O calendário de vacinação de rotina para crianças menores de 2 anos de idade contempla 8 vacinas. Dessa forma, doses de imunizantes contra doenças graves, como sarampo, poliomielite e hepatites A e B estão disponíveis gratuitamente durante todo o ano, em todas as unidades básicas de saúde de Minas Gerais.

Entretanto, a partir do contexto da pandemia iniciada em 2020, foi identificada uma queda nos índices de cobertura vacinal infantil.

Segundo a coordenadora do Programa de Imunizações da SES-MG, Josianne Gusmão, com a pandemia, a necessidade de manter o distanciamento seguro impactou no afastamento da população das unidades de saúde, o que contribuiu para a redução nas coberturas vacinais.

Frente a esse cenário, o Estado iniciou imediatamente o planejamento de estratégias para reforçar a imunização.

“O cenário de baixas coberturas vacinais é uma preocupação do Estado e, por isso, são realizadas ações estratégicas em diversas frentes para garantir que não só as campanhas, mas também as vacinas de rotina do calendário nacional de imunização, alcancem os públicos-alvo, com a cobertura preconizada pelo Ministério da Saúde (MS)”, explica Josianne.

A coordenadora detalha que, “dentre as ações desenvolvidas, vale destacar o projeto 'Estratégias para o aumento da cobertura vacinal em crianças menores de dois anos no estado de Minas Gerais: uma pesquisa-ação', em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais, que busca elaborar ações para o aumento da cobertura vacinal em crianças menores de dois anos de vida em MG. Também reforçamos iniciativas como a divulgação de documentos técnicos sobre os riscos das baixas coberturas vacinais e a vigilância dos Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação (ESAVI), para aumentar a confiabilidade nas vacinas". 

O resultado dessa força-tarefa faz-se evidente nos dados mais recentes de coberturas vacinais infantis. Da cobertura das 8 vacinas recomendadas para crianças menores de 2 anos de idade, 7 indicam aumento em relação a 2020 e 2021.

Campanha

Além das ações mencionadas acima, em novembro de 2022, o Governo de Minas Gerais lançou a campanha Vacina Mais Minas Gerais, para conscientizar a população sobre a importância da vacinação. A estratégia de incentivo à imunização começou a ser divulgada na televisão, rádio e internet em 27/11 e traz o depoimento de Carlos Eduardo Rodrigues Vale, de 49 anos. Morador de Contagem, na Reião Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), ele teve poliomielite aos 2 anos, época em que a vacinação contra a doença ainda não era difundida.

Josianne Gusmão destaca que, no mundo e no Brasil, muitas doenças deixaram de ser um problema de saúde pública por causa da vacinação massiva da população.  “Por isso, manter o cartão de vacinas atualizado, é uma das melhores formas para prevenir doenças”, afirma.

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Mobilizar e engajar

Rede Estadual de Mobilização Social em Saúde, instituída em 2017, desempenha um papel fundamental no fortalecimento da Saúde Pública, tornando o cidadão protagonista nas políticas públicas.

No caso da vacinação, um dos trabalhos realizados pelo Núcleo de Mobilização Social em 2022 foi, a convite da Superintendência de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, produzir uma das Unidades do “Curso Qualificação Profissional para Trabalhadores de Sala de Vacinas”, ofertado pela Escola Saúde Pública do Estado de Minas Gerais. Foi desenvolvido o conteúdo de “Comunicação, Mobilização Social e Vacinas” em que foram trabalhados temas como influência das fake news no contexto da vacinação e do movimento antivacina e como a mobilização pode ser uma estratégia de comunicação para aumentar a cobertura vacinal.

Além disso, durante todo o ano de 2022, 1016 ações de Mobilização Social foram realizadas pelos municípios em Minas Gerais, com destaque para a URS de Ubá, com 111 ações; Diamantina, com 102 e Patos de Minas com 88.

Campanha de vacinação infantil realizada pelo município de Presidente Olegário, da Regional de Saúde de Patos de Minas

Vacina protege

Josianne Gusmão reforça que todas vacinas disponibilizadas pelo SUS passam por diversas fases de avaliação, desde os processos iniciais de desenvolvimento até a produção e a fase final, que é a aplicação, garantindo assim sua segurança.

“É sempre importante lembrar que o Calendário Nacional de Vacinação contempla não só as crianças, mas também adolescentes, adultos, idosos gestantes e povos indígenas. Vacinar é proteger você e sua família e por isso mantenha o cartão de vacina atualizado”, alerta a coordenadora.

Por Jornalismo SES-MG