A partir da próxima segunda-feira, 25 de maio, a Fundação Hemominas vai iniciar o recrutamento de doadores voluntários de plasma convalescente.

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Nesta quarta-feira (20), a instituição recebeu autorização do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para iniciar o projeto de estudo “Imunoterapia passiva como alternativa terapêutica de tratamento de pacientes com a forma grave de Covid-19”.

O secretário de Estado da Saúde, Carlos Eduardo Amaral, em coletiva virtual nesta sexta-feira (22), destacou que “o estudo é mais um ponto importante para que Minas Gerais consiga alcançar uma solução para a pandemia”.

O estudo

O objetivo do trabalho é identificar a segurança da infusão do plasma de doadores convalescentes (pessoas que tiveram o novo coronavírus e se curaram da infecção) como mais uma alternativa terapêutica, em adição ao tratamento padrão de pacientes que apresentam a forma grave da Covid-19.

A presidente da Hemominas, a médica hematologista Júnia Cioffi, esclarece que este tipo de terapia tem apresentado resultados satisfatórios e já foi utilizado em outros surtos de doenças infecciosas, como em pacientes infectados por SARS, MERS, H1N1 e Ebola.

Para isso, Júnia Cioffi aposta, mais uma vez, na solidariedade dos mineiros: “Para obter o plasma necessário para o estudo é preciso que aqueles que já se curaram da infecção e foram liberados do isolamento obrigatório estejam dispostos a participar do processo e ceder o sangue”, acrescentou.

O projeto é coordenado pelo médico hematologista da Fundação Hemominas, Marcelo Froes, e será realizado em parceria com a Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), por meio do Hospital Eduardo de Menezes, e a UFMG, via Instituto de Ciências Biológicas.

A equipe de pesquisadores da Fundação Hemominas comemorou a aprovação e já está desenvolvendo os protocolos para as próximas etapas do estudo. O coordenador Marcelo Froes explica que todo o processo será feito com o consentimento e colaboração dos doadores, dos pacientes e/ou da família. “Muitas pessoas ficam receosas por se tratar de um estudo, porém o uso do plasma vem mostrando resultados positivos e pode ser uma opção de tratamento eficaz para a infecção”.

Para esclarecer os doadores, foi elaborado um material de orientação que estará disponível no site da Hemominas (inserir link). Nesta etapa, serão selecionados 60 doadores voluntários, do sexo masculino, que poderão ajudar pacientes internados no Hospital Eduardo de Menezes, selecionados de acordo com a avaliação do clínico assistente.

Doadores

Com o sinal verde para o estudo, a próxima fase vai contemplar o recrutamento e seleção dos doadores de plasma voluntários. Para participar do estudo, é preciso ter o seguinte perfil:

  • Ser do sexo masculino;
  • Ter entre 18 e 60 anos;
  • Ter um resultado de PCR positivo para SARS-Cov-2 (novo Coronavírus);
  • Não apresentar sintomas da Covid-19 há, pelo menos, 14 dias;
  • Já ter sido liberado do isolamento obrigatório pelo médico;
  • Estar apto, segundo os demais critérios de doação regular de sangue.
  • Os voluntários que se enquadrarem nos quesitos acima devem agendar a doação de plasma no Serviço de Aférese do Hemocentro de Belo Horizonte pelo telefone (31) 3768-4524, nos seguintes dias e horários: segunda a quinta-feira, das 7h às 18h; na sexta-feira, das 7h às 12h.

Após o agendamento, o doador de plasma precisará comparecer duas vezes ao Hemocentro de Belo Horizonte. Na primeira visita, será feita uma entrevista e coleta de material para exames.

Na segunda visita, será realizada a doação do plasma, por meio de um processo denominado aférese. Esse processo permite que seja retirado apenas o hemocomponente necessário – nesse caso, o plasma - retornando os demais componentes para o doador. É um procedimento seguro, que é realizado em 40 minutos, aproximadamente.

O estudo, no primeiro momento, será feito apenas em doadores do sexo masculino. O coordenador Marcelo Froes explica o motivo de não ser coletado plasma de doadoras do sexo feminino: “As mulheres são consideradas grupos de risco para doação do plasma porque, caso já tenham estado grávidas, podem desenvolver anticorpos que podem causar reações pulmonares graves em pacientes com Covid-19”.

Por ASCOM Hemominas