Na tarde da última quinta-feira (4/6), o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, acompanhado do chefe de gabinete João Márcio Silva de Pinho e do subsecretário de Gestão Regional, Darlan Venâncio Thomaz Pereira, presidiu uma reunião por videoconferência com prefeitos e gestores de saúde da macrorregião Leste do Sul para tratar do programa Minas Consciente. Também participaram do encontro os superintendentes regionais de Saúde Kátia Jardim de Carvalho Irias (Ponte Nova) e Juliano Estanislau Lacerda (Manhuaçu).

minasconsciente

O programa propõe a retomada segura e gradual das atividades econômicas nos municípios do estado, setorizando-as em quatro “ondas” (onda verde – serviços essenciais; onda branca – baixo risco; onda amarela – médio risco; onda vermelha – alto risco). Elas são liberadas de forma progressiva, de acordo com indicadores de capacidade assistencial e de propagação da Covid-19, avaliando-se o cenário de cada região e a taxa de evolução da doença.

Atualmente, a macrorregião Leste do Sul, composta por 53 municípios das microrregiões de Ponte Nova, Viçosa e Manhuaçu, encontra-se na onda amarela. “Quando fazemos uma avaliação dentro do programa, a Leste do Sul ainda apresenta uma das menores incidências do estado, embora venha mostrando uma tendência crescente quanto ao número de casos nos últimos dias”, alertou. Amaral também reforçou, em âmbito estadual, o que chama de “inversão da curva” de notificações de casos de Covid-19: “Estamos observando uma curva que está deixando de horizontalizar para verticalizar, o que mostra, efetivamente, uma mudança de comportamento das notificações”, ressaltou.

Sobre o pico da epidemia, Carlos Eduardo Amaral destacou que sua antecipação mostra que é necessário que todos sejam mais diligentes em relação ao isolamento. “A antecipação significa que houve uma piora global do desempenho em Minas Gerais. Por isso, reforço que somente adotando as medidas de isolamento necessárias conseguiremos obter êxito e restringir, de fato, o número de pessoas doentes. Caso contrário, não haverá capacidade instalada assistencial que suporte a demanda. Queremos ter mais CTIs, mais ventiladores, mais estrutura de assistência, mas só controlaremos a epidemia se o distanciamento social for eficaz”, disse.

Tomada de decisão

O chefe de Gabinete João Pinho observou que é desejável que o maior número de municípios faça a adesão ao Minas Consciente, de forma a nortear a tomada de decisão e ter um nível de coordenação mais adequado. “O programa possui uma consistência metodológica para orientar os processos decisórios. Sabemos que isso é difícil, sobretudo quando falamos de municípios pequenos. Por isso, venho agradecer o esforço de cada um de vocês em avaliar essa proposta, que coloca o Estado como parceiro”, falou.

O subsecretário Darlan Venâncio Thomaz Pereira enfatizou, em sua fala, que qualquer ampliação da capacidade assistencial não será suficiente para conter os efeitos da pandemia no ritmo que já se apresenta. “Vejo municípios fazendo um esforço hercúleo para o enfrentamento da pandemia e uma tomada de decisão corporativa é, neste momento, fundamental. É importante que façam um propósito de adesão a algum plano e eu, institucionalmente, acredito muito no Minas Consciente”, opinou.

Finalizando suas considerações, o secretário Carlos Eduardo Amaral mencionou que o atual cenário requer cautela. “A aceleração está por vir e fica mais difícil termos uma reação se não tivermos prontos e preparados para o conflito. Assim, o Minas Consciente tem por objetivo trazer certa harmonia, sem qualquer imposição. Gostaríamos de ter um parâmetro claro para que os municípios possam conversar entre si e constituir um grupo alinhado, que fale a mesma linguagem e que flexibilize as atividades com respaldo e cautela, conforme o momento vivenciado”, completou.

Por Tarsis Murad