Em 19/12/2016, a Diretoria de Vigilância Ambiental/Superintendência de Vigilância Epidemiológica Ambiental e Saúde do Trabalhador/Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde foi notificada pela Superintendência Regional de Saúde de Diamantina da ocorrência de 6 casos confirmados de malária causada por Plasmodium vivax no município de Diamantina, Garimpo Areinha. As pessoas foram internadas, mas no momento todos já receberam alta, evoluíram para cura e estão realizando o exame de controle de cura, que até o momento estão negativos.
O Local Provável de Infecção (LPI) é o Garimpo Areinha, formando por pequenos garimpos, distante a 140 km do município de Diamantina e localizado nos Distritos de Inhaí e Maria Nunes, ao longo do rio Jequitinhonha. O Garimpo Areinha possui uma população com cerca de 1.000 a 2.000 habitantes com extensão territorial ao longo do Rio Jequitinhonha de cerca de 30 a 40 km.
A área de alerta inicial são os municípios de Diamantina, Couto Magalhães de Minas, sob jurisdição da SRS de Diamantina e Olhos D’Água da SRS de Montes Claros de acordo com as informações preliminares da equipe da SES/MG que encontra-se no local.
Assim, devem ser alertados todos os municípios de divisa com o município de Diamantina e as áreas de municípios que possuem divisa e/ou estão ao longo do rio Jequitinhonha onde há atividade deste Garimpo.
Ações desenvolvidas
Observação: Dos 8 casos onde o local provável de infecção foi Minas Gerais (autóctones), um caso (1) foi notificado no município de Lima Duarte em 2015, um caso (01) foi em Simonésia e 6 (seis) foram notificados na área do Garimpo de Areinha ( SRS de Diamantina) no ano de 2016.
Informações sobre a doença
A malária é uma doença febril aguda. Tem como agentes etiológicos o Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. Knowlesi. Das cinco espécies causadoras da malária humana, o Plasmodium falciparum, o mais letal, e o Plasmodium vivax, são os mais comuns no Brasil. Em poucos dias de infecção o P. falciparum propicia quadro grave, por isto, todo suspeito de malária deve, de imediato, ser submetido ao exame laboratorial. Já o Plasmodium vivax apresenta um quadro de clínico mais brando, de febre, mal estar, cefaleia, porém se não tratado o paciente pode levar a complicações e óbitos.
Os sintomas iniciais são comuns as diferentes espécies de plasmódio. O quadro cínico típico é caracterizado por febre, calafrios, fraqueza, cefaleia, mal estar, o que pode depender das espécies de Plasmodium.
É necessário o exame laboratorial, além disso, avaliação do histórico de deslocamento do paciente suspeito como o diagnóstico diferencial nos casos com febre, particularmente naqueles com história de viagens a área de risco.
O diagnóstico correto só é possível pela demonstração do parasito, ou antígenos relacionados no sangue periférico do paciente. Pela organização Mundial de Saúde (OMS) o exame da gota espessa de sangue é considerado padrão ouro. O teste rápido auxilia, no diagnóstico inicial.
O diagnóstico está descentralizado no estado de Minas Gerais nas Unidades Regioanis de Saúde:
- Unidade Central da SES/MG: Faculdade de Medicina da UFMG. Av. Alfredo Balena, 190.
- URS do estado de Minas Gerais: Locais que realizam o exame: www.saude.mg.gov.br/malaria
O tratamento da malária é realizado segundo a espécie de plasmódio infectante pela especificidade dos esquemas terapêuticos, gravidade do caso e idade do caso.
Segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), o início do tratamento deve ser em tempo oportuno (em até 48 horas do início dos primeiros sintomas) e tem cura.
No Brasil, o P. vivax é a espécie predominante do país, mas com menor gravidade do que o P. falciparum, que é o mais letal.
A malária ocorre de forma endêmica, principalmente na região norte do Brasil (nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), em outros países amazônicos, no continente africano e outras áreas tropicais.
No Brasil, existe transmissão residual de malária no Piauí, no Paraná e em áreas de bioma da Mata Atlântica nos estados de São Paulo, Rio de janeiro, Minas Gerias e Espírito Santo (Brasil. MS/SVS/Guia de Vigilância em Saúde, MS, 2016). Nessa área não endêmica, (a região extra-amazônia), o Brasil registra menos de 1% do total de casos do país. Porém, a letalidade por malária, é até 100 vezes maior do que a detectada em área endêmica.
Outras informações: www.saude.gov.br/malaria (link: viajantes ou centros de diagnóstico)