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A população dos 39 municípios da Unidade Regional de Saúde (URS) de Belo Horizonte representa quase um quarto do total de mineiros e mineiras com mais de 6 milhões de habitantes. Segundo o portal VacinaMinas (www.vacinaminas.mg.gov.br), até 18 de outubro de 2021 foram aplicadas 3.941.575 de primeira dose representando 83,84 % da população alvo da campanha. Em relação à segunda dose, foram vacinadas 2.166.095 pessoas, 49,04%. Receberam dose única 131.301 moradores e 28.269 habitantes tiveram doses de reforço.

Para além dos números expressivos em relação à população parcial ou totalmente imunizada, chama atenção o fato de as mulheres serem maioria em todas as faixas etárias, totalizando 54,5% da população vacinada (veja gráficos). Esse dado vai ao encontro da proporcionalidade populacional, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente à população de 2018.

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Em outras ações de saúde, nota-se também o predomínio feminino na adesão, o que acaba refletindo na expectativa de vida. A expectativa de vida para os homens era de 73,1 anos e mulheres 80,1 anos. Os dados disponíveis na Tábua Completa de Mortalidade para o Brasil (2019), que apresenta as expectativas de vida às idades exatas até os 80 anos, são usados como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Algumas explicações para esse fenômeno são apontadas pela assessora da Coordenação de Atenção Primária em Saúde da URS Belo Horizonte, Mariana Dayrell. “Culturalmente, as mulheres são maioria nas Unidades de Saúde, principalmente quando relacionadas às ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. Há também o fato de as políticas públicas voltadas à Saúde das Mulheres estarem mais bem consolidadas no Sistema Único de Saúde (SUS). ” 

Segundo a assessora, existe o desafio de adequar a realidade local para atendimento nas Unidades de Atenção Primária à Saúde com horários estendidos, para acesso aos trabalhadores e trabalhadoras. “Essa realidade ainda é algo a ser trabalhado com os municípios, por meio de incentivos federais e estaduais, para viabilizar a implantação de equipes. ” A respeito das campanhas de saúde da mulher e do homem, Dayrell ressalta que o Outubro Rosa reflete o quão importante é o autocuidado e responsabilização pela sua própria saúde. Já o Novembro Azul, tão importante quanto, não demonstra tamanha adesão, quando tratamos de homens, na sua maioria empregados, culturalmente menos responsáveis pela sua saúde e sem acesso aos serviços básicos nos horários extra turno.

Saúde da Mulher e do Homem

Os meses de outubro e novembro são, respectivamente, dedicados à saúde da mulher e do homem. A abordagem é centrada no cuidado relativo ao câncer de mama e próstata. No “Outubro Rosa”, mês de mobilização em prol da Saúde da Mulher, o foco da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é a ampliação do número de exames de rastreio do câncer de colo do útero e de mama.

Referências da saúde materno infantil da Coordenação de Assistência à Saúde, Letícia Alves Rodrigues e Maídila Sales de Mello, enfatizam que o controle dos cânceres de mama e colo de útero é uma prioridade da política de saúde do Brasil. “Os exames de rastreamento são a estratégia mais implementada no mundo para a detecção precoce desses cânceres, levando ao tratamento oportuno, o que pode ter como resultado melhor prognóstico e menor morbidade associada ao tratamento. As etapas do rastreamento vão desde a identificação e o convite às mulheres da população-alvo, de acordo com periodicidade e faixa etária, até a investigação diagnóstica, o tratamento e os cuidados para as mulheres com exames anormais”, explicam.

O Sistema Único de Saúde (SUS) preconiza a realização de exame clínico mamário por profissional da saúde para mulheres de 40 a 49 anos, e a realização de mamografia somente se existir indicação da equipe de saúde.

Já para mulheres de 50 a 69 anos, orienta-se a realização do exame clínico e da mamografia a cada dois anos, ou em intervalos menores, dependendo do resultado da mamografia anterior. Fernanda Santos ressalta que mulheres com elevado risco para câncer de mama, que têm histórico familiar ou pessoal da doença, necessitam de avaliação e acompanhamento individualizados. “Em todos os casos, a porta de entrada é a Unidade Básica de Saúde (UBS), seja para a realização do exame clínico ou para solicitação do exame de mamografia”, esclarece.

A avaliação clínica e o exame citopatológico (Papanicolau) do colo do útero estão disponíveis no SUS para mulheres de 25 a 64 anos e que já tiveram relação sexual. Nesse caso, a orientação segue a mesma: as mulheres devem procurar a UBS mais próxima de sua residência para agendar a consulta.

Além do diagnóstico, o SUS oferece tratamento tanto para o câncer de mama quanto para o de colo do útero. Mastectomias, cirurgias conservadoras e de reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e terapia com anticorpos estão previstos para o tratamento do câncer da mama. No caso do câncer de colo de útero, entre os tratamentos disponíveis no SUS estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. A escolha pelo tipo de tratamento dependerá de avaliação individual.

 

Por Leandro Peters Heringer