Regional de Saúde de Ponte Nova intensifica trabalho de prevenção às arboviroses | Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Agentes de controles de endemias do Ministério da Saúde (MS), integrados ao quadro de servidores do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova, têm realizado visitas aos municípios do território para supervisionar e fortalecer o trabalho de prevenção às arboviroses urbanas (Dengue, Chikungunya e Zika vírus). A intensificação das ações se faz ainda mais necessária atualmente, de forma a evitar o risco da ocorrência simultânea das epidemias de covid-19 e de arboviroses.

Crédito: Regional de Saúde de Ponte Nova

Segundo relato do agente Geraldo de Souza Caldas, a atuação junto aos municípios infestados começa com a observação do cumprimento da meta física, que se refere ao número de visitas em imóveis, trabalho executado pelos agentes municipais. Conforme preconizado pelo Ministério da Saúde (MS), é desejável que a meta seja cumprida em sua integralidade, mas é aceitável um nível de 80%. “Devem ser realizados seis ciclos ao longo do ano, incluindo o tratamento focal, o perifocal e o desentulho. Assim, esperamos quebrar o ciclo gonotrófico de reprodução da fêmea do Aedes aegypti”, orientou.

Caldas deu sequência às explicações, esclarecendo que, durante a atuação, pretende-se cobrir o poder residual do inseticida aplicado (que vai até 180 dias) e do larvicida (que vai até 120 dias), sendo que o MS trabalha com 60 dias a fim de permitir uma margem de segurança. Os servidores da SRS orientam quanto à necessidade de realização de visitas em pontos estratégicos, de 15 em 15 dias, realizando pesquisa e tratamentos. As instruções também abarcam os procedimentos a serem realizados durante os “bota-foras”, com a retirada de qualquer inservível que possa ser um foco em potencial, além de orientações – quando apresentado um caso confirmado de dengue ou suspeita – para que seja procedido o bloqueio de transmissão com bomba costal motorizada contendo inseticida de poder residual aéreo.

Ainda de acordo com Caldas, também fazem parte do escopo de ação o Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa/LIA), a fim de detectar índices de infestação predial por município. “Índices menores que 1% são considerados satisfatórios; de 1% a 3,9% indicam alerta; e acima de 3,9% representam alto risco de epidemia”, explicou, completando que a SRS ainda auxilia todos os agentes municipais a realizar os levantamentos necessários e a aplicação de inseticidas e larvicidas por meio de bombas costais motorizadas e manuais.
 
Em relação a municípios não infestados, o trabalho da SRS é diferenciado, conforme esclarece o agente Sebastião de Almeida Moreira. Nestes casos, é feita pesquisa em armadilhas para capturar larvas do mosquito, semanalmente, e também é realizado levantamento, por quadrimestre, do total de imóveis urbanos do município (LIRAa e LIA)Além disso, são feitas pesquisas quinzenais em pontos estratégicos. “No entanto, os municípios não infestados são minoria dentro de nossa realidade. E caso encontremos alguma larva durante a pesquisa, bem como a confirmação num raio de 300 metros por três vezes, propomos as estratégias de atividades voltadas a municípios infestados”, disse.
 
Segundo a coordenadora do Nuvepi, Mônica Fernandes, todos os municípios tiveram que realizar e entregar o Plano de Enfrentamento às Arboviroses, cujo período contempla dezembro de 2020 a maio de 2021, corresponsabilizando secretários municipais de saúde e prefeitos, com todas as ações de seus agentes de campo, no controle do Aedes aegypiti. Para a referência técnica do Nuvepi, Paloma Gesualdo, o período sazonal contemplado no plano é o mais favorável à transmissão das arboviroses. “Por isso, é de extrema importância a otimização das ações de prevenção e de controle, que envolvem não somente os trabalhos de rotina dos agentes, mas também as ações de mobilização social e educação em saúde”, declarou.

Por Tarsis Murad