A identificação de aumento importante da movimentação pós a data comemorativa do dia das mães preocupa a secretaria, o isolamento e distanciamento social são medidas mais eficazes para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. A informação foi reforçada durante a coletiva de imprensa virtual, realizada na tarde desta segunda-feira (11/5), e contou com a participação do secretário de estado de saúde, Carlos Eduardo Amaral e o secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral. Segundo Carlos Eduardo é fundamental que os mineiros entendam que, ainda, é importante e necessário manter um distanciamento social. "Não  podemos relaxar como um todo. Na minha visão e da secretaria como um todo, o que temos hoje de melhor e que tem conseguido evitar uma sobrecarga do sistema de saúde é o isolamento social no Estado. Sabemos que isso gera um stress, dificuldades na sociedade, mas também é, de longe, a melhor medida para evitarmos a sobrecarga na saúde", reforça. 

Crédito: Pedro Gontijo

Ainda, conforme o Secretário, atualmente, Minas está com 3320 casos confirmados de covid-19, 132 óbitos em investigação, 518 óbitos descartados e 121 óbitos confirmados para a doença. "Temos tido progressivamente um número de óbitos confirmados, mas ainda não temos tido uma sobrecarga significativa dos serviços de saúde no Estado, o que, para nós, é o mais importante nesse momento, ou seja, ainda temos leitos e estamos conseguindo internar as pessoas que têm a doença e ficaram graves. Esse é o objetivo principal de todas as medidas e todos os cuidados que estamos tendo", complementa.

Em relação às medidas de orientação sobre o isolamento junto aos municípios, o Secretário pontuou que é de extrema importância a adesão aos protocolos propostos pelo programa Minas Consciente e que há um esforço de diversos setores para que isso aconteça. "Há uma grande manifestação de interesse de adesão por vários municípios. É fundamental entender que essas manifestações só serão consideradas como adesão, somente quando ela tiver toda formalização legal, dentro do município com o decreto municipal de adesão, quanto à comunicação ao estado de Minas, por meio do site Minas Consciente. Estamos com uma parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM), para que todos os municípios sejam orientados das vantagens e da necessidade de adesão. Inclusive, o Ministério Público tem procurado os municípios para orientá-los, também. Estamos formando uma rede objetivando essa adesão. Já tivemos várias manifestações de interesse e essa semana começaremos sim a ter um número grande de municípios com adesão confirmada no Estado e isso é de extrema importância para toda sociedade de Minas Gerais", disse.   

Ao ser questionado sobre a possibilidade de implementação de lockdown para evitar o trafego intermunicipal e interestadual, o secretário adjunto de estado de saúde, Marcelo Cabral pontuou que embora os entes, estado e municípios, tenham atribuições estabelecidas para cada um deles, não há a necessidade desse tipo de medida no estado, no momento. "Em Minas, as duas deliberações estabelecidas que tratam do isolamento apresentam as regras para que, caso queiram, os municípios façam a adesão a esse protocolo. Mas nesse momento, ao nosso ver, não há necessidade de lockdown. Mas isso não quer dizer que, caso tenhamos que adotar medidas mais restritivas, não vamos fazê-lo. Mas se ocorrer, será realizado com base em dados epidemiológicos, assistenciais, critérios e evidências científicas e de modo público e sempre articulado com os demais municípios", disse.

Pico da infecção pelo novo coronavírus

Em relação ao pico da infecção pelo vírus no estado, o Secretário Carlos Eduardo explicou como tem sido realizado o acompanhamento da epidemia e o objetivo das várias etapas que a SES-MG observa para as tomadas de decisões. "Efetivamente, o que nos mostra como está a epidemia e qual significado dela no sistema de saúde é a avaliação da ocupação de leitos e a sobrecarga do sistema de saúde. Essa avaliação é, de longe, o mais importante, pois é o que tentamos evitar e poder dar atendimento e cuidado a todos os mineiros que necessitarem. Além disso, acompanhamos o número de óbitos e isso é importante para que nós tenhamos a ideia de quantas vítimas fatais estamos tendo nessa epidemia. Lembrando que todos os óbitos são testados, o que provoca uma demora na confirmação dos casos, principalmente, quando os óbitos são de pessoas que ficaram por internações longas ou por diagnósticos variados. Temos que ter esse tratamento com muito cuidado e atenção, para que se evite a notificação ou informação incorreta", disse.

Crédito: Pedro Gontijo

De acordo com o Secretário, a previsão do pico de contaminação da doença é atualizada semanalmente e é baseada em como foi o comportamento das notificações dos casos na semana anterior. A projeção para essa semana é de que o pico da infecção pelo vírus ocorra em no dia 8 de junho e com o número de internações inferior a três mil casos. "Essa projeção é importante, pois nos dá um limite, uma data de atenção. Essa orientação muda a cada semana, conforme a epidemiologia e conforme os casos vão acontecendo. Temos que ter uma ideia clara de que a projeção não é estática. Trabalhamos com o dia 8, que é o dia que vai nos chamar a atenção, mas toda mudança que acontecer nessas semanas que estão por vir podem implicar na mudança das projeções, inclusive mudanças dos resultados. Todos os trabalhos que fazemos, orientando o isolamento, distanciamento, uso de máscara e outros cuidados, têm o objetivo de evitar o pico. Isso sim é o mais importante para nós", esclarece.

Testagem

Diante dos quase 100 mil casos suspeitos registrados no estado, o secretário de saúde, Carlos Eduardo Amaral informou que o Estado tem acompanhado os casos notificados e que, nesse momento da epidemia, a testagem está sendo realizada em pessoas que estão internadas, profissionais de saúde, restritos de liberdade ou asilados. "Entendemos que seria importante, em algum momento, começar a testar de uma forma mais ampla a sociedade, mas é importante pensarmos o que essa testagem significa e como poderíamos fazer. Testar todos os casos notificados nesse momento teríamos que fazer muitos testes, o que não é fácil. É preciso lembrar que o mundo inteiro está comprando testes e há um desabastecimento natural no país. Além disso, temos estados do Brasil que estão com a franca epidemia, com falta de leitos hospitalares e muitos desses estados têm tido alguma priorização no sentido de receber testes, quando comparado com a situação de Minas, estado que ainda possui uma epidemia relativamente controlada e com uma sobrecarga do sistema", disse.

Ainda, de acordo com o secretário, testar a todos não garante que naquele momento que a pessoa não deu confirmada para o vírus, ela não possa ser infectada futuramente. "Quando fazemos um teste em uma pessoa, temos uma fotografia de que, naquele momento, a pessoa tem ou não o vírus. Você pode fazer o exame hoje e dar negativo, mas amanhã contrair o vírus e isso demandaria mais testes. Essa ideia de testar é importante, como nós sabemos que existem poucos testes no mundo, um desabastecimento global, o momento da escolha do teste tem que ser muito preciso. Eu acho que essa discussão é que deveríamos estar travando no Estado e na sociedade como um todo. Se começarmos a fazer testes em todos, testes podem vir negativos e na próxima semana, teremos que testar novamente, e em algum momento os testes irão acabar. Entendemos que não é esse o momento. O estado de Minas Gerais está atento e estamos tomando muito cuidado com medidas contínuas. A nossa ideia é testar a população e entendemos que esse momento ainda vai chegar, mas não é por agora e não é no dia de hoje", concluiu.

Fake News 

Ao finalizar a sua fala, o secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral falou sobre as informações falsas e imprecisas relacionadas à pandemia e que circulam pelas redes sociais. Cabral reforçou os canais oficiais que disponibilizam informações seguras, verdadeiras e os órgãos que podem fazer a difusão dessas informações. "Os canais oficiais são os do governo do Estado de Minas Gerais e da Secretária de Saúde, como o site dos devidos órgãos, as redes sociais e o 155. Além das coletivas de imprensa diária, a nossa assessoria de comunicação, também, tem recebido e procurado dar as respostas em relação às fakes news. A única forma de se combater essas mensagens falsas e que nada ajudam ao enfrentamento da pandemia, é procurando esses canais oficiais para o esclarecimentos e informações seguras", finaliza.

Saiba mais em: www.saude.mg.gov.br/coronavirus

Por Míria César