As chuvas intensas que têm atingido diversas regiões de Minas Gerais preocupam quanto às consequências para a saúde pública no estado. Seja pelo aumento de casos de doenças transmitidas pela presença de agentes infecciosos na água, como leptospirose, diarreia e hepatite A, seja pela perda de medicamentos ou inundação de estruturas, os 853 municípios mineiros podem agora notificar a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) por meio de um formulário on-line, para que o governo possa atuar via Unidades Regionais de Saúde (URS). Há atualmente 341 municípios mineiros em estado de emergência em função do período chuvoso.

Município de Salinas | Crédito: Marco Evangelista/Imprensa MG

“A ideia é que o município preencha esse registro toda vez que houver um evento desses e possamos identificar os riscos à saúde humana, como a necessidade de transferência de pacientes, unidades de saúde comprometidas, identificar casos ou surtos de determinada doenças e a perda de medicamentos”, explica a coordenadora de Vigilância em Saúde ambiental da SES-MG, Bruna Tourinho. A secretaria também observa incidentes de interrupção do abastecimento de água para consumo, populações expostas a riscos geológicos e a necessidade de instalação de abrigos temporários.

A coordenadora destaca que a medida se soma ao plantão telefônico do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS-Minas), que pode ser acionado pelas regionais e cidades mineiras, como uma forma de facilitar e agilizar a ação estadual diante dessas ocorrências.

A partir das notificações, a SES-MG consegue agir, como no caso do envio de hipoclorito de sódio a 2,5%, para o tratamento da água para consumo humano, ou a distribuição de kits de medicamentos e insumos médicos.

Nos casos em que pacientes de municípios atingidos eventualmente precisem de transferência para hospitais de outras cidades, a análise também é feita pela Central de Regulação da SES-MG, junto ao SAMU. Uma operação que pode, inclusive, demandar o suporte de outros entes, como o Corpo de Bombeiros. “Nossa intenção é trabalhar a partir da integração com os outros órgãos estaduais”, frisa a coordenadora.

A SES-MG compõe o Grupo Estratégico de Resposta (GER), coordenado pela Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec-MG) para articular as ações, que envolvem também a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Sedese).

Para auxiliar na orientação às 28 regionais, a SES-MG atua continuamente no Programa de Vigilância em Saúde Ambiental dos Riscos Associados aos Desastres (Vigidesastres), e realiza consultas diárias a alertas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a avisos meteorológicos e alertas de enchentes do Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), informações que, por sua vez, são repassadas às URS para que as ações possam se antever aos problemas.

A Secretaria de Estado de Saúde participou ainda da elaboração da Deliberação CIB/SUS 3.580/2021, que aprova o incentivo financeiro complementar e as diretrizes para a elaboração de Planos Municipais de Preparação e Resposta ao período chuvoso.

Orientação

A população também pode encontrar orientações para problemas comuns em regiões atingidas no hotsite www.saude.mg.gov.br/alertachuva, em que há recomendações para fazer limpeza de caixas d’água e de residências inundadas, assim como a identificação de sintomas de doenças provocadas pelo comprometimento das redes pluviais e contato com água contaminada, além dos cuidados para evitar a presença de animais peçonhentos, que buscam refúgio em locais secos, muitas vezes dentro das casas.

Por Jornalismo SES-MG

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