Desde o início da pandemia da COVID-19 no Brasil, há cerca de três anos, a Fundação Hemominas teve atuação ativa no auxílio à Rede Estadual de Diagnóstico do SARS-CoV-2. Outro destaque foram os vários estudos de pesquisa desenvolvidos, abordando diferentes aspectos da infecção pelo SARS-CoV-2, desde a avaliação do impacto da pandemia na doação de sangue até os agravos clínicos e a dinâmica epidemiológica do espalhamento da transmissão.

Crédito: Adair Gomez

Até agora, registram-se 10 estudos realizados por pesquisadores da Hemominas, com ou sem outras parcerias institucionais, publicados em revistas nacionais e internacionais.

O primeiro artigo publicado descreveu a aplicação do teste de RT-PCR para SARS-CoV-2 em amostras de saliva e de sangue de mais de 4 mil doadores que compareceram ao Hemocentro de Belo Horizonte, em 2020, o qual demonstrou que o risco de transmissão do vírus por transfusão parece ser insignificante (artigo 1).

Simultaneamente, foi estudado o impacto da pandemia no comparecimento dos doadores e na produção de hemocomponentes, tendo sido evidenciado que a pandemia afetou de maneira muito distinta os hemocentros da Hemominas mas, no geral, o impacto foi negativo: verificou-se uma queda média global de comparecimento dos doadores e da produção de hemocomponentes em torno de 17%, no período de março a junho de 2020, em relação à série histórica do mesmo período de 2016 a 2019 (artigo 2). 

Posteriormente, foi avaliado o impacto da pandemia na capacidade de atender a demanda transfusional para diferentes tipos de hemocomponentes em 2020, comparando-se com a série histórica de 2016-2019. Esse estudo mostrou que houve uma redução no número de transfusões realizadas em todos os meses de 2020 nas instituições conveniadas à Hemominas, mas que as medidas adotadas para mitigar os efeitos da pandemia permitiram uma regularidade razoável no fornecimento de hemocomponentes (artigo 3).

Três estudos investigaram a infecção pelo SARS-CoV-2 em doadores de sangue de unidades da Hemominas pelo uso de testes moleculares ou sorológicos e mostraram, pela aplicação de modelos matemáticos, como o estudo em populações de doadores de sangue pode ser aplicável para o entendimento da dinâmica de disseminação da infecção do vírus na comunidade e para monitorar a epidemia (artigos 4, 5 e 6).

A investigação de aspectos imunológicos da infecção pelo SARS-CoV-2 em doadores de sangue e pacientes com diferentes graus de gravidade de COVID-19 também foi objeto de estudos por nossos pesquisadores. Um estado pró-inflamatório foi característico de pacientes com COVID-19, mas também foi observado em doadores assintomáticos com infecção ativa ou passada pelo SARS-CoV-2, e foi associado com biomarcadores imunológicos específicos (artigos 7 e 8). Um outro estudo, realizado em Uberaba, acompanhou a evolução clínica de pacientes hospitalizados com COVID-19 e verificou a associação da letalidade com idade, presença de comorbidades, tempo de internação e tratamento medicamentoso usado (artigo 9).

Por fim, foi publicada uma revisão sistemática da literatura sobre o impacto da pandemia da COVID-19 em pacientes com doença falciforme, a fim de propor recomendações de cuidados a esta população (artigo 10). 

Todos estes estudos foram frutos de forte interação entre diferentes setores e hemocentros da Hemominas, juntamente com pesquisadores de instituições parceiras. Nosso reconhecimento a todos os profissionais de saúde e pesquisadores que mantiveram sua força de trabalho na pandemia e empreenderam seus esforços na compreensão do impacto da pandemia de COVID-19 e dos diferentes aspectos da infecção pelo SARS-CoV-2.

Por Assessoria Hemominas

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