Representantes da área da saúde dos 34 municípios que compõem a Regional de Saúde de Diamantina se reuniram, na última terça-feira (3/3), para alinhamento de ações de enfrentamento às Arboviroses na região, com foco especial na luta contra o mosquito Aedes Aegypti, que pode transmitir, além da Dengue, a Zika vírus e chikungunya.

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De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), de janeiro de 2020 até o final de fevereiro, os municípios da jurisdição da Regional de Diamantina já notificaram 523 casos suspeitos de Dengue e dois casos prováveis de Chikungunya (um no município de Araçuaí e outro em Diamantina).

“A dengue é uma doença dinâmica, bem como o Aedes Aegypti na transmissão da doença, nesse sentido, a incidência da doença leva a mudança do cenário epidemiológico de classificação de “baixo risco” para a incidência “muito alto risco” em poucos dias, como ocorreu nos municípios de Leme do Prado (67 casos prováveis) e Couto Magalhães de Minas (54 casos prováveis). Diante dessa informação, a equipe da Vigilância em Saúde/Epidemiologia da regional, conforme o plano de contingência municipal, vem realizando assessoria, in loco, com apoio do nível central no sentido de controlar o surto na região”, informou Kesley Duarte de Jesus, referência técnica da regional das Arboviroses.

Durante todo o dia os profissionais presentes foram orientados sobre a importância de novos encaminhamentos no enfretamento das Arboviroses, conforme o plano contingência estadual de forma Intersetorial, nos eixos: Vigilância Epidemiológica; Assistência; Controle Vetorial; e Comunicação/Mobilização Social em Saúde.

Ao final do encontro, os participantes tiveram a oportunidade de ouvir o depoimento do Erivaldo Mauro Nascimento de Jesus, paciente de Diamantina que há quatro anos se recupera da síndrome de Guillain Barré, um distúrbio autoimune que ataca parte do sistema nervoso que pode estar associada a infecção por Dengue e/ou Zika Vírus.

“Essa oportunidade que tive de relatar o meu caso aos profissionais da saúde das cidades que fazem parte da Regional de Saúde de Diamantina foi muito importante e gratificante. Temos que lutar com todas as forças para evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti que, além do transmitir a Dengue, pode ser o possível causador da Síndrome de Guillain Barré, doença que me causou diversos problemas de saúde. A mobilização social e informações precisas são nossas aliadas nessa guerra. Parabéns a todos os profissionais que desempenham esse importante papel na sociedade”, destacou Erivaldo.

Relação da Síndrome de Guillain Barré com o Aedes Aegypti

As infecções por dengue, chikungunya e Zika, transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, podem resultar em várias síndromes clínicas, desde doença febril branda até febres hemorrágicas e formas neuroinvasivas, que podem ser casos agudos de encefalite, mielite, encefalomielite, Síndrome de Guillain Barré ou de outras síndromes neurológicas centrais ou periféricas diagnosticadas por médico especialista.

Por Ricardo Maciel

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