A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde de Manhuaçu, realizou nesta quinta-feira (20/02) uma vídeo conferência de emergência com os municípios que fazem parte de sua área de abrangência. O objetivo foi alinhar ações de controle e enfrentamento à febre maculosa, transmitida ao homem por meio do carrapato estrela, que é parasita de animais silvestres e domésticos. Até o momento, 4 óbitos com confirmação da febre Maculosa já ocorreram em Mutum e outros 4 casos suspeitos estão sendo avaliados.

“A partir do primeiro óbito solicitamos apoio à Regional de Saúde de Manhuaçu e em pouco tempo as investigações já estavam acontecendo. Infelizmente tivemos óbito de uma criança, um idoso e 2 adultos, sendo que um desses óbitos ocorreu no final do ano passado e os demais já esse ano. Desde então, para todos os pacientes com suspeita passamos a adotar o protocolo para a doença e estamos mobilizando toda a cidade com carro de som , panfletagem e reuniões para evitarmos novos caso”, explicou Michel de Almeida, coordenador de Vigilância em Saúde de Mutum".

No que diz respeito à atuação da Regional de Manhuaçu, o Superintendente Juliano destacou que a unidade tem se empenhado ao máximo para tomar as medidas preventivas necessárias para evitar o contágio e para atender os pacientes. “A Regional de Saúde tem mantido contato permanente com as referências municipais e já disponibilizou a medicação para tratamento da doença”, frisou.

O coordenador do núcleo de vigilância epidemiológica da Regional de Manhuaçu, Ernesto Grillo, informou que todas as referências técnicas dos municípios foram acionadas devido à preocupação de todos estarem com informações atualizadas. “É muito importante que os profissionais de saúde orientem a população a ficar atenta a sintomas como, febre, dores e manchas no corpo e, no caso de ocorrer algum desses sintomas, a pessoa deve procurar imediatamente o atendimento médico", afirmou o coordenador que reforçou ainda algumas medidas à população que estiverem em áreas de risco.

“As pessoas devem usar roupas claras e ficar atentas à presença de carrapatos. É importante verificar o corpo a cada duas horas e em casa retirar toda roupa para verificação. Ao encontrar carrapato é muito importante que o mesmo seja retirado com pinça. Essas são algumas medidas que a população deve adotar”, frisou o coordenador.

Diagnóstico precoce

Por ser uma doença potencialmente grave, o diagnóstico precoce é o principal aliado do tratamento. Outra dificuldade é o fato de que, em sua fase inicial, os sintomas são considerados pouco específicos, ou seja, podem ser comuns a outras doenças.

Créditos: Antonio Rodrigues

Na fase inicial, a febre maculosa se caracteriza pela presença de febre, dor de cabeça, dor no corpo, mal estar, manchas avermelhadas pelo corpo, diarreia, vômitos e dor abdominal. Os sintomas podem ser facilmente confundidos com doenças como gripe, dengue, leptospirose entre outras, de maior ou menor gravidade.

Ações da Regional de Saúde de Manhuaçu

Os municípios foram orientados a realizar a organização do fluxo assistencial para atendimento dos casos suspeitos e realizar imediatamente capacitação, se necessário, dos profissionais de saúde que atuam na assistência. Além disso, todos devem trabalhar a mobilização da população e avaliar o uso de áreas consideradas suspeitas durante o carnaval.

Outra solicitação importante repassada aos municípios é que atualizem os dados de investigação epidemiológica junto ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). No que se refere ao município de Mutum, segundo informações da SES, uma equipe técnica irá ao município nos próximos dias para investigação de campo, coleta e envio de carrapatos para análise e levantamento da população de capivaras.

Transmissão da febre maculosa

Para que ocorra a transmissão da doença, primeiramente o carrapato que venha a "picar" o indivíduo deve estar infectado. Ainda que esteja infectado, são necessárias entre 4 a 6 horas para que as bactérias sofram uma "ativação" e sejam inoculadas (injetadas) no organismo. Uma vez introduzidas, elas se multiplicam dentro de células dos vasos sanguíneos e, a partir daí, se espalham para praticamente todos os órgãos.

Por Antonio Rodrigues