudos de acompanhamento de vacinação inadvertida em gestantes não demonstraram risco aumentado de complicações, sendo que a contraindicação é feita como uma precaução por se tratar de vacinas contendo vírus vivo atenuado.