Na última semana, o Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova promoveu a videoconferência “Vigilância da Infecção Latente da Tuberculose (ILTB)”. Participaram do encontro coordenadores e equipes de Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária à Saúde (APS), além de farmacêuticos municipais, de toda a área de abrangência da SRS. O objetivo foi apresentar e orientar quanto à utilização do Sistema de Informação para Tratamentos Especiais de Tuberculose (SITE-ILTB), bem como atualizar os participantes sobre o tratamento da doença em sua fase latente.

Divulgação

A infecção latente da tuberculose ocorre quando a pessoa se encontra infectada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis, sem manifestação da doença ativa, ou seja, quem está infectado permanece saudável por muitos anos, sem transmitir o bacilo e com imunidade parcial à doença. Segundo dados do Ministério da Saúde (2018), estima-se que um quarto da população mundial esteja infectada, constituindo reservatórios do bacilo que podem ser reativados sob condições de resposta imunológica alterada.

A referência técnica do Nuvepi, Dádiva Raquel Rodrigues, responsável pela condução do evento, esclareceu que - para fins de vigilância epidemiológica - será considerado como caso de ILTB o indivíduo infectado pelo bacilo, identificado por meio de prova tuberculínica ou teste de detecção de interferon-gama (Igra), desde que adequadamente descartada a tuberculose ativa. “O intuito é conhecer o perfil clínico e sociodemográfico das pessoas tratadas para ILTB, subsidiar o planejamento e a ampliação das ações de detecção e tratamento e reduzir o número de casos da doença ativa, interrompendo, consequentemente, sua cadeia de transmissão”, enumerou.

De acordo com a coordenadora do Nuvepi, Mônica Fernandes, não havia padronização da coleta, armazenamento e processamento dos dados de ILTB, até que, em 2018, o Ministério da Saúde (MS) publicou o Protocolo de Vigilância da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis no Brasil. “O documento trouxe os pilares da vigilância, como identificação das pessoas com maior probabilidade de ter ILTB ou com maior risco de adoecimento, confirmação de pessoas com a ILTB, indicação correta do tratamento e acompanhamento adequado, notificação das pessoas que realizarão o tratamento, assim como monitoramento e avaliação”, elencou.

Quanto à indicação de tratamento, a referência reforçou o fluxo para realização da prova tuberculínica na região. Ela também informou sobre as indicações e tratamento para ILTB (regime, doses, tempo e indicação) e mencionou a publicação da Nota Informativa nº 5/2021-CGDR/.DCCI/SVS/MS, que dispõe sobre a atualização das Recomendações do Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis.

Sistema de Informação

Em relação à implantação da Vigilância da ILTB em Minas Gerais, Dádiva Rodrigues frisou que todas as pessoas cujo tratamento será iniciado devem ser notificadas por meio da Ficha de Notificação do Tratamento da ILTB pela Unidade de Saúde que identificou o caso. Isso deve ser feito em papel e no sistema on-line SITE-ILTB, por meio do Sistema de Informação para Notificação das Pessoas em Tratamento da ILTB (IL-TB). “O sistema tem como finalidade
principal registrar todas as pessoas em tratamento de ILTB no Brasil e, com isso, gerar dados para o cálculo de indicadores para o monitoramento e avaliação das ações de vigilância”, esclareceu.

“Todos os municípios da Regional já possuem acesso ao sistema e, após o treinamento, espera-se que tenham subsídios para trabalhar a vigilância da ILTB de forma correta”, finalizou a coordenadora Mônica Fernandes.

 

Por Tarsis Murad

Enviar para impressão