Com o desafio de identificar, acompanhar e monitorar 100% das gestantes mineiras, o Governo de Minas lançou o programa Mães de Minas, em 2011, para fortalecer o conjunto de ações de saúde voltadas para a proteção e cuidado da gestante e da criança, desde o início da gravidez até o nascimento, crescimento e primeiro ano de vida do bebê. Através do Sistema de Identificação da Gravidez em Minas Gerais, o Call Center 155, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas tem como foco reduzir cada vez mais a taxa de mortalidade materno-infantil no estado. Hoje, os números mostram que há 12,68 óbitos para cada 100 mil nascidos no estado. Na média nacional, o dado sobe para 13,15.

Em Minas, as regiões de maior incidência de óbitos materno-infantil são a Nordeste e Jequitinhonha e as menores estão no centro e Triângulo do Norte. Com a intenção de mudar o panorama dessa taxa para um dígito, desde quando foi lançado, o programa já cadastrou mais de 54 mil pessoas, dessas, 28.838 atualmente já são mães e outras 19.884 são gestantes. “Nosso desafio é aumentar a qualidade no pré-natal e assistência ao parto e trabalhamos hoje com uma vigilância firme sobre os serviços prestados às gestantes do Estado”, resume o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Antônio Jorge de Souza Marques.

Entre as novas ações para estruturação de uma rede integrada e qualificada para gestantes, parturientes e puérperas, a SES vai ampliar o número de maternidades credenciadas para atendimento à gestante de alto risco (34 credenciadas e 08 em processo de credenciamento) e novos leitos de Unidades de Terapia Intensiva Neonatal serão criados.

Estão em construção quatro novos centros de referência secundária em saúde sexual e reprodutiva e saúde da criança de risco, hoje 28 estão em funcionamento. Três novas casas de apoio à gestante e a puérpera também estão em processo de implantação e 15 já funcionam regularmente. “O mais importante e pioneiro do Projeto é o contato próximo com a futura mamãe identificando suas dificuldades e esclarecendo suas dúvidas quanto à gestação em tempo real através de um call center (155) que possibilita acompanhamento e proteção eficazes”, explica a Gerente do Projeto Viva Vida /Mães de Minas, Carla Carvalho, acrescentando que com a ação pode-se ter informações de saúde e de pré-natal cada vez mais precocemente e identificar os fatores de risco para ambos.

A maior qualificação da rede de assistência obstétrica e neonatal também será revista com elaboração e implementação de instrumentos de normalização dos processos de trabalho de atenção ao pré-natal, parto e puerpério, assistência ao recém-nascido e à criança; elaboração e distribuição de cartilhas da gestante, para as usuárias do SUS; assistência ao planejamento familiar; compra de métodos contraceptivos para complementar a distribuição feita pelo Ministério, quando necessário; oficinas de plano diretor da atenção primária e plano diretor hospitalar; criação do GT (Grupo de Trabalho) para Redução da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil; fomento a captação precoce das gestantes para o pré-natal, através de incentivos financeiros para o Saúde em Casa e implantação do programa de Controle da Toxoplasmose Congênita com 808 municípios cadastrados. Além disse, haverá elaboração do Curso “Comunicação pela Saúde Materna e Infantil – Mães de Minas”.

Mãe de primeira viagem

Mãe de ‘primeira viagem’, a analista financeira Adriana Roberta de Moraes dos Santos, 33 anos, deu a luz a João Pedro há 12 dias e foi monitorada pelo projeto durante a gravidez e após o parto. Ela conheceu o Mãe de Minas durante Feira da Gestante e Bebê, em dezembro passado, onde se cadastrou e passou a receber regularmente contatos para alertar sobre consultas e exames, além de tirar dúvidas gerais. “É meu primeiro filho e tenho muitas dúvidas ainda. Essa semana, por exemplo, o umbigo dele caiu e eu fiquei preocupada em como proceder para finalizar o processo da cura. Então liguei para o call center e uma enfermeira me orientou da forma correta. A Cartilha do Pai também ajudou muito e meu marido, que agora se sente mais confiante e seguro para participar e, inclusive já deu banho no bebê sozinho”, conta.

Nova Estratificação de Risco

Entre as novidades mais recentes, no último dia 8 de maio, SES e Associação dos profissionais da área de ginecologia e obstetrícia no estado de Minas Gerais - SOGIMIG firmaram termo de adesão e validação da Nova Estratificação de Risco da Gestante, que integra o Projeto Mães de Minas/ Rede Viva Vida e atualização do protocolo pré-natal e neonatal. Com a parceria, a SES vai apoiar e investir na mudança da atual classificação de risco das gestantes mineiras, que passará de duas classificações atuais (Risco Habitual e Alto Risco) para quatro classificações (Risco Habitual, Médio Risco, Alto Risco e Muito Alto Risco), garantindo assim maior segurança para a gestante e bebê. Além disso, haverá revisão de diretrizes clínicas para o pré-natal, parto e nascimento, mapeamento das ações do pré-natal por estrato de risco, definição da carteira de exames por estrato de risco, definição dos fluxos assistenciais por estrato de risco e seleção das maternidades para vinculação das gestantes e seus recém-nascidos às unidades perinatais, de acordo com o risco clínico.

As melhorias assistenciais terão investimentos da SES/MG de cerca de R$ 20 milhões em treinamento, cursos e operacionalização nos próximos dois anos. Os recursos vão também otimizar o trabalho nos três níveis de cuidado da saúde da gestante e do bebê: Unidade Básica de Saúde, Centro Viva Vida, Casa de Apoio à Gestante, Maternidade Risco Habitual, Hospital Pediátrico Microrregional, Unidade Neonatal de Cuidados Progressivos e Maternidade de Alto Risco Secundário e Terciário, Cacon/Unacon.

Rede Viva Vida

Criado em 2003, a Rede Vida, que desenvolve o Projeto Rede Mães de Minas vem ampliando sua atuação. Recentemente, foi investido R$ 35.498.713,52 do Tesouro Estadual para a criação de 155 novos leitos de UTI neonatal e pediátrico, em 20 hospitais, incluindo a construção e estruturação. Há também expansão da Rede de Maternidades Credenciadas para assistência à gestante de Alto Risco, com previsão de mais 10 maternidades e implantação de 10 novas Casas de Apoio à Gestante, vinculadas às maternidades credenciadas em Alto Risco em todo o Estado. O Projeto Mães de Minas trata-se de um conjunto de ações de saúde voltadas para a proteção e o cuidado da gestante e da criança no primeiro ano de vida, alicerçada na Rede Viva Vida de atenção à mulher e à criança existente desde 2003 no Estado de Minas Gerais.

Por Guilherme Torres