Criado para homenagear os profissionais que trabalham na área da saúde dentro dos hospitais, como médicos, enfermeiros, radiologistas, terapeutas, psicólogos, secretárias, faxineiras, cozinheiras, entre outros, o Dia do Hospital remete diretamente à Fundação Hemominas e ao seu propósito: atuar nas áreas de hematologia, hemoterapia, células e tecidos com excelência e responsabilidade socioambiental, respeito e valorização do ser humano.

Crédito: Adair Gomez

Princípios que se revelam desde o cuidado na coleta do sangue e se refletem nos procedimentos posteriores, como os diversos e numerosos exames que atestam a qualidade do tecido sanguíneo, e o fracionamento (separação dos hemocomponentes que serão utilizados em transfusão, conforme a necessidade dos pacientes), que libera o sangue para distribuição às instituições de saúde.

Integrando uma rede composta por uma Administração Central e 22 unidades descentralizadas nas macrorregiões do estado (Hemocentros, Hemonúcleos e Unidades de Coleta e Transfusão), além do Centro de Tecidos Biológicos (Cetebio) e dos Postos Avançados de Coleta Externa (PACEs), a Hemominas é responsável por uma cobertura hemoterápica superior a 90% em todo o estado. São cerca de 600 entidades conveniadas, incluindo hospitais públicos, filantrópicos e particulares, alcançando aproximadamente 800 municípios, direta ou indiretamente. A meta é alcançar 100% dos procedimentos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Em 2019, como resultado desta estrutura, o sangue doado pelos mais de 348 mil doadores gerou a produção aproximada de 825 mil hemocomponentes, beneficiando pacientes de diversos estabelecimentos de saúde em Minas. Ainda nesse ano foram realizados mais de 90 mil procedimentos e consultas, sendo processados cerca de cinco milhões de testes laboratoriais, incluindo testes sorológicos, moleculares e imuno-hematológicos realizados nas Centrais de Laboratórios da Administração Central.  

Também o laboratório de Histocompatibilidade (HLA), que tem se expandido rapidamente desde sua implantação em 2012, já é responsável por 50% dos testes realizados no estado. Cabe lembrar, ainda, a coleta de células-tronco periféricas para a realização de transplantes de medula óssea, em parceria com hospitais universitários, sendo parceira importante do MG Transplantes. Desde a criação dessa central, a Hemominas tem realizado a sorologia dos possíveis candidatos à doação de órgãos.

Outra iniciativa de grande impacto é a implantação do Centro de Tecidos Biológicos (Cetebio), que já está disponibilizando à comunidade médica células e tecidos biológicos coletados e processados segundo critérios de qualidade internacionais e normas técnicas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Atendimento na RMBH e interior

Só neste ano, o setor de Distribuição do Hemocentro de Belo Horizonte HBH), que funciona 24 horas por dia, já liberou mais de 22.500 hemocomponentes, entre hemácias, plasma, crio geral e plaquetas. Em abril – esclarece a doutora Samila Santana –, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) houve uma redução de 18-20% no volume de solicitações, devido à pandemia. Na região, os maiores demandantes abrangidos pelo SUS são o Hospital das Clínicas, Odilon Bherens, Risoleta Neves, Santa Casa e o Hospital Municipal de Contagem. Entre os hospitais privados, destaca-se o Hospital Madre Tereza, e entre os da Rede Fhemig, o Hospital João XXIII, conhecido como Pronto Socorro.

Crédito: Adair Gomez

No interior do estado, o Hemocentro de Montes Claros registrou, nos últimos seis meses, a distribuição de 11592 bolsas, configurando uma média mensal de 1932 hemocomponentes disponibilizados, segundo informa o médico coordenador da unidade, José Geraldo Soares Maia. No município, o maior demandante é a Agência Transfusional da Santa Casa local, cuja média mensal é de 77O hemocomponentes/mês (39,8% do total distribuído). O hospital conta três CTI’s, serviços de oncologia clínica e cirúrgica, onco-hematologia, transplante hepático e de rins, atendimento a queimados, nefrologia e hemodiálise, dois serviços de emergência (pronto socorro), serviços de neurologia clínica e cirúrgica, clínica médica e cirurgia geral, pediatria, obstetrícia, além de várias clínicas especializadas.

Vale ressaltar que o serviço de Distribuição de hemocomponentes funciona ininterruptamente em regime de plantão, 24 horas/dia, nos sete dias da semana.

Hospital – organização médica e social

Segundo o Ministério da Saúde, o hospital pode ser definido como “a parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, constituindo-se também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de pacientes”.

No Brasil, o primeiro hospital criado foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos, em São Paulo, em 1543, por iniciativa do fidalgo português Brás Cubas. A princípio, como não havia médicos para atuar nesse local, os encarregados de cuidar dos enfermos eram os jesuítas. No dia 2 de julho de 1945, o atual prédio do hospital foi inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas e, assim, a data passou a ser considerada o Dia do Hospital, celebrado desde 1961, por força do decreto do então presidente Jânio Quadros. Já o Dia Mundial do Hospital é comemorado em 14 de julho, instituído pela Organização Mundial de Saúde.

Hemominas/Santa Casa: parceria imprescindível

As Santas Casas estão espalhadas por todo o país. Em Belo Horizonte, é o estabelecimento que demanda o maior volume dos serviços prestados pela Hemominas e o maior hospital 100% SUS de Minas Gerais. Escolhida como referência para atendimento aos pacientes com COVID-19, a instituição está preparada para enfrentar a pandemia, sem deixar de lado seu caráter de hospital da comunidade – referência em serviços de média e alta complexidade. O hospital ocupa posição de destaque nacional na realização de transplantes, tratamento nefrológico, cirurgias cardíacas em adultos e crianças, cirurgias do sistema nervoso central e periférico, do aparelho circulatório e outros procedimentos. Por ano, realiza cerca de 2,9 milhões de atendimentos: mais de 56 mil cirurgias, 447 mil consultas, 2,1 milhões de exames e 55 mil internações. 

Como salienta a organização, “a parceria firmada entre a Fundação Hemominas e a Agência Transfusional do Grupo Santa Casa BH – responsável pelo atendimento hemoterápico de toda a instituição – tem sido imprescindível para a segurança dos pacientes”. Por mês, são feitas cerca de 1740 transfusões, a maioria delas em pacientes internados nos leitos de Terapia Intensiva Adulto e Pediátrico (casos clínicos e pós-operatórios), oncológicos, hematológicos e de transplantes. Em relação aos hemocomponentes transfundidos, destaque para o concentrado de hemácias (CHM), representando uma média mensal de 1000 transfusões, seguida do concentrado de plaquetas (400 transfusões média/mês).

A Agência Transfusional do GSCBH é um dos maiores clientes da Fundação Hemominas em BH, no quesito solicitação de hemocomponentes. Ao longo dos anos, desenvolveu-se uma parceria sólida e essencial para um atendimento ágil e efetivo, considera o órgão. Para isso, as analistas da Agência Transfusional realizam a gestão do estoque de hemocomponentes e acompanham diariamente as solicitações na Hemominas, com o intuito de racionalizar o uso desses insumos. “Vale destacar que nos casos de solicitações de urgência, hemácias fenotipadas e outras situações especiais como transplantes, transfusão de hemácias lavadas, procedimentos cirúrgicos de emergência, a equipe conta com o apoio dos coordenadores dos setores de Distribuição e Prova Cruzada para garantir um atendimento completo das solicitações em tempo hábil. É importante também o apoio dos médicos e bioquímicos/biomédicos para discussão de casos clínicos, visando a um atendimento mais adequado e seguro para os pacientes, e do setor de captação da Fundação”, ressalta a Santa Casa.

Hospital Madre Teresa e Fundação: aliando crescimento e reconhecimento

Parceiro da Fundação desde fevereiro de 1991, o Madre Tereza (HMT) constitui-se como o seu maior cliente privado na RMBH. Quem fala sobre essa interação é o coordenador da Agência Transfusional do Hospital, Mário Soares de Azevedo Neves:

"A parceria permitiu um grande crescimento nas áreas de Hemoterapia e Hematologia, com a diversificação dos produtos como o concentrado de hemácias, as plaquetas, o crio e o plasma. Trata-se de itens básicos e muito importantes para a sustentabilidade e segurança dos pacientes submetidos a cirurgias. O HMT é referência em procedimentos cirúrgicos de alta complexidade, como as cardiovasculares, válvulas, revascularização do miocárdio e de aneurisma. O suporte de sangue da Fundação Hemominas também possibilita a realização de cirurgias complexas nas áreas da Ortopedia, Neurologia, Geral e Torácica. Esses procedimentos são dependentes da utilização de hemocomponentes como barreira de segurança para o sucesso, já que, geralmente, são patologias com grande morbidade”, salienta.

Outra iniciativa do Hospital que também merece referência é a “campanha” que desenvolve junto a pacientes e famílias quanto à doação de sangue: “O
Madre Teresa tem o importante papel de abastecer a Fundação de doadores de sangue, pois cerca de 50% dos pacientes são do interior e, com isso, solicitamos às famílias que façam a reposição com doação de sangue em uma de suas 22 unidades, espalhadas pelo estado. Assim, a rede fica abastecida para manter as transfusões tão necessárias para salvar vidas”, acrescenta Mário Neves.

E mais:

“Outro crescimento importante decorrente da parceria com a Hemominas foi a evolução dos tratamentos de Onco-hematologia, pois os pacientes oncológicos precisam receber bolsas especiais, como irradiada, fenotipada, desleucocitada, e o extenso parque tecnológico da Fundação permite atender nossa demanda biológica necessária diariamente. Em média, são reservadas de mil a 1.100 bolsas ao mês, com a execução de cerca de 700 transfusões. A parceria com a Hemominas permitiu o crescimento e o reconhecimento do HMT junto à comunidade médica e em todo estado ao atender todos os preceitos necessários para Belo Horizonte e Minas Gerais”, conclui o coordenador.

Reverenciando a data, a presidente da Fundação Hemominas, Júnia Cioffi, cumprimenta as instituições e profissionais envolvidos no cuidado com os pacientes, principalmente nestes tempos de pandemia: “A todos os hospitais e aos que neles atuam, o reconhecimento da Fundação Hemominas pelo trabalho que executam em benefício da saúde e do bem-estar da população e da sociedade. E agradecemos aos nossos servidores por serem a ponte que une o ato solidário da doação de sangue a quem dele precisa para sobreviver”.

 

Por Assessoria Hemominas