O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, o secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral e o subsecretário de vigilância em saúde, Dario Brock Ramalho, participaram, nesta segunda-feira, 30/03, na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, de mais uma coletiva virtual sobre a situação do coronavírus no estado. “Minas Gerais teve o primeiro óbito em decorrência do coronavírus confirmado no boletim de hoje. Todo o esforço que o Governo e a SES-MG estão fazendo é para reduzir o máximo possível a ocorrência de casos e óbitos relacionados ao COVID-19. No entanto, numa epidemia deste tamanho, infelizmente, já é esperado a ocorrência de tais fatos e é importante frisar que o registro deste primeiro óbito não altera o patamar atual do Estado, ou seja, não modifica a conduta que já estamos tendo com relação à pandemia”, explicou o secretário de saúde, Carlos Eduardo Amaral.

Crédito: Gil Leonardi

Em relação aos exames que estão sendo realizados pela Fundação Ezequiel Dias (FUNED), o secretário explicou que, atualmente, há 2.400 exames que já foram realizados pela Fundação e a capacidade neste momento é de 400 exames realizados por dia. A previsão é que até o fim desta semana o estado aumente sua capacidade operacional para cerca de 1.800 exames diários, “com isso entendemos que haverá considerável alinhamento entre as notificações, os exames colhidos e a capacidade operacional da secretaria. No entanto, é importante entender que o número de notificações cresce progressivamente e a secretaria gradualmente vai ampliando sua capacidade operacional”, explicou.

Em relação à investigação dos óbitos, o subsecretário de vigilância em saúde, Dario Brock Ramalho, explicou de que forma as notificações são realizadas. “É importante frisar que os óbitos em investigação são dinâmicos e a listagem se altera diariamente, de acordo com a publicação de cada boletim. À medida que a epidemia avança é esperado que haja uma maior suspeição em relação ao coronavírus, ou seja, é esperado que haja um aumento na notificação de casos suspeitos, o que não significa dizer que de fato há um aumento dos óbitos por COVID-19. O que ocorre é a sensibilidade do sistema tendo em vista o avanço da epidemia”, pontuou o subsecretário.

COES Regional

Na ocasião, foi informado também que como medida de regionalizar ainda mais o controle da saúde, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) ativará o Centro de Operações em Emergência de Saúde (COES) nas 28 Regionais de Saúde do Estado. “Essa ação tem como objetivo aproximar o controle da emergência de saúde pública de cada região dos municípios e dos prestadores. Como Minas Gerais é um estado de grandes dimensões, essa ação é fundamental para haver a cobertura de todas as áreas de forma igualitária, de acordo com cada necessidade territorial”, avaliou o secretário.

Serão ao todo 14 Comitês Macrorregionais para enfrentamento ao COVID-19, distribuídos nas macrorregiões de saúde, definidas pelo Plano Diretor de Regionalização (PDR). As sedes administrativas serão as Superintendências Regionais de Saúde, localizadas nos municípios pólo da macrorregião. Os comitês possuirão caráter propositivo e composição multidisciplinar e multissetorial. Estarão vinculados ao COES-MINAS COVID-19, coordenado pela SES/MG.

Ao ser questionado sobre possíveis subnotificações no Estado, o secretário Carlos Eduardo explicou que há três níveis de acompanhamento dos casos. No primeiro nível há o aumento de forma extrema na notificação de possíveis casos suspeitos, o estímulo para que os profissionais de saúde que atendam casos em que há a ocorrência de um quadro viral ou gripal, notifique-os como casos suspeitos, “ao fazer isso facilitamos a análise de todas as áreas do estado a fim de observar possíveis mudanças. Portanto, nem tudo que está sendo notificado como suspeito de coronavírus de fato será confirmado como a doença”, avaliou.

O segundo nível é a confirmação diagnóstica,  que se dá por meio da realização de exames, dentro dos critérios estabelecidos para a testagem ser feita, que atestam se os casos são de coronavírus ou não. “A partir do momento em que Minas Gerais passou a ser uma área de transmissão comunitária, foi definido que a realização dos exames seria prioritária para casos de óbitos, pessoas privadas de liberdade ou asiladas, rede sentinela e profissionais de saúde. Este é o foco dos exames que estão realizando atualmente”, destacou.

O terceiro e último nível são os esforços para evitar a sobrecarga do sistema de saúde do Estado. “Fazemos o acompanhamento diário e, neste momento, não identificamos essa sobrecarga e isso é importante, pois reflete que nossos esforços estão alinhados e que estão surtindo efeitos. Por isso, é fundamental destacar que a subnotificação, caso ocorra, não é volumosa o suficiente para modificar os casos hoje divulgados”, concluiu.

Em relação aos equipamentos de proteção individual (EPI) dos profissionais de saúde, o secretário adjunto de saúde, Marcelo Cabral, destacou os repasses que a Secretaria tem feito aos municípios a fim de auxiliá-los no enfrentamento ao covid-19. “Por meio da subsecretaria de inovação e logística da SES-MG temos feito os repasses, conforme anunciado ao longo da última semana, de R$ 71 milhões para os hospitais da Região Metropolitana de Belo Horizonte, R$ 61 milhões para Unidade Básica de Saúde (UBS) e UPAS e R$ 32 milhões para Atenção Primária, que dão condições para que os municípios façam as devidas aquisições de insumos e EPI, de acordo com suas necessidades”, afirmou.

Boletim epidemiológico 30/03

De acordo com o boletim epidemiológico publicado na manhã desta segunda-feira, 30/03, Minas Gerais apresenta 29.724 casos suspeitos e 261 casos confirmados. Há, ainda, 23 óbitos em investigação e um óbito confirmado.

Por Paula Gargiulo

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