O Estado de Minas Gerais vai publicar em breve um edital para chamamento público, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) e Polícia Militar, visando a seleção de organizações sociais (OS) interessadas em executar a gestão compartilhada de hospitais de campanha no contexto do enfrentamento à Covid-19. O anúncio foi feito durante entrevista coletiva virtual, concedida no início da tarde desta quinta-feira (04/6) pelo secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral. Também deram declarações, no âmbito de seus respectivos órgãos, o comandante-Geral da Polícia Militar, coronel Rodrigo Sousa, e o secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio.

Fotos: Pedro Gontijo

O secretário Carlos Eduardo Amaral explicou que a estrutura montada no Expominas estava com previsão de início de operações em junho. Porém, em decorrência do controle da situação da doença, em virtude do isolamento precoce, não houve necessidade de acionar o serviço, pois a rede de saúde instalada nas unidades hospitalares tem conseguido absorver a demanda por internações. “Isso nos deu uma folga para tomar medidas na gestão do serviço público, buscando qualificação dos gastos públicos. É importante lembrar que com R$ 5 milhões conseguimos montar aquela estrutura. Então, no caminho de uma gestão eficiente vamos buscar essa gestão compartilhada. Aquelas organizações sociais com interesse em ter esta relação com o Governo de Minas que fiquem atentas, porque teremos um processo de chamamento público em breve”.

Já o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), coronel Rodrigo Sousa, destacou que a PMMG segue cumprindo não só sua atividade típica na segurança pública, mas também dando andamento a seu Plano de Contingência no cenário da epidemia da Covid-19. “O plano segue em execução, com todas as etapas previstas, em apoio à Secretaria de Estado de Saúde. Gostaria de registrar a todos que contêm com a Polícia Militar no combate ao coronavírus”, afirmou.

Rede de laboratórios

Carlos Eduardo Amaral esclareceu o processo de entrada em operação dos laboratórios inscritos na Rede Estadual de Laboratórios de Saúde Pública (RELSP), dando como exemplo a situação do serviço no Hospital Universitário Clemente de Faria, vinculado à Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). “Os vários laboratórios que pediram sua inscrição na Rede e tiveram aprovação, passam a operar conforme a demanda. Após a inscrição, faz-se o credenciamento. Em seguida, deve ser feito o processo de validação junto à Fundação Ezequiel Dias (Funed), posteriormente a inclusão no sistema do Gerenciamento de Ambiente Laboratorial (Gal). Ele tem que fazer a validação junto à Funed, depois no GAL e finalmente o planejamento operacional. No caso do laboratório do Hospital Universitário Clemente de Faria, essa unidade está nessa fase de iniciar operação”, apontou.

O secretário de Estado de Saúde ainda analisou a situação em Minas na comparação com outros estados, que concentram mais casos em suas capitais, em oposição ao que ocorre no território mineiro. “Aqui temos um perfil um pouco diferente. A nossa capital concentra aproximadamente 12% da população, enquanto em outros estados esse patamar é mais alto. Então nós temos um percentual de casos que está, de fato, em outras cidades. Do ponto de vista assistencial, no entanto, a nossa avaliação é de que essa maior dispersão permite equacionar melhor a infraestrutura, evitando que tenhamos uma explosão de casos, obtendo olhares diferentes para cada região. Esse fator nos permite, então, ter um perfil assistencial bem definido”, comentou.

Amaral ainda explicou que diante dessa diferença de estágios da epidemia no estado, a SES-MG faz monitoramentos, inclusive enviando unidades de resposta rápida para controle de eventuais surtos. “Alguns desses surtos estão em remissão, ou seja, não apresentam uma transmissão que possa expor a população de determinado município ou microrregião, mas sempre ficamos atentos”.

Minas Consciente

O secretário adjunto de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, informou que, no momento, o programa Minas Consciente conta com a adesão formal de 110 municípios, o que indica uma população de aproximadamente 3 milhões de pessoas sob os protocolos estabelecidos pelo Estado. Ainda informou que, em decorrência da avaliação de indicadores, a Macrorregião Noroeste retrocedeu da onda branca para a onda verde, e ainda explicou a situação dos shoppings centers. “Eles deixam de ser zonas proibidas. Nos municípios que contarem com um shopping, poderá ocorrer o funcionamento, conforme os segmentos que estão no Minas Consciente. Por exemplo, se no município está vigorando a onda branca, aquelas atividades poderão funcionar no shopping conforme essa onda, observando-se sempre os indicadores. Buscamos uma experiência de consumo segura e responsável”.

Por Ramon Santos