Com o objetivo de implantar a vigilância do óbito por tuberculose nos municípios da sua jurisdição, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Passos realizou uma oficina com os coordenadores municipais de Epidemiologia, Atenção Básica à Saúde e referências técnicas de Vigilância de Óbitos e Tuberculose. O evento de capacitação teve apresentações de referências técnicas da Regional de Saúde de Passos e da médica infectologista Priscila Freitas das Neves Gonçalves, do programa de Tuberculose do município de Passos.

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A coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS Passos, Márcia Aparecida Silva Viana, abriu a capacitação, denominada como “Oficina para Implantação da Vigilância do Óbito com Menção de Tuberculose nas Causas de Morte”, reforçando a necessidade das equipes de Epidemiologia e a Atenção Básica à Saúde ficarem atentas quanto à tuberculose. “Nós precisamos conhecer o tamanho desse problema e precisamos identificar onde ele está”, frisou.

A referência técnica de tuberculose da SRS Passos, Maria Ambrosina Cardoso Maia, apresentou ao público o contexto atual da doença no Brasil, Minas Gerais e nos municípios da região. “O enfrentamento da tuberculose (TB) é ainda um desafio para os serviços de saúde”, disse.

Os números apresentados por Maria Ambrosina mostram a dimensão do problema e a importância do comprometimento das equipes de Atenção Básica à Saúde para a identificação dos casos.

Em 2020, a tuberculose teve 66.819 casos notificados no Brasil, com 4.500 mortes, representando 8,4% das doenças infecciosas e parasitárias. Em 2015, 44% dos óbitos registrados no país ocorreram na região Sudeste. Na área da SRS Passos, em 2020, houve 69 casos da doença e em 2021, até setembro, já foram diagnosticados outros 62 pacientes, com quatro óbitos.

 “A capacitação ofertada para os representantes dos municípios sobre a vigilância do óbito com menção de tuberculose nas causas de morte demonstra o comprometimento da SRS Passos com o programa de Controle da Tuberculose. O óbito por TB é considerado um óbito que pode ser evitado, sendo indicativo de fragilidades na assistência ao paciente pela rede de atenção à saúde”, disse Maria Ambrosina. “Ao identificar as fragilidades (essa rede) poderá propor medidas para subsidiar ações de controle”, acrescentou.

Segundo acentua a infectologista Priscila Gonçalves, a tuberculose é uma doença crônica e de notificação compulsória do serviço de saúde, mas o que tem ocorrido é uma subnotificação de casos, não permitindo o tratamento do paciente enquanto haveria tempo e abrindo caminho para a transmissão do parasita (bacilo de Koch) para outras pessoas. “A busca ativa é realizada a todo momento e não é só pelo médico. A busca ativa é da equipe de estratégia da saúde. Fazendo um diagnóstico precoce, vamos quebrar a cadeia de transmissão e melhorar a sobrevida do paciente”, disse.

A oficina de implantação da Vigilância do Óbito por Tuberculose teve também as participações das referências técnicas Cibele Batista Ribeiro (vigilância de óbitos da SRS Passos) e Tamara Rodrigues Costa Melo (Sistema de Informação de Mortalidade - SIM). Cibele Ribeiro fez abordagem sobre as “Equipes envolvidas na Vigilância do Óbito com menção de tuberculose e instrumentos utilizados”, enquanto Tamara Melo realizou a oficina “Acompanhamentos de óbitos com menção de tuberculose no SIM”.

 

Por Enio Modesto

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