Nesta quinta-feira, 28/05, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Carlos Eduardo Amaral e secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, realizaram análise da situação da pandemia de covid-19 no estado e responderam perguntas feitas pela imprensa acerca da situação. “Nesta semana completaremos um mês do Programa Minas Consciente. Neste período, acumulados 87 municípios que aderiram ao programa. Dessas 87 cidades, temos municípios que estão nas ondas verde, branca e amarela e os protocolos de cada onda estão disponíveis no site do Minas Consciente. É importante destacar, também, que o programa não é uma flexibilização e sim uma convivência harmônica com o isolamento, que deve ser mantido e aliado às demais medidas de prevenção”, avaliou Passalio.

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O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, deu início a sua fala informando sobre a divulgação do Programa Saúde Digital MG, aplicativo em que pacientes marcam consultas médicas e podem tirar dúvidas a respeito da covid-19. “Enviaremos cerca de 16 milhões de mensagens via celular (SMS) informando a população sobre o aplicativo que auxilia as dúvidas dos cidadãos a respeito da doença, bem como marcação de consultas em caso de suspeita ou sintomas gripais”, explicou.

Evolução da epidemia

Posteriormente, Amaral destacou a evolução das curvas epidemiológicas que são acompanhadas pela secretaria desde o início da pandemia de covid-19. “Num primeiro momento, as primeiras previsões que tínhamos em relação à Minas Gerais, com tendência nacional, era um número de acometidos pela doença muito alto. Com o passar do tempo e com o isolamento social já em andamento, percebemos que este número foi reduzindo, demonstrando a eficiência do distanciamento no estado”, afirmou.

O secretário explicou, ainda, que a evolução da epidemia possibilitou que as projeções passassem a ser feitas tendo como tendência o próprio estado e não mais todo o território nacional. “Os casos registrados em Minas Gerais configuram uma tendência e percebemos que a tendência que ocorria no estado era diferente da que ocorria em todo o país. Dessa forma, a partir daí, tivemos condições de realizar projeções mais próximas a realidade de Minas Gerais. Atualmente, a previsão é que o pico ocorra dia 19 de julho e esse constante adiamento do pico, que é a data em que se prevê um maior estresse assistencial, “está diretamente relacionado à manutenção do isolamento social, do uso de máscaras e de todas as demais orientações”, pontuou Amaral.

Questionado sobre o possível endurecimento das recomendações de prevenção, Amaral explicou que a secretaria busca a manutenção de um isolamento adequado, de modo que haja um número controlado de casos da covid-19, uma vez que é impossível deter 100% o avanço da epidemia. “Caso haja um aumento desenfreado de casos, a primeira coisa que iremos fazer é retroceder com as ondas e voltarmos ao isolamento inicial que tínhamos em Minas Gerais. Posteriormente, caso ainda haja uma piora do cenário, iremos progressivamente ir aumentando o isolamento, podendo, inclusive, chegar próximo ao lockdown. Portanto, é fundamental enfatizar que as ações da secretaria de saúde são baseadas a partir de constantes análises epidemiológicas e assistenciais. Neste momento, a recomendação é que todos os municípios tenham uma aderência ao Minas Consciente para que tenhamos o melhor cenário possível”, explicou.

Aumento de casos

Carlos Eduardo Amaral explicou, também, os padrões que a epidemia pode adotar, sendo possível, em alguns casos, haver o aumento em dobro de casos de um dia para o outro. No entanto, em Minas Gerais, para o número de casos dobrar, tem sido necessário cerca de 12 a 14 dias. “Quanto mais rápido houver a dobra de casos, mais estresse no sistema de saúde ocorrerá. Assim, de certa forma, estamos em um patamar mais equilibrado. No entanto, é sempre importante ressaltar que tal dado está diretamente ligado com a manutenção do distanciamento social e das recomendações que fazemos diariamente. Os dados são dinâmicos e caso haja uma mudança na postura da população, a situação pode mudar e retroceder”, explicou o secretário.

Hospitais referência

O Plano de Contingência da Covid-19 também foi abordado por Carlos Eduardo que explicou a forma que a secretaria organizou a rede assistencial por todo o território estadual, de modo a fornecer atendimento à população tanto em relação à covid, quanto para as demais comorbidades. “A montagem da rede foi feita de uma maneira em que haja uma estratificação dos hospitais, ou seja, dentro da regulação, há aquela instituição que seria a primeira a receber pacientes com covid-19, logo após há o segundo e o terceiro hospital, assim sucessivamente. Na região central, em Belo Horizonte, por exemplo, o Eduardo de Menezes foi priorizado em relação ao recebimento de pacientes da covid-19 e à medida em que a epidemia avança e o número de casos cresça, é esperado que sua capacidade também vá aumentando. Dessa forma, passamos para o segundo hospital de referência e assim por diante, sempre conforme for necessário. Dentro deste contexto, o Hospital Júlia Kubitschek é o segundo hospital de referência que agora começa a ser utilizado para covid-19”, afirmou Amaral.

Protocolos de testagem

Questionado sobre o público em que os testes de diagnóstico da covid-19 é feito, Carlos Eduardo explicou que as recomendações para a realização do teste molecular (RT-PCR) e teste sorológico, também conhecido como testes rápidos, são distintas e estão disponíveis no protocolo de manejo clínico do coronavírus desenvolvido pelo Ministério da Saúde. “A SES-MG recebeu, até o momento, cerca de 800 mil testes rápidos, que atualmente estão sendo distribuídos para todos os municípios do Estado. Ao realizar essa distribuição, a secretaria faz as recomendações de acordo com o público foco de testagem que, neste momento são os servidores da saúde e da segurança pública. Havendo disponibilidade desses testes rápidos, existem outros grupos que podem ser testados que seriam pessoas que convivem com trabalhadores da saúde ou da segurança pública que tiveram sintomas, idosos, portadores de condições de risco, entre outros. Dessa forma, vamos aos poucos ampliando o público de testagem. No entanto, é de vital importância ressaltar que não podemos utilizar todo o quantitativo disponível de testes, pois temos uma epidemia que ainda durará um longo período, há um desabastecimento mundial de insumos para exames, ou seja, é de bom senso nós termos uma ordem e lógica neste momento para utilização de tais testes”, concluiu o secretário.

Por Paula Gargiulo