Com o objetivo de aumentar a testagem de casos suspeitos para tuberculose nos municípios para o bloqueio de transmissão e início de tratamento, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia elaborou, há um ano, o plano para a ampliação da realização de exames laboratoriais para realização do Teste Rápido Molecular para Tuberculose (TRM-TB).

Equipamento para o processamento do TRM-TB

Para articular esta ampliação da testagem com os técnicos municipais, a SRS Uberlândia promoveu uma capacitação em abril de 2022, já sendo possível analisar o impacto na quantidade de amostras coletadas e processadas por meio do TRM-TB. Em 2022, o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), que possui o equipamento por fazer parte da Rede Estadual, processou 2.087 amostras da região de saúde. O quantitativo foi quase quatro vezes maior, se comparado com 2021, quando foram analisados 575 materiais de pessoas com suspeita de tuberculose.

A referência técnica em tuberculose da SRS Uberlândia, Mariana Bernardes, explica como é a realização do TRM-TB e os resultados apresentados “para realização do teste é necessário somente uma amostra de escarro. A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de 90%, sendo superior à da baciloscopia (metodologia usual que detecta se o paciente tem ou não tuberculose). O tempo de processamento é em torno de duas horas. O teste também detecta a resistência à rifampicina (principal medicamento utilizado no tratamento), com uma sensibilidade de 95%”.

Araguari é um dos municípios que intensificou a busca ativa de casos suspeitos para a doença e mobilizou os profissionais sobre a importância da qualidade e tempo de acesso ao resultado do exame que é processado no HC-UFU. A enfermeira da Vigilância Epidemiológica municipal, Priscila Pelegrini comenta como foi estruturada a rede local para a tuberculose. 

“Incentivamos os profissionais médicos e enfermeiros a solicitarem o Teste Rápido Molecular para os pacientes sintomáticos respiratórios e todos os casos que requerem investigação para diagnóstico de tuberculose. Trabalhamos no sentido de orientar as equipes de saúde quanto à eficácia do equipamento em detrimento a outros métodos, pela rapidez no diagnóstico, evita resultado falso negativo e o recebimento do material é diário”, informou Pelegrini.

Tuberculose tem prevenção e cura

Em 24 de março comemora-se o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, pois é uma doença que ainda acomete muitas pessoas ao redor do mundo e mantém elevado número de óbitos. Apesar disso, a doença tem cura; e o diagnóstico e o tratamento estão disponíveis em qualquer Unidade Básica do Estado pelo Sistema Único de Saúde.

A referência técnica regional reforça a importância da vacinação até o tratamento. “Uma forma de prevenção é a vacina BCG, que está disponível no calendário de rotina para crianças em dose única, logo ao nascer, que protege principalmente contra as formas graves da doença. Outra forma de prevenir a disseminação da tuberculose é identificar rapidamente o paciente com a doença e iniciar o tratamento. Após 15 dias de uso regular dos medicamentos, a maioria dos doentes não transmite mais a doença”, disse Mariana.

Ela ainda destaca o tratamento completo e a rede de monitoramento. 

“A Atenção Primária e Vigilância Epidemiológica dos municípios devem trabalhar conjuntamente na identificação, notificação e acompanhamento dos pacientes até o final do tratamento. Ainda há muitos pacientes que não finalizam a medicação, ou seja, além de serem atendidos no serviço de referência, as equipes de saúde dos municípios devem monitorar a conclusão do tratamento”, concluiu Bernardes.

Saiba mais em: https://saude.mg.gov.br/tuberculose

Por Lilian Cunha