Buscando inovação para a assistência a pacientes com necessidade de internação hospitalar, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) tem avaliado a adoção da metodologia de Grupos Relacionados em Diagnósticos (Diagnosis-Related Groups – DRG) a ser implantada em hospitais prestadores de serviços ao SUS. Atualmente, está em curso a formulação de uma proposta que possa trazer incentivos para que, facultativamente, esses estabelecimentos de saúde possam adotar o sistema. “O DRG é uma ferramenta que conta com larga experiência internacional, tendo mais de 40 anos de desenvolvimento em diversos países. Ele permite que seja feita uma gestão clínica melhorada em relação a pacientes que possuem comorbidades e condições de saúde associadas à causa que levou à internação, tratando o paciente considerando-se todas as suas morbidades. Trata-se de uma metodologia que torna a gestão mais humana, uma vez que o foco é o paciente como um todo, e não uma doença. Além de tornar a gestão mais eficiente”, explica a assessora técnica do Gabinete da SES-MG, Ana Carmen Silva Reis.

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A ferramenta permite agrupar o paciente em um mesmo grupo de pessoas com condições similares, buscando fazer com que o período de internação e seu desfecho tenham eficiência semelhante ou melhor. “Assim, temos uma lógica estruturada na ampliação da capacidade de gestão dos serviços de saúde conforme avaliação epidemiológica e monitoramento dos achados, direcionando intervenções que tenham maior custo-efetividade, com gestão focada em resultados”, ressalta.

O agrupamento dos pacientes por meio da classificação pelo DRG permite a categorização, com um conjunto específico de serviços e atividades entregues para cada paciente em função das suas necessidades no processo assistencial e clinicamente alinhada e coerente ao consumo de recursos. “O princípio é que os prestadores estejam focados no doente e não na doença, respeitando-se as características clínicas, demográficas e terapêuticas dos pacientes que influenciam e determinam o tipo e a complexidade dos serviços indispensáveis ao seu tratamento”, aponta Reis.

A partir do DRG, é possível estimar o tempo de internação necessário e, consequentemente, o custo do serviço, o que otimiza recursos financeiros. A proposta do Estado é que haja ampliação do conhecimento de como funciona o sistema e, uma vez sendo implantado, que haja transição e adaptação para aqueles prestadores que aderirem à metodologia. Uma consulta pública deverá ser feita nos próximos meses, de forma que sejam formatados os mecanismos de incentivo para adesão.

DRG

Em 1964, um grupo de pesquisadores da Universidade de Yale desenvolveu a metodologia DRG como um sistema para a classificação de pacientes com condições clínicas agudas, baseando-se no status da admissão no hospital e eventuais comorbidades associadas. Desde então, é utilizado para pagamento de serviços prestados em vários países, além de estar se consolidado como um apoio à eficiência e à efetividade assistencial, estabelecendo as relações entre resultados assistenciais e seus custos.

Por Ramon Oliveira