Foi encerrada, na última sexta-feira (6/11), a Avaliação do Potencial Malarígeno (APM), em uma área do canteiro de obras da nova linha de transmisão (sistema usado para transmitir energia eletromagnética) que passará pelo município de Mutum (localizado na região do Vale do Rio Doce), pertencente à jurisdição da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Manhuaçu. Participaram dessa avaliação, as equipes das SRS’s de Manhuaçu e Coronel Fabriciano e a equipe de Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Mutum.

Crédito: Divulgação

Alguns estudos apontam que a instalação e operação de empreendimentos potencialmente impactantes pode afetar a dinâmica populacional de anofelinos (Anopheles darlingi, mosquito hospedeiro e transmissor da malária e o principal vetor de malária no Brasil, pertencente ao género Anopheles) e, consequentemente, influenciar no risco de transmissão da malária.

Por esse motivo, a legislação ambiental brasileira estabelece a necessidade da APM durante os processos de licenciamento ambiental em regiões endêmicas de malária de acordo com a Portaria nº 1, de 13 de janeiro de 2014, do Ministério da Saúde (MS) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), definindo diretrizes e procedimentos metodológicos para embasar os estudos epidemiológicos e entomológicos na emissão de licenças ambientais e atestados sanitários para a implantação de tais empreendimentos que provocam mudanças ambientais.

Para compreender os aspectos legais e metodológicos dos estudos de potencial malarígeno e o contexto em que se inserem, durante três dias foi realizado o monitoramento entomológico com atividades de coleta de vetores transmissores da malária, tanto na forma imaturas (larvas e pupas) quanto na forma alados (mosquito adulto), em um raio de 2 km ao entorno do canteiro de obras. De acordo com o Biólogo da Prevent Controle de Endemias, Nilton Neves, responsável pelos estudos, “dos 6 criadouros investigados não foi encontrado o vetor transmissor da malária, tanto nas capturas diurnas, quanto nas capturas noturnas”, pontuou.

Segundo o coordenador de Vigilância Epidemiológica da SRS Manhuaçu, Ernesto Grillo, que participou da avaliação o monitoramento é extremamente importante, pois “essa análise é realizada a fim de identificar fatores de risco para a transmissão da malária. Estamos em uma região onde já houve casos e, por essa razão, todo cuidado é positivo no sentido de prevenção”, finalizou.

Por Antonio Rodrigues

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