A contratação de médicos especialistas em UTI é um desafio para a expansão das unidades de terapia intensiva para o enfrentamento da covid-19 em hospitais da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Com o plano de ampliação de até 66 leitos de UTI, a Fhemig tem feito sucessivos chamamentos emergenciais para contratação desses profissionais e, mesmo oferecendo uma remuneração compatível com o mercado, poucos candidatos preenchem os requisitos necessários.

Crédito: Agencia Brasil / EBC

Um leito de UTI direcionado para pacientes com complicações da covid-19 exige profissionais com maior qualificação. Para cada dez leitos disponíveis são necessários nove médicos, que precisam ser especialistas em Terapia Intensiva ou Infectologia e ter experiência nesse tipo de trabalho.

A princípio, o profissional precisa ser do nível III, com graduação em Medicina, residência e especialização registrada no Conselho Federal de Medicina. “Trata-se de um leito crítico, que tem direcionamento de trabalho com critérios específicos. Para trabalhar, é preciso que o profissional atenda ao perfil e possua experiência, e estamos com dificuldades de captar esse médico”, pontua a diretora de Gestão de Pessoas da Fhemig, Alice Guelber Melo Lopes.

Porém, a diretora ressalta que as demais vagas oferecidas, para outras categorias profissionais também necessárias à formação de novas equipes (técnicos de Enfermagem, fisioterapeutas respiratórios, entre outros) são preenchidas, formando, inclusive, cadastro reserva.

Chamamentos

Alice conta que, para o Hospital Júlia Kubitschek, por exemplo, já foram feitos três chamamentos. No primeiro, em 16 de junho, foram oferecidas nove vagas e só dois médicos se inscreveram. Outro edital foi aberto e foram oferecidas sete vagas e, mais uma vez, só houve dois candidatos. Em 27/7, novo chamamento foi feito, com sete vagas, e o processo está em andamento.

A remuneração básica oferecida para o médico nível III é de R$ 9 mil, para 24 horas de trabalho semanais. “Já tivemos processos em que não apareceu nenhum profissional médico”, lembra Alice, que diz ter tido dificuldades na capital e no interior do estado.

Um procedimento adotado pelo Governo de Minas para conseguir os profissionais, e assim, ampliar o número de leitos em Minas, é abrir o chamamento também para médicos de nível I, que têm a graduação em Medicina e experiência comprovada em leitos de UTI, sem a especialização registrada. Para eles, tem sido oferecida a remuneração de R$ 7mil por 24 horas semanais. “Há uma demanda geral pelos médicos em todo o Brasil, e estamos competindo com várias situações”, diz Alice.

Ampliação

A falta de profissionais dificulta a ampliação de até 66 leitos de UTI em hospitais da Rede Fhemig para as cidades de Belo Horizonte, Patos de Minas, Juiz de Fora e Barbacena. Para cada dez leitos de UTI de covid-19, são necessários nove médicos, cinco enfermeiros, 25 técnicos de Enfermagem, quatro fisioterapeutas e um auxiliar administrativo.

Atualmente, para a assistência aos pacientes com coronavírus, a Rede Fhemig conta com 220 leitos de enfermaria para pacientes suspeitos e contaminados pelo coronavírus, 106 unidades de terapia intensiva e dez leitos de referência para gestantes no Hospital Júlia Kubitschek.

Por Agência Minas