Em Minas Gerais, apesar da expectativa em vacinar mais de 9 milhões de pessoas de 20 a 49 anos na Campanha Nacional de Vacinação Indiscriminada contra o Sarampo, apenas pouco mais de 1 milhão de doses foram aplicadas até agora. Uma cobertura vacinal de 11,64%, bem abaixo do esperado, contra o vírus do sarampo, que voltou a circular no país em 2018.

“A vacinação contra o sarampo será realizada independentemente da situação vacinal das pessoas, porque a campanha é indiscriminada. Isso significa que, mesmo que a pessoa já tenha o cartão de vacina atualizado, ou seja, constando registro de vacina contra o sarampo, as pessoas que pertencem a esta faixa etária precisam se vacinar”, explica a coordenadora estadual do Programa de Imunizações da SES-MG, Josianne Dias Gusmão.

Para evitar a circulação do sarampo no Estado, Josianne Gusmão diz que é necessário a manutenção de altas e homogêneas coberturas vacinais em todas as faixas etárias da população. “O sarampo é uma doença grave e de alta transmissibilidade. E, por isso, é preciso que todos tenham o cartão de vacina atualizado. Somente assim poderemos alcançar a devida proteção contra o sarampo e interromper a circulação do vírus no estado”, disse.

Vacinação em cenário de pandemia

Diante do cenário da pandemia da Covid-19, o Ministério da Saúde recomenda certos cuidados às pessoas no momento da vacinação. A população deve ficar atenta às medidas de prevenção, como manter dois metros de distância nas filas, entre uma pessoa e outra.

Além disso, o Ministério alerta para a adoção constante da etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar com a face interna do cotovelo ou com um lenço descartável, lavar as mãos com frequência, não tocar o rosto com as mãos e o uso de máscara (indicado para crianças com mais de 2 anos, adolescentes, adultos e idosos). Também é recomendado não ter contato próximo com outras pessoas por meio do aperto de mão, beijo e abraço, principalmente quando estiver aguardando para receber a vacina. 

“Para minimizar a disseminação da doença, pessoas com sintomas respiratórios ou febre não devem comparecer para a vacinação, enquanto houver sintomatologia. Porém, a pessoa pode e deve ser vacinada após a resolução dos sintomas”, disse Josianne Gusmão.

Campanhas de imunização

A vacina contra o sarampo integra o calendário de rotina do Ministério de Saúde e está disponível o ano todo nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), em três apresentações: Dupla viral, que protege do vírus do sarampo e da rubéola; Tríplice viral que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola e a Tetra viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora). Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada um, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

Com o objetivo de interromper a transmissão do sarampo, eliminar a circulação do vírus e garantir altas coberturas vacinais, o Ministério da Saúde traçou uma estratégia nacional de vacinação indiscriminada. As duas primeiras etapas ocorreram em 2019, com a realização de campanha de vacinação nacional, em outubro, de crianças de seis meses a menores de 5 anos de idade. A segunda etapa aconteceu em novembro para a população de 20 a 29 anos.

Dando continuidade às ações em 2020, entre os dias 10 de fevereiro e 13 de março, a vacinação teve como público-prioritário crianças e jovens entre 5 e 19 anos, que não eram vacinados ou que não tinham o esquema de vacinação completo. Esta fase foi realizada de forma seletiva, ou seja, foram respeitadas as indicações do Calendário Nacional de Vacinação, a partir da avaliação da caderneta de vacina deste público.

“Na rotina dos serviços de vacinação, considera-se vacinada a pessoa que comprovar duas doses das vacinas com componente Sarampo, dos 12 meses até os 29 anos ou uma dose dos 30 aos 59 anos. Profissionais de saúde, independente da idade, precisam comprovar duas doses da vacina tríplice viral. Atualmente, todas as crianças de seis (06) a 11 meses de idade devem ser vacinadas contra o sarampo em todo o país com uma dose extra, chamada de ‘dose zero’”, explica Josianne.

A doença

O vírus sarampo ainda circula em grande quantidade em várias regiões da Europa e da América. Por causa das migrações e de viagens internacionais, o vírus foi importado e voltou a circular no país desde fevereiro de 2018. A baixa imunização da população brasileira, que vem caindo nos últimos anos, também contribuiu para a volta da circulação do vírus.

A doença, que chegou a ser considerada erradicada no país, acometeu 29.233 pessoas e levou 30 pessoas a óbito no país, segundo dados do Ministério da Saúde. Em Minas Gerais, em 2020, já foram confirmados sete (7) casos de sarampo.

Confira aqui dados do sarampo no estado: https://saude.mg.gov.br/component/gmg/story/12554-boletim-epidemiologico-do-sarampo-24-04-2020

A transmissão da doença ocorre diretamente de pessoa a pessoa, através de gotículas do nariz, boca ou garganta de infectados pelo vírus. O sarampo pode evoluir para complicações graves, incluindo encefalite, pneumonia e morte, principalmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

Os principais sintomas do sarampo são febre, manchas avermelhadas pelo corpo (exantemas), tosse, coriza, conjuntivite (olhos vermelhos e lacrimejantes), fotofobia (sensibilidade à luz) e pequenas manchas brancas dentro da boca (manchas de Koplik).

Saiba mais sobre o sarampo clicando aqui https://www.saude.mg.gov.br/sarampo

Por Juliana Gutierrez

Enviar para impressão