A Coordenação de Atenção à Saúde (CAS) da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Ponte Nova reuniu, nos dias 12, 13 e 14/8, gestores municipais e representantes da Atenção Primária (APS) e dos serviços especializados de Média Complexidade existentes nos municípios que compõem a região. A intenção foi monitorar e alinhar as ações executadas em toda a rede assistencial diante do cenário da pandemia do novo Coronavírus. Por parte da APS, participaram integrantes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e/ou equipes multidisciplinares, das Academias de Saúde e de Saúde Bucal. Em relação à Média Complexidade, estiveram presentes representantes da Atenção Especializada, da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, da Rede de Atenção Psicossocial, da Odontologia Hospitalar e dos Centros Especializados em Odontologia (CEO).

Crédito: Regional de Saúde de Pone Nova

A videoconferência foi iniciada pela referência técnica Karen Ségala que enfatizou a importância da presença da APS no Plano de Contingência Macrorregional, conforme exigência da SES-MG, com a inclusão de cinco itens principais, em uma planilha própria, são eles: cadastro da população na APS; informações sobre o credenciamento e implantação dos Centros para enfrentamento da Covid-19; informações sobre o Indicador de Internações Sensíveis à APS (ICSAB); populações em situação de maior vulnerabilidade e dados de escolaridade e renda por município. Foi dado destaque a cada ponto, a fim de que toda a equipe esteja alinhada no enfrentamento da pandemia, considerando as dificuldades encontradas e as estratégias conjuntas de atuação, tendo em vista as vulnerabilidades existentes em cada município.

Segundo a coordenadora da CAS, Saskia Maria Albuquerque Drumond, o preenchimento da planilha é de grande valia para o atual momento. “É um instrumento que faz com que os municípios se reconheçam melhor e estejam mais alertas. Lembrando que na Atenção Primária temos a Estratégia de Saúde da Família, o NASF e/ou equipes multidisciplinares, as equipes de Saúde Bucal e a Academia da Saúde, sendo que todos devem estar integrados para realizar as discussões conjuntamente, aproximando-se cada vez mais do território”, declarou a coordenadora da CAS.

Outra pauta foi referente à Política Estadual de Promoção a Saúde (POEPS), com ênfase na nova Resolução SES/MG nº 7.090 de 29 de abril de 2020, que estabelece, em caráter excepcional e provisório, as normas de repasse, acompanhamento, controle e avaliação do incentivo de custeio diante do cenário da pandemia de Covid-19. “Nesse período, a POEPS tem apenas um indicador, que é o preenchimento de um formulário de ações de Promoção à Saúde, via FormSUS, por parte do coordenador da APS”, complementou Karen Ségala, que também discutiu os conceitos de Educação em Saúde e Educação Permanente em Saúde e os cinco temas que compõem a Promoção em Saúde: alimentação saudável adequada e sustentável; práticas corporais e/ou atividade física; promoção da saúde do trabalhador; prevenção da violência e promoção da cultura da paz; consumo de tabaco, álcool e outras drogas.

“As ações de prevenção e promoção à saúde têm ainda mais relevância nesse cenário de pandemia, levando-se em consideração que elas podem contribuir com a APS. Também ressalto que é fundamental invertermos a lógica do cuidado, valorizando as ações que promovam a saúde e a qualidade de vida, em detrimento do cuidado centrado apenas na doença”, completou.

Articulação

Sobre a Média Complexidade, a referência técnica Ana Flávia de Paiva Mendes enfatizou a manutenção de serviços durante o estado de pandemia, com as devidas orientações de biossegurança, a fim de evitar o agravamento dos casos já acompanhados, mesmo que remotamente: “Para que isso seja efetivo, é necessário que a rede funcione de forma articulada em todos os níveis de atenção, uma vez que esse tipo de paciente transita por vários pontos dessa rede. Mas é preciso ter em mente que a Atenção Primária é a ordenadora desse cuidado”, pontuou.

No que se refere à Saúde Bucal, a referência técnica da CAS e cirurgiã dentista, Alessandra Dias da Silva, chamou a atenção para o fato da área nunca ter deixado de atender urgências, emergências e procedimentos inadiáveis. “No entanto, a partir de agora e mais do que nunca, é preciso que o dentista esteja ainda mais próximo do usuário e efetivamente ligado aos processos e fluxos, desenvolvendo ações de vigilância em saúde”, disse.

Ela ainda mencionou que a “nova realidade” requer que o profissional programe os seus atendimentos com base em uma estratificação de risco prévia (em que o paciente faz relatos e autoexames de boca, cabeça e pescoço), o que pode ser realizado por telefone ou chamada de vídeo, por exemplo. Ainda sobre o dentista, a referência destacou que cabe ao profissional a decisão final sobre a realização ou não de um procedimento, de acordo com sua competência técnica, baseando-se em uma série de resoluções dos Conselhos Federal e Regional de Odontologia.

Por Tarsis Murad